Velhices, cognição e (trans)formação: significados construídos em dinâmicas interdisciplinares direcionadas a pessoas idosas institucionalizadas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.37101

Palavras-chave:

Envelhecimento populacional; Qualidade de vida relacionada à saúde; Atividades de formação.

Resumo

O principal objetivo deste artigo é analisar os resultados de algumas oficinas realizadas com pessoas idosas institucionalizadas, ou seja, em condição de asilamento. Lançamo-nos na reflexão sobre dinâmicas interacionais, desenvolvidas, amparados pela perspectiva Freiriana (Freire, 2019; 2021), articulamos experiências emancipatórias a processos de inclusão e amorosidade. Nossas questões de pesquisa versam sobre compreender como dinâmicas que envolvam pessoas idosas asiladas, podem contribuir para a melhora de sua qualidade de vida? O que evidenciam os relatos de pessoas idosas institucionalizadas que participaram de dinâmicas interacionais pautadas no desenvolvimento de capacidades físicas e cognitivas? A pesquisa se caracteriza como de natureza qualitativa e cunho exploratório, tendo em vista a análise de nove encontros realizados em uma instituição de acolhimento de pessoas idosas situada em uma cidade do interior de Minas Gerais. Nossos resultados evidenciam que a promoção de atividades que relacionem a corporeidade, utilização de novas tecnologias, estímulos à ludicidade e amorosidade nas relações que enfocam diferentes letramentos, promovendo a inserção social-interacional podem contribuir para a melhora das comorbidades comuns na terceira idade. Entendemos que o envelhecimento é um fenômeno complexo e que, apesar de inevitável, acomete a subjetividade humana por diferentes vias. O aumento da expectativa de vida no Brasil tem suscitado novas investigações voltadas a alternativas para que a velhice não seja reduzida ao estigma da incapacidade ou debilidade. Ao contrário disto, investigações sobre como tornar esse momento da existência mais ativo e motivador têm produzido estudos em diferentes áreas do conhecimento.

Referências

Antunes, M. C., & Abreu, V. (2017). As novas tecnologias na promoção do envelhecimento bem-sucedido. Ensino e Tecnologia em Revista. Londrina, 1, (1), 3-15. https://periodicos.utfpr.edu.br/etr/article/view/5885.

Azevedo, Z. De A. S., & Afonso, M. A. N. (2016). Solidão na pespectiva do idoso. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 19(2), 313-324.

Beuvior, S. (1990). A Velhice. (M. H. F. Martins, Trad.). Nova Fronteira.

Borges, M. R. D., & Moreira, A. K. (2009). Influências da prática de atividades físicas na terceira idade: estudo comparativo dos níveis de autonomia para o desempenho nas AVDs e AIVDs entre idosos ativos fisicamente e idosos sedentários. Motriz, Rio Claro, 15(3), 562-573.

Brasil. (2003). Lei n. 10.741 de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências.

Costa, M. O. (2022). Interfaces da Psicologia e da Educação nos processos de envelhecimento: entre horizontes e jornadas. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de São Paulo, São Paulo.

Faleiros, N. de P., & Justo, J. S. (2007). O idoso asilado: a subjetividade intramuros. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol., 10(3), 327-337.

Freire, P. (2019). Pedagogia do Oprimido. Paz e Terra.

Freire, P. (2021). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Paz e Terra.

Foulcault, M. (2010). Em Defesa da Sociedade. (2a ed.) tradução de Maria Ermantina Galvão. Martins Fontes.

Goffman, E. (2008). Manicômios, prisões e conventos. (8a. ed.): Perspectiva.

Krug, R. de R. et al. (2018). Fatores sociodemográficos, comportamentais e de saúde associados à autopercepção de saúde positiva de idosos longevos residentes em Florianópolis, Santa Catarina. Rev. bras. epidemiol. 21, 1-16.

Leite, S. A. da S. (2010). Afetividade nas práticas pedagógicas. Temas em Psicologia. 20(2), 355-368.

Merleau-Ponty, M. (1994). Fenomenologia da percepção. São Paulo: Martins Fontes.

Morais, E. C. de. et al. (2012). Abandono do idoso: instituição de longa permanência. Acta de Ciências e Saúde, 2(1), 26-38.

Mucida, Â. (2006). O sujeito não envelhece: psicanálise e velhice. (2a ed.). Autêntica.

Pereira, D. de A.; Todaro, M. de A., & Cachioni, M. (2021). Educação permanente e o círculo de cultura freireano: diálogos com idosos. Revista do Centro de Educação, Letras e Saúde, 23(2), 46-64.

Py, L. (2004). Envelhecimento e subjetividade. In: Py, L. Tempo de envelhecer. Mao.

Simeão, S. F. de A. P. et al. (2018). Estudo comparativo da qualidade de vida de idosos asilados e frequentadores do centro dia. Ciência & Saúde Coletiva, 23(11), 3934-3934.

Souza, E. M. de, SILVA, D. P. P., Barros, A. S. de. (2021) Educação popular, promoção da saúde e envelhecimento ativo: uma revisão bibliográfica integrativa. Ciência & Saúde Coletiva, 26 (4), p. 1355-1368. https://www.scielo.br/j/csc/a/gKNHyg95H4SQgKQ3hxnzNZx/?format=pdf&lang=pt.

Russo, W. M. L., Cunha, F. I. J., Azambuja, S. M., Almeida, R. S., Soccal, D. M., Biavaschi, A. da S., Machado Filho, M. da M., Hickmann, J., Zanella, S. P., Silveira, M. G. de S., Moleda, J. M. M., & Dornelles, L. V. (2021). The effect of the beauty empire on a group of kindergarten students: reflections on age discrimination. Research, Society and Development, 10(14), e463101422625.

Downloads

Publicado

16/11/2022

Como Citar

GOMIDES, P. A. D.; SANTOS, T. A. .; SANTOS, F. B. dos .; FERREIRA, K. M. .; LUBANCO, G. A. .; MATOS, A. D. de .; TORRES, L. S. .; SILVA, M. M. J. da .; RIBEIRO, A. L. B. .; MOLEDA, J. M. M. Velhices, cognição e (trans)formação: significados construídos em dinâmicas interdisciplinares direcionadas a pessoas idosas institucionalizadas. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 15, p. e356111537101, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i15.37101. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/37101. Acesso em: 2 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas e Sociais