Revisão dos aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e toxicológicos de Tridax procumbens L.

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i15.37834

Palavras-chave:

Asteraceae; Erva-de-touro; Fitoterapia; Revisão narrativa.

Resumo

As plantas medicinais, historicamente, são utilizadas pelo homem na prevenção e na cura de doenças. Devido a suas propriedades terapêuticas são importantes instrumentos para a assistência farmacêutica e têm sua valorização orientada pela Organização Mundial da Saúde. A exemplo, Tridax procumbens L, pertencente à família Asteraceae, popularmente conhecida como erva-de-touro, apresenta folhas e flores com atividades terapêuticas. Devido a isso, o presente estudo teve por objetivo realizar uma revisão narrativa dos aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e toxicológicos de T. procumbens. Desta forma, pode-se identificar uma variedade de constituintes químicos da espécie estuda englobando a presença de ácidos graxos saturados e insaturados, alcaloides, carboidratos, polifenóis e taninos. Estes possivelmente estão relacionadas às atividades farmacológicas e biológicas, onde foi possível constatar as atividades antimicrobiana, anticoagulante, anticâncer e anti-inflamatória e larvicida. Em relação aos testes toxicológicos demonstraram que T. procumbens não apresentou toxicidade, mesmo em altas concentrações, exibindo elevada margem de segurança. Dessa forma, esse conjunto de informações demonstra a importância dessa espécie. Todavia, estudos complementares acerca dos compostos químicos, atividades farmacológicas e biológicas dos órgãos vegetativos e reprodutivos da espécie se fazem necessários uma vez que podem apresentar potencial para fomentar a incorporação em futuros estudos.

Referências

Abubakar, A., Ogbadoyi, E. O., Okogun, J. I., Gbodi, T. I. & Tifin U. F. (2012). Acute and sub chronic toxicity of Tridax procumbens in experimental animals. Journal of Environmental Science Toxicology and Food Technology. 1, 19-27

Agrawal, S. S., Talele, G.S. (2011). Bioactivity guided isolation and characterization of the phytoconstituents from the Tridax procumbens. Revista Brasileira de Farmacognosia. 21, 58-62

Ali, M., Ravinder, E. & Ramachandram, R. (2001). Phytochemical communication a new flavonoid from the aerial parts of Tridaxprocumbens. Fitoterapia, 72, 313-315. https://doi.org/10.1016/S0367-326X(00)00296-3

Akbar, E., Malik, A., Afza, N. & Hai, S.M.A. (2002). Flavone glycosides and bergenin derivatives from Tridax procumbens. Heterocycles, 57, 733–739. http://dx.doi.org/10.3987/COM-02-9432

Ayyappa, D. M. P., Dhanabalan, R., Doss, A. & Palaniswamy, M. (2009). Phytochemical Screening and Antibacterial Activity of Aqueous and Methanolic Leaf Extracts of Two Medicinal Plants against Bovine Mastitis Bacterial Pathogens. Ethnobotanical Leaflets, 2009(1), 15.

Azevedo, K. D. (2002). Plantas medicinais e aromáticas. Niterói: PESAGRO-RIO, 4 p. (PESAGRO-RIO. Documentos, 81.

Badke, M. R., Budo, M.L.D., Silva, F.M. & Ressel. (2011). Ervas: conhecimento baseado na prática da vida cotidiana popular. Escola Ana Neri. 15, 132-139.

Batista, L. S. & Kumada, K. M. O. (2021). Análise metodológica sobre as diferentes configurações da pesquisa bibliográfica. Rev. Bras. de Iniciação Científica, 8(e021029), 1-17.

Brandão, L. B., Santos, L. L., Martins, R. L.,Rodrigues, A. B. L., Rabelo, E. M., Galardo, A, K. R., Almeida, S. S. M. S. (2021). Larvicidal Evaluation against Aedes aegypti and Antioxidant and Cytotoxic Potential of the Essential Oil of Tridax procumbens L. Leaves. The Scientific World Journal. V. 2021.

Brandão, M., Gavilanes, M. L. & Laca-Buendia, J. P. (1985). Plantas daninhas raramente mencionadas ou não citadas como ocorrentes em Minas Gerais. Informe Agropecuário, 11(129), 12-15.

Bhat, R. S., Shankrappa, J. & Shivakumar, H. G. (2007). Formulation and evaluation of polyherbal wound treatments. Asian J. Pharmacol., 2, 11-7.

CTFB - Catálogo Taxonômico da Fauna do Brasil. (2020). http://fauna.jbrj.gov.br/fauna/listaBrasil/ConsultaPublicaUC/ConsultaPublicaUC.do. Acesso em 23 de out. de 2022.

