Epidemiologia do Câncer do Trato Gastrointestinal em Itumbiara, Goiás, entre 1999 e 2019

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.37540

Palavras-chave:

Câncer; Epidemiologia; Trato gastrointestinal; Prevenção.

Resumo

O câncer é a segunda principal causa de morte no mundo, atrás somente das doenças cardiovasculares. Nos EUA, foram estimadas cerca de 153.000 e mais de 169.000 mortes por cânceres do trato gastrointestinal (TGI) para os anos de 2016 e 2021, respectivamente, enquanto no Brasil houve mais de 81.000 óbitos pelo mesmo tipo de câncer em 2021. Porém, é escassa a literatura referente a estimativas por câncer no interior de Goiás. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a incidência de câncer do TGI na cidade de Itumbiara. Procurou-se também associar possíveis fatores de risco para cânceres do TGI mais incidentes na cidade, para fornecer dados científicos, orientar a população e recomendar políticas públicas aos gestores. Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UEG, foram coletados retrospectivamente dados de 525 prontuários de pacientes, atendidos entre 1999 e 2019, no Núcleo de Apoio aos Portadores de Câncer em Itumbiara (NAPCI), dos quais 84 foram diagnosticados com câncer do TGI. Os resultados apontam que a faixa etária mais frequente foi de 45-53 anos (29,76%) e o ano com maior incidência foi 2010 (9 casos). O câncer colorretal foi o mais prevalente (46 casos: 54,76%), seguido de estômago (17 casos: 20,24%), e cavidade oral (8 casos: 9,52%). Conclui-se que pesquisas epidemiológicas locais e regionais como esta são importantes para contribuir para com o monitoramento e recomendar aos gestores em saúde melhorias nas estratégias de rastreamento, detecção precoce e prevenção contra vários tipos de câncer do TGI em pequenas cidades.

Biografia do Autor

João Paulo Martins do Carmo, Universidade Estadual de Goiás

Bacharel em Ciências Biológicas (2000) - Modalidade Médica (Biomedicina) pela
Universidade Estadual Paulista (UNESP) e mestre em Patologia (2003) pela
Faculdade de Medicina de Botucatu (UNESP). Doutor em Ciências: Imunologia
(2008) pelo Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo
(USP). Visiting Fellow pelo NIH Intramural Program no National Institute of Allergy
and Infectious Diseases (NIAID) dos National Institutes of Health (NIH), Bethesda,
MD, EUA como pós-doutorando na equipe coordenada pelo Dr Ethan Shevach, na
área de Imunorregulação e Doenças Autoimunes (2009-2012). Experiente na área de
Ciências Médicas, com ênfase em Imunologia e Patologia Geral, atuando
principalmente nos temas: células dendríticas e monócitos humanos, infecções,
imunorregulação, imunologia de tumores e epidemiologia. Pesquisador do Serviço
Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) no Hospital da Charité University
Medicine, Berlim, Alemanha (2007). Menção Honrosa por trabalho apresentado no
Urgencicon sobre delirium em pacientes de COVID-19 (Fortaleza, 2022). Pós-doutorando Jr (PDJ-CNPq) do Programa Ciência Sem Fronteiras (MCTI), na equipe
da Dra Aldina Barral, no Centro de Pesquisas Gonçalo Moniz (CPqGM), da
Fundação Instituto Oswaldo Cruz (FIOCRUZ-BA, 2012-14); tema: biomarcadores
moleculares de gravidade e resposta ao tratamento da leishmaniose humana. Foi
Membro Colaborador, Coordenador e Administrador do Blog da Sociedade Brasileira
de Imunologia (SBlogI) entre 2013 e 2015, atuando na área de divulgação científica
em Imunologia. Possui experiência didática em Ensino Superior (Medicina,
Odontologia, Enfermagem, Farmácia e Arquitetura), Médio/pré-vestibular (Biologia e
Química) e Fundamental (Ciências e aulas particulares de reforço). Foi tradutor,
editor (2011-2012) e divulgador científico do livro "Your Amazing Immune System:
How it Protects Your Body" para o Português Brasileiro ("O Seu Incrível Sistema
Imune: Como Ele Protege Seu Corpo"), com patrocínio da Federação Europeia das
Sociedades de Imunologia (EFIS) , e Sociedade Japonesa de Imunologia (SJI) (2012-
2019). Atualmente é Docente de Ensino Superior da Universidade Estadual de Goiás,
Unidade Universitária de Itumbiara, e responsável pelas disciplinas de Imunologia
Básica, Imunologia Clínica e Patologia Geral para o curso de Farmácia, e Patologia
Geral, Patologia Clínica e Pesquisas em Ciências Médicas para o curso Medicina. Foi
coordenador do curso de Medicina da UEG - UnU Itumbiara de janeiro de 2020 a
setembro de 2021

