Perfil etiológico e de susceptibilidade de microrganismos causadores de infecção do trato urinário em gestantes no município de Palmas, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.36973Palavras-chave:
Infecções do trato urinário; Gestantes; Antimicrobianos.Resumo
As infecções do trato urinário (ITUs) são patologias inflamatórias consequentes à multiplicação de microrganismos na via urinária. O grupo de risco inclui gestantes, devido a alterações fisiológicas ocasionadas pela gravidez, sendo que tais afecções estão relacionadas a maior risco de complicações materno-fetais. O tratamento baseia-se na etiologia mais provável e deve considerar a sensibilidade microbiana aos antimicrobianos, dado o crescente surgimento de resistência. Haja vista a necessidade de monitorar a epidemiologia patogênica e sua susceptibilidade, o estudo visa determinar o perfil etiológico e de susceptibilidade dos microrganismos causadores de ITU em gestantes no município de Palmas – TO. Trata-se de um estudo observacional descritivo, baseado na exploração de dados disponibilizados pelo laboratório de análises clínicas do Hospital e Maternidade Dona Regina, localizado em Palmas – TO. Foram avaliados resultados de urocultura e antibiograma de gestantes atendidas no período de 12 meses (julho/2021 - junho/2022). O projeto foi cadastrado na Plataforma Brasil, para apreciação e análise do CEP/UFT, sendo assim adequado às normas vigentes. Constatou-se que a etiologia das infecções estava associada predominantemente a Escherichia coli (34,75%) e Enterococcus faecalis (23,73%). As drogas com maior índice de resistência foram ampicilina (53,47%) e sulfametoxazol com trimetoprim (41,56%); nitrofurantoína teve a menor taxa (3,39%). Conclui-se que o perfil etiológico corresponde a bactérias colonizadoras do trato gastrointestinal, as quais possuem algum grau de resistência, sobretudo a ampicilina, e têm sensibilidade considerável a nitrofurantoína.
Referências
Adeep, M., Nima, T., Kezang, W. & Tshokey, T. (2022). Study on antimicrobial resistance pattern of uro-pathogens at National Referral Hospital, Thimphu Bhutan. Academic Journal Of Health Sciences, 37 (5), 140-144. https://doi.org/10.1186/s13104-015-1728-1
Alviz-Amador, A., Gamero-Tafur, K., Carballo-Marimon, R. & Gamero-Tafur, J. (2018). Prevalence of urinary tract infection, uropathogens and susceptibility profile in a hospital of Cartagena-Colombia in 2016. Revista Facultad de Medicina, 66 (3), 313–317. https://doi.org/10.15446/revfacmed.v66n3.626015
Arruda, A. C. P. M. G., Marangoni, P. A. & Tebet, J. L. S. (2021). Perfil de sensibilidade de uropatógenos em gestantes de um hospital de ensino do município de São Paulo. Femina, 49 (6), 373-378. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1290582
Asadi Karam, M. R., Habibi, M., Bouzari, S. (2019). Urinary tract infection: Pathogenicity, antibiotic resistance, and development of effective vaccines against Uropathogenic Escherichia coli. Molecular Immunology, 108 (69), 56–67. https://doi.org/10.1016/j.molimm.2019.02.007
Belete, M. A., Saravanan, M. (2020). A systematic review on drug-resistant urinary tract infection among pregnant women in developing countries in Africa and Asia; 2005-2016. Infection and Drug Resistance, 13, 1465–1477. https://doi.org/10.2147/IDR.S250654
Bookstaver, P. B., Bland, C. M., Griffin, B., Stover, R. K., Eiland, L. S. & McLaughlin M. (2015). A Review of Antibiotic Use in Pregnancy. Pharmacotherapy: The Journal of Human Pharmacology and Drug Therapy, 35 (11), 1052-1062. http://dx.doi.org/10.1002/phar.1649
Campo-Urbina, M. L., Ortego-Ariza, N. Parody-Muñoz, A. & Gómez-Rodríguez, L. C. (2017). Caracterización Y Perfil De Asintomática En Gestantes Del Departamento Del Atlántico, Colombia 2014-2015. Estudio De Corte Transversal. Revista Colombiana de Obstetricia y Ginecología, 68 (1), 62–70. https://doi.org/10.18597/rcog.2981
Capsoni, N., Bellone, P., Aliberti, S. Sotgiu, G., Pavanello, D., Visintin, B., Callisto, E., Saderi, L., Soldini, D., Lardera, L., Monzani, V. & Brambilla, A. M. (2019). Prevalence, risk factors and outcomes of patients coming from the community with sepsis due to multidrug-resistant bacteria. Multidisciplinary Respiratory Medicine, 14 (1). https://doi.org/10.1186/s40248-019-0185-4
Durán Chávez, J. A., Castillo, A. R. P., Alcocer, D. A. Q., Flores, W. Y. G., Puga, M. E. J. & Buitrón D. E. O. (2018). Resistencia y sensibilidad bacteriana en urocultivos en una población de mujeres de Ecuador. Revista Med, 26 (2), 22–28. https://revistas.unimilitar.edu.co/index.php/rmed/article/view/3407/4090
Estrela, C. (2018). Metodologia científica: ciência, ensino, pesquisa (3rd ed.). Artes médicas.
Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. (2018). Infecções do trato urinário durante a gravidez. Febrasgo.