Carneiro, F. M., Silva, M. J. P., Borges, L. L., Albernaz, L. C. & Costa, J. D. P. (2014). Tendências Dos Estudos Com Plantas Medicinais No Brasil. Revista Sapiência: sociedade, saberes e práticas educacionais, 3(2), 44–75.

Chauhan, B. & Johnson, D. (2008). Germination of Two Troublesome Asteraceae Species of Rainfed Rice: Siain Weed (Chromolaena odorata) and Coat Buttons (Tridax procumnens). Weed Science, 56(4) 567-573. https://doi.org/10.1614/WS-07.200.1

Clemente Filha, A. C. (1996). Aspectos fisiológicos e fitoquímicps de Bauhinia forficata Link e Plantagomajor L. Lavras: UFLA. 67p. (Dissertação - Mestrado em Fisiologia Vegetal).

Devi, D. R., Sandhya, P., Subhashri, S. & Hari, B. N. V. (2014). Tridax procumbens: A herbal nano formulation for cancertherapy. Asian Journal of Chemistry. 26, 3719-3723. https://doi.org/10.14233/ajchem.2014.17061. 2014

Edeoga, H. O., Okwu, D. E. & Mbaebie, B. O. (2005). Phytochemical constituents of some Nigerian medicinal plants. Afr. J. Biotechnol., 4, 685-688. https://doi.org/10.5897/AJB2005.000-3127

Ferreira Neto, P. T. P., Santos, T. R. & Tellis, C. J. M. (2022). Desenvolvimento de novos derivados de plantas medicinais para doenças negligenciadas: uma análise bibliométrica. Revista Fitos. 6(2), 267-292. https://doi.org/10.32712/2446-4775.2022.1287

Gadre, A. P. & Gabhe, S. Y. (1988). Saturated and unsaturated fatty acids from Tridax procumbens. Indian Journal of Pharmaceutical Sciences, 50, 168.

Gamboa-Leon, R., Vera-Ku, M. & Peraza-Sanchez, S. R. (2014). Antileishmanial activity of a mixture of Tridax procumbens and Allium sativum in mice. Parasite. 21:15. https://doi.org/10.1051/parasite/2014016.

Gebhardt, R. (2000). In vitro screening of plant extracts and phytopharmaceuticals: novel approaches for the elucidation of active compounds and their mechanisms. Planta Medica, 66, 99-105. https://doi.org/10.1055/s-2000-11134

Ikese, C. O., Okoye, Z. C., Kukwa, D. T., Adoga, S. O. & Lenka, J. L. (2015). Effect of aqueousleaf extract of Tridax procumbens on blood coagulation. International Journal of Pharmaceutical Sciences and Research, 6(8), p.3391. https://doi.org/10.13040/IJPSR.0975-8232.6(8).3391-95

Ingole, V. V., Mhaske, P. C. & Katade, S. R. (2022). Phytochemistry and pharmacological aspects of Tridax procumbens (L.): A systematic and comprehensive review. Phytomedicine Plus, 2(1).

Jana, B. & Mukherjee, S. (2012). Comparative morphological and anatomical studies of cypselas or some members of the tribe Millirieae. International Journal of Pharmaceutical Research and Bioscience, 1, 317-330. https://doi.org/10.1016/j.phyplu.2021.100199

Kumar, J. B. & Sobhan, K. R. (2012). Comparative morphological and anatomical studies of cypselas of some members of the tribe Millerieae (Asteraceae). Journal of Pharmaceutical Research,1, 317-330.

Laranjeira, D. B. S., Santos, D. B., Santos, D. B., Machado, M. S. & Laranjeira, L. S. (2016). Plantas medicinais em quintais produtivos no semiárido baiano. Cadernos Macambira, 1(2), 123-127.

Lorenzi, H. (1991). Plantas daninhas do Brasil. 2.ed. Nova Odessa: Plantaram. 440 p.

Matiello, J., Granzotto, F. & Rovedder, A. P. M. (2022). Plantas nativas ornamentais do bioma Pampa: potenciais e popularização. Curitiba: CRV. 128 p.

Mecina, G. F. (2018). Caracterização de compostos de Hordeumvulgare L.(Poaceae) e Tridax procumbens L. (Asteraceae) no controle de cianobactérias produtoras das cianotoxinas e plantas daninhas. 2018. Tese (Doutorado). Instituto de Química, Universidade Estadual Paulista- São Paulo.

