Tempo de tela e sua associação com estilo de vida dos adolescentes em um município do Nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.37671Palavras-chave:
Adolescente; Sono; Comportamento Alimentar; Estilo de Vida; Tempo de tela; Exercício físico.Resumo
Objetivo: Associar o tempo de tela com alimentação, atividade física, sono e variáveis sociodemográficas em adolescentes brasileiros, estudantes de instituições públicas urbanas. Métodos: Estudo observacional, transversal, quantitativo, analítico aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Sergipe (CAAE 38981320.2.0000.5546) com alunos de 10 a 18 anos de uma escola pública de um município no Nordeste brasileiro. Foi realizada uma análise descritiva do tempo de tela, variáveis sociodemográficas, econômicas, ano letivo, atividade física, duração do sono e sonolência diurna. O teste exato de Fisher e o teste qui-quadrado de Pearson foram utilizados para analisar a hipótese de independência e o teste de Mann-Whitney para avaliar a hipótese de igualdade da mediana de duas amostras, além de regressão logística simples e múltipla. Resultados: Participaram do estudo 364 alunos. O oitavo e o nono ano do ensino fundamental; o primeiro e o segundo ano do ensino médio fizeram uso mais excessivo de aparelhos eletrônicos. Há maior chance de tempo de tela acima do recomendado naqueles com maior nível socioeconômico. O tempo elevado de tela foi associado à presença de sonolência diurna, com maior prevalência de tempo excessivo de tela em escolares que consideravam raramente e frequentemente tinham sonolência. Conclusões: A prevalência de tempo excessivo de tela foi maior em adolescentes considerados mais velhos, quando comparados aos mais jovens e naqueles com melhores condições socioeconômicas. É possível que o tempo de tela influencie na menor duração do sono e na presença de sonolência diurna.
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