Geerlings, S. E. (2016). Clinical presentations, and epidemiology of urinary tract infections. In M. A. Mulvey, D. J. Klumpp & A. E. Stapleton (Eds), Urinary Tract Infections: Molecular Pathogenesis and Clinical Management (pp. 27–40). https://doi.org/10.1128/9781555817404.ch2
Hateet, R. R. (2022). Susceptibility Antibiotics of Bacteria Causing Urinary Tract Infection in Pregnant Women Infected with COVID-19. National Public Health Journal, 17 (1), 44-48. https://journal.fkm.ui.ac.id/kesmas/article/view/6064/1456
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2012). Censo Brasileiro de 2010. IBGE.
Jin, J. (2022). Safety of Medications Used During Pregnancy. Jama, 328 (5), 486-486. http://dx.doi.org/10.1001/jama.2022.8974
Kalinderi, K., Delkos, D., Kalinderis, M., Athanasiadis, A. & Kalogiannidis, I. (2017). Urinary tract infection during pregnancy: current concepts on a common multifaceted problem. Journal Of Obstetrics And Gynaecology, 38 (4), 448-453. http://dx.doi.org/10.1080/01443615.2017.1370579
Kline, K. A. & Lewis, A. L. (2016). Gram-positive uropathogens, polymicrobial urinary tract infection, and the emerging microbiota of the urinary tract. Microbiology Spectrum, 4 (2), 459–502. https://doi.org/10.1128/9781555817404.ch19
Kot, B. (2019). Antibiotic Resistance among Uropathogenic Escherichia coli. Polish Journal of Microbiology, 68 (4), 403–415. https://doi.org/10.33073/PJM-2019-048
Makvana, S. & Krilov, L. R. (2015). Escherichia coli Infections. Pediatrics In Review, 36 (4), 167-171. http://dx.doi.org/10.1542/pir.36.4.167
Matuszkiewicz-Rowińska, J., Małyszko, J. & Wieliczko, M. (2015). State of the art paper Urinary tract infections in pregnancy: old and new unresolved diagnostic and therapeutic problems. Archives Of Medical Science, 11 (1), 67-77. http://dx.doi.org/10.5114/aoms.2013.39202
Miranda, J., Pinto, J., Faustino, M., Sánchez-Jacinto, B. & Ramirez, F. (2019). Antimicrobial resistance of uropathogens in older adults in a private clinic in Lima, Peru. Revista Peruana de Medicina Experimental y Salud Publica, 36 (1), 87–92. https://doi.org/10.17843/rpmesp.2019.361.3765
Ndamason, L. M., Marbou, W. J. T.; & Kuete, V. (2019). Urinary tract infections, bacterial resistance, and immunological status: A cross-sectional study in pregnant and non-pregnant women at Mbouda Ad-Lucem Hospital. African Health Sciences, 19 (1), 1525–1535. https://doi.org/10.4314/ahs.v19i1.26
Nigussie, D., Amsalu, A. (2017). Prevalence of uropathogen and their antibiotic resistance pattern among diabetic patients. Turk Uroloji Dergisi, 43 (1), 85–92. https://doi.org/10.5152/tud.2016.86155
Oliveira, L. P., Araujo, R. M. A. & Rodrigues, M. D. (2021). Infecção urinária na gestação e as repercussões ao recém-nascido: uma revisão integrativa. Acervo Enfermagem, 11, 1-7. https://doi.org/10.25248/REAEnf.e7612.2021
Pagnonceli, J. & Colacite, J. (2016). Infecção urinária em gestantes: revisão de literatura. Uningá Review Journal, 26 (2). http://34.233.57.254/index.php/uningareviews/article/view/1797/1403
Pigosso, Y. G., Silva, C. M. & Peder, L. D. (2016). Infecção do trato urinário em gestantes: incidência e perfil de suscetibilidade. Acta Biomedica Brasiliensia, 7 (1), 64-73. https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5617678.pdf.
Ramos, G., Laurentino, A. P., Fochesatto, S., Francisquetti, F. A. & Rodrigues A. D. (2016). Prevalência de infecção do trato urinário em gestantes em uma cidade no sul do Brasil. Saúde (Santa Maria), 42 (1), 173-178. https://periodicos.ufsm.br/revistasaude/article/view/20173/pdf
Silva, L. B., Souza, P. G. V. D. (2021). Infecção do trato urinário em gestantes: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, 10 (14), e446101422168-e446101422168. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/22168/19770
Szweda, H. & Jóűwik, M. (2016). URINARY TRACT INFECTIONS DURING PREGNANCY: AN UPDATED OVERVIEW. Developmental Period Medicine, 20 (4), 263-272. https://medwiekurozwoj.pl/articles/2016-4-1.pdf
Tandogdu, Z. & Wagenlehner, F. M. E. (2016). Global epidemiology of urinary tract infections. Current Opinion In Infectious Diseases, 29 (1), 73-79. http://dx.doi.org/10.1097/qco.0000000000000228
Woldemariam, H. K., Geleta, D. A., Tulu, K. D., Aber, N. A., Legese, M. H., Fenta, G. M. & Ali, I. (2019). Common uropathogens and their antibiotic susceptibility pattern among diabetic patients. BMC Infectious Diseases, 19 (1), 1–10. https://doi.org/10.1186/s12879-018-3669-5
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Vinícius Rosendo Vieira Campos; Giovanna Santos Vieira; Letícia Fernanda Ramos; Anderson Barbosa Baptista
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