Melo, C. R., Lira, A. B., Alves, M. F. & Lima, C. M. B. L. (2017). O The use of medicinal plants for parasitic diseases. Revista Acta Brasiliensis, 1(1), 28-32. https://doi.org/10.22571/Actabra1120177

Owoyemi, O. O., Oladunmoye, M. K. (2017). Phytochemical Screening and Antibacterial Activities of Bidens pilosa L. and Tridax procumbens L. on Skin Pathogens. International Journal of Modern Biology and Medicine, 8(1), 24-46

Palombo, E. A. & Semple, S. J. (2001). Antibacterial activity of traditional Australian medicinal plants. J. Ethnopharmacol., 77, 151-157. https://doi.org/10.1016/s0378-8741(01)00290-2

Pareek, H., Sharma, S., Khajja, B. S., Jain, K. & Jain G. (2009). Evaluation of hypoglycemic and anti-hyperglycemic potential of Tridax procumbens (Linn.) BMC Complement. Altern. Med. 9, 1-7. https://doi.org/10.1186/1472-6882-9-48.

Pereira, M. L. S. (2022). Avaliação da atividade antibacteriana dos extratos vegetais do caule e da folha de Tridax procumbens. In: VIII Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Goiás - UEG (VIII CEPE), 2022. Disponível em: <https://www.doity.com.br/anais/8cepe/trabalho/223490>. Acesso em: 10 nov. 2022.

Raju, T. S. & Davidson, E. A. (1994). Structural features of water-soluble novel polysaccharide components from the leaves of Tridax procumbens Linn. Carbohydr Res., 20(258), 243-54. https://doi.org/10.1016/0008-6215(94)84090-3. PMID: 8039178.

Ravikumar V., Shivashangari K.S. & Devaki T. (2005). Hepatoprotective activity of Tridax procumbens against D-galactosamine/lipopolysaccharide-induced hepatitis in rats. J. Ethnopharmacol. https://doi.org/10.1016/j.jep.2005.03.019.2005

Sampaio, R. C. (2021). Análise de conteúdo categorial: manual de aplicação. Brasília: Enap. 155 p.

Silva, M.G.P. & Silva, M.M.P. (2018). Avaliação do uso de fitoterápicos em distúrbios psiquiátricos. Revista de Atenção à Saúde, 16 (56), 77-82. https://doi.org/10.13037/ras.vol16n56.4951.

Silva, M. G., Furtado, M. M., Osório, A. T., Morais, I. C. P. S., Amaral, M. P. M., Coêlho, A. G. & Arcanjo, D. D. R. (2021). A importância dos ensaios de toxicidade para o desenvolvimento e o registro de fitoterápicos no Brasil. Research, Society and Development, 10(12), e538101220137. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i12.20137

Souza, M.T., Silva, M.D., & Carvalho, R. (2008). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, 8 (1), 102-106. https://doi.org/10.1590/s1679- 45082010rw1134.

Syed, A. N., Benit, A. A., Alyousef, A. & Alqasim, M. (2020). Potencial antibacteriano in vitro, antioxidante e atividade citotóxica das folhas de Tridax procumbens. Saudi J. Biol. Sci., 27, 757-761. https://doi.org/10.1016/j.sjbs.2019.12.031

Silva, A. A.; Andrade, L. H. (2013). Utilização de espécies de Asteraceae por comunidades rurais do nordeste do Brasil: relatos em Camocim de São Félix, Pernambuco. Revista Biotemas, 26(2): 93-104. https://doi.org/10.5007/2175-7925.2013v26n2p93

Taddei, A. & Rosas-Romero, A. J. (2000). Bioactivity studies of extracts from Tridax procumbens. Phytomedicine, 7(3): 235-238. https://doi.org/10.1016/s0944-7113(00)80009-4

Verme, A. R. K. & Gupta, M. M. (1988). Lipid constituintes of Tridax procumbens. Phytochemistria, 27, 459-463. https://doi.org/10.1016/0031-9422(88)83120-0

Vitto, L. A. & Petenatti, E. M. (2009). Asteráceas de importancia económica y ambiental. Primera parte. Sinopsis morfológica y taxonómica, importancia ecológica y plantas de interés industrial. Multequina, 18, 87-115.

Yadava, R. N. & Saurabh, K. (1998). A new flavone glycoside: 5,7,4'-trihydroxy-6,3'-dimethoxy flavone 5-O-alpha-L-rhamnopyranoside from the leaves of Tridax procumbens Linn. J Asian Nat Prod Res., 1(2), 147-52. https://doi.org/10.1080/10286029808039857

WHO - World Health Organization. (‎1998)‎. The World health report. Life in the 21st century: a vision for all: report of the Director-General. World Health Organization. https://apps.who.int/iris/handle/10665/42065.

Downloads

Publicado

27/11/2022

Como Citar

RAMOS, M. T. A. D. .; MAGALHÃES, C. dos S.; VASCONCELOS, A. L. de .; RANDAU, K. P. . Revisão dos aspectos botânicos, químicos, farmacológicos e toxicológicos de Tridax procumbens L. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 15, p. e581111537834, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i15.37834. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/37834. Acesso em: 1 jul. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão