Infecções fúngicas em pacientes com Covid-19 internados na Unidade de Terapia Intensiva de um Hospital Universitário no nordeste brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.38257Palavras-chave:
Unidade de Terapia Intensiva; COVID-19; Indicadores de morbimortalidade.Resumo
Objetivo: determinar a incidência de infecções fúngicas em pacientes com Covid, determinar as principais topografias e o desfecho dos pacientes internados em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital universitário do nordeste brasileiro. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, realizado na UTI de um hospital universitário do nordeste brasileiro, no período de maio de 2020 a dezembro de 2021. Resultados: De 252 pacientes admitidos na UTI COVID, 126 (50,4%) eram do sexo masculino e 124 (49,6%) do sexo feminino. A faixa etária de maior incidência de infecções hospitalares associadas à Covid ocorreu em pacientes com mais de 60 anos. Quanto à topografia, 74 (29,4%) pacientes tiveram pneumonia associada à ventilação mecânica clínica, 63 (25%) infecção primária da corrente sanguínea piogênico, 53 (21%) pneumonia associada à ventilação mecânica laboratorial e 44 (17,5%) infecções do trato urinário. 70 (38,9%) das infecções foram diagnosticadas por meio de hemocultura periférica e 54 (30%) por meio de aspirado traqueal. Do total de infecções, 30 (11,9%) foram causadas por candida albicans e 23 (9,1%) por candida não albicans. Registrou-se 138 (54,8%) óbitos, sendo 23 (62,2%) causados por candida albicans e 14 (37,8%) por candida não albicans. Conclusão: O presente estudo ressalta a importância de medidas preventivas conforme os protocolos de segurança do paciente indicam, e de atualizações constantes para os profissionais de saúde em relação ao manejo adequado aos pacientes em cuidados hospitalares.
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