Referências

Allemani, C., Matsuda, T., di Carlo, V., Harewood, R., Matz, M., Nikšić, M., Bonaventure, A., Valkov, M., Johnson, C. J., Estève, J., Ogunbiyi, O. J., Azevedo e Silva, G., Chen, W. Q., Eser, S., Engholm, G., Stiller, C. A., Monnereau, A., Woods, R. R., Visser, O., … & Lewis, C. (2018). Global surveillance of trends in cancer survival 2000-14 (CONCORD-3): analysis of individual records for 37 513 025 patients diagnosed with one of 18 cancers from 322 population-based registries in 71 countries. Lancet (London, England), 391(10125), 1023–1075. https://doi.org/10.1016/S0140-6736(17)33326-3

Alves Ribeiro, R. R., Rolim de Brito, I., Andrade Souza, K., de Castro Souza, L., Almeida de Oliveira, T., & Weller, M. (2021). Risk of Colorectal Cancer in a Brazilian Population is Differentially Associated with the Intake of Processed Meat and Vitamin E. 74(3), 820–829. https://doi.org/10.1080/01635581.2021.1926519

Angelo, S. N., Lourenço, G. J., Magro, D. O., Nascimento, H., Oliveira, R. A., Leal, R. F., Ayrizono, M. D. L. S., Fagundes, J. J., Coy, C. S. R., & Lima, C. S. P. (2016). Dietary risk factors for colorectal cancer in Brazil: a case control study. Nutrition Journal, 15(1). https://doi.org/10.1186/S12937-016-0139-Z

BRASIL. Ministério da Saúde. (2014). Núcleo de Apoio à Saúde da Família: 1. Ministério da Saúde. https://aps.saude.gov.br/biblioteca/visualizar/MTIwNg==

De, M., Medrado-Faria, A., Wilson, J., de Almeida, R., Maria, D., & Zanetta, T. (2001). Gastric and colorectal cancer mortality in an urban and industrialized area of Brazil. Revista Do Hospital Das Clínicas, 56(2), 47–52. https://doi.org/10.1590/S0041-87812001000200003

Dzutsev, A., Badger, J. H., Perez-Chanona, E., Roy, S., Salcedo, R., Smith, C. K., & Trinchieri, G. (2017). Microbes and Cancer. Annual Review of Immunology, 35, 199–228. https://doi.org/10.1146/ANNUREV-IMMUNOL-051116-052133

Estrela, C. (2018). Metodologia científica ciência, ensino, pesquisa.

Ghosh, N. R., & Jones, L. A. (2022). Dietary risk factors for esophageal cancer based on World Health Organization regions. Nutrition (Burbank, Los Angeles County, Calif.), 95. https://doi.org/10.1016/J.NUT.2021.111552

Gomes, M. A., Priolli, D. G., Tralhão, J. G., & Botelho, M. F. (2013). Carcinoma hepatocelular: epidemiologia, biologia, diagnóstico e terapias. Revista Da Associação Médica Brasileira, 59(5), 514–524. https://doi.org/10.1016/J.RAMB.2013.03.005

Guimarães, R. M., Muzi, C. D., Boccolini, C. S., Boccolini, P. M. M., & Boeira, S. F. (2012). Tendência da mortalidade por câncer de cólon e reto no Brasil segundo sexo, 1980?2009. Cad. Saúde Colet., (Rio J.). http://www.cadernos.iesc.ufrj.br/cadernos/images/csc/2012_1/artigos/CSC_v20n1_121-127.pdf

Hanahan, D. (2022). Hallmarks of Cancer: New Dimensions. Cancer Discovery, 12(1), 31–46. https://doi.org/10.1158/2159-8290.CD-21-1059

IBGE. (2010a). IBGE - Pirâmide Etária - Itumbiara (GO). https://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php?codigo=521150

IBGE. (2010b). IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. https://web.archive.org/web/20170905163107/http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geografia/default_div_int.shtm

IBGE. (2021a). Áreas Territoriais | IBGE. https://www.ibge.gov.br/geociencias/todos-os-produtos-geociencias/15761-areas-dos-municipios.html?=&t=acesso-ao-produto

IBGE. (2021b). IBGE | Cidades | Goiás | Itumbiara | Panorama. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/itumbiara/panorama

IMB. (2016). Painéis Municipais - Sínteses Municipais - IMB. https://www.imb.go.gov.br/index.php?option=com_content&view=category&id=217&Itemid=209

INCA. (2019). Estimativa 2020 – Incidência de Câncer no Brasil. https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil/

INCA. (2022a). Câncer de esôfago — Português (Brasil). https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/esofago

INCA. (2022b). Câncer de estômago — Português (Brasil). https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tipos/estomago

INCA - Instituto Brasileiro de Cancerologia. (2022). Incidência — Português (Brasil). https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/dados-e-numeros/incidencia

jamovi - open statistical software for the desktop and cloud. (2022). https://www.jamovi.org/

Kassab, P., & Leme, P. L. S. (2003). Epidemiologia do câncer gástrico. Revista Da Associação Médica Brasileira, 49(2), 128–128. https://doi.org/10.1590/S0104-42302003000200020

Kumar, V., Abbas, A. K., Aster, J. C., Cotran, R. S., & Robbins, S. L. (Stanley L. (2020). Robbins & Cotran pathologic basis of disease.

Melquíades De Melo, M., Cápua Nunes, L., Cristina, I., & Leite, G. (2012). Relação entre Fatores Alimentares e Antropométricos e Neoplasias do Trato Gastrointestinal: Investigações Conduzidas no Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia, 58(1), 85–95. https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2012v58n1.640

Meng, C., Bai, C., Brown, T. D., Hood, L. E., & Tian, Q. (2018). Human Gut Microbiota and Gastrointestinal Cancer. Genomics, Proteomics & Bioinformatics, 16(1), 33–49. https://doi.org/10.1016/J.GPB.2017.06.002

Pearlman, R., Frankel, W. L., Swanson, B., Zhao, W., Yilmaz, A., Miller, K., Bacher, J., Bigley, C., Nelsen, L., Goodfellow, P. J., Goldberg, R. M., Paskett, E., Shields, P. G., Freudenheim, J. L., Stanich, P. P., Lattimer, I., Arnold, M., Liyanarachchi, S., Kalady, M., … Hampel, H. (2017). Prevalence and Spectrum of Germline Cancer Susceptibility Gene Mutations Among Patients with Early-Onset Colorectal Cancer. JAMA Oncology, 3(4), 464–471. https://doi.org/10.1001/JAMAONCOL.2016.5194

Presidência da República. (1990). Lei 8.080/90. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm

Queiroga, R. C., & Pernambuco, A. P. (2006). Câncer de esôfago: epidemiologia, diagnóstico e tratamento. Revista Brasileira de Cancerologia, 52(2), 173–178. https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2006v52n2.1891

Roy, S., & Trinchieri, G. (2017). Microbiota: a key orchestrator of cancer therapy. Nature Reviews. Cancer, 17(5), 271–285. https://doi.org/10.1038/NRC.2017.13

Santos, M. de O. (2018). Estimativa 2018: Incidência de Câncer no Brasil. Revista Brasileira de Cancerologia, 64(1), 119–120. https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2018v64n1.115

Sia, D., Villanueva, A., Friedman, S. L., & Llovet, J. M. (2017). Liver Cancer Cell of Origin, Molecular Class, and Effects on Patient Prognosis. Gastroenterology, 152(4), 745–761. https://doi.org/10.1053/J.GASTRO.2016.11.048

Siegel, R. L., Miller, K. D., Fuchs, H. E., & Jemal, A. (2021). Cancer Statistics, 2021. CA: A Cancer Journal for Clinicians, 71(1), 7–33. https://doi.org/10.3322/CAAC.21654

Siegel, R. L., Miller, K. D., & Jemal, A. (2016). Cancer statistics, 2016. CA: A Cancer Journal for Clinicians, 66(1), 7–30. https://doi.org/10.3322/CAAC.21332

Siegel, R. L., Miller, K. D., & Jemal, A. (2020). Cancer statistics, 2020. CA: A Cancer Journal for Clinicians, 70(1), 7–30. https://doi.org/10.3322/CAAC.21590

Soares, A., Dorlivete, P., Shitsuka, M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica.

Souza, D. L. B., Jerez-Roig, J., Cabral, F. J., de Lima, J. R. F., Rutalira, M. K., & Costa, J. A. G. (2014). Colorectal cancer mortality in Brazil: predictions until the year 2025 and cancer control implications. Diseases of the Colon and Rectum, 57(9), 1082–1089. https://doi.org/10.1097/DCR.0000000000000186

Starý, L., Mezerová, K., Vysloužil, K., Zbořil, P., Skalický, P., Stašek, M., & Raclavský, V. (2020). Candida albicans culture from a rectal swab can be associated with newly diagnosed colorectal cancer. Folia Microbiologica, 65(6), 989–994. https://doi.org/10.1007/S12223-020-00807-3

Stoffel, E. M., & Murphy, C. C. (2020). Epidemiology and Mechanisms of the Increasing Incidence of Colon and Rectal Cancers in Young Adults. Gastroenterology, 158(2), 341–353. https://doi.org/10.1053/J.GASTRO.2019.07.055

Thanikachalam, K., & Khan, G. (2019). Colorectal Cancer and Nutrition. Nutrients, 11(1). https://doi.org/10.3390/NU11010164

Torre, L. A., Siegel, R. L., Ward, E. M., & Jemal, A. (2016). Global Cancer Incidence and Mortality Rates and Trends--An Update. Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention: A Publication of the American Association for Cancer Research, Cosponsored by the American Society of Preventive Oncology, 25(1), 16–27. https://doi.org/10.1158/1055-9965.EPI-15-0578

Uhlenhopp, D. J., Then, E. O., Sunkara, T., & Gaduputi, V. (2020). Epidemiology of esophageal cancer: update in global trends, etiology and risk factors. Clinical Journal of Gastroenterology, 13(6), 1010–1021. https://doi.org/10.1007/S12328-020-01237-X

Wang, Z., Graham, D. Y., Khan, A., Balakrishnan, M., Abrams, H. R., El-Serag, H. B., & Thrift, A. P. (2018). Incidence of gastric cancer in the USA during 1999 to 2013: a 50-state analysis. International Journal of Epidemiology, 47(3), 966–975. https://doi.org/10.1093/IJE/DYY055

Downloads

Publicado

24/11/2022

Como Citar

LESO, H. D. .; MORAES, J. B. de .; AMORIM, I.; CARMO, J. P. M. do . Epidemiologia do Câncer do Trato Gastrointestinal em Itumbiara, Goiás, entre 1999 e 2019. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 15, p. e483111537540, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i15.37540. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/37540. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde