Características de mulheres vítimas de violência: uma revisão integrativa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38342

Palavras-chave:

Enfermagem Forense; Violência contra a Mulher; Saúde Mental; Saúde da mulher.

Resumo

Objetivo: identificar as características de mulheres vítimas de violência. Método: trata-se de uma revisão integrativa, que utilizou cinco base de dados, com três cruzamentos de Descritores em Ciência da Saúde em português, inglês e espanhol, encontrando uma amostra final de 22 artigos. Resultados: as principais características foram: idade entre 18 e 30 anos, uso de álcool/drogas, serem universitárias, afiliadas a repúblicas, histórico de negligência e abuso infantil, predominância de violência sexual, presença de sofrimento e transtornos mentais como transtorno de ansiedade generalizada, depressão, transtorno de estresse pós-traumático e transtorno de personalidade esquizoide, limítrofe e paranoica. Emergiram três categorias de discussão relacionadas a características das vítimas: comportamentos adictos, fatores e comportamentos de risco e transtornos mentais. Considerações finais: evidencia-se a importância de o enfermeiro dispor de conhecimento sobre os fatores capazes de aumentar o risco à violência, com o intuito de trabalhar a prevenção e promoção de saúde, tal como a percepção das características reproduzidas em mulheres vítimas de violência, com o objetivo de identificar precocemente os casos, aliviando a forte pressão causada pela violência no âmbito pessoal, familiar e social, além de prestar a assistência adequada às vítimas.

Referências

Abeforense. Associação Brasileira de Enfermagem Forense (2020). Cartilha de Orientações da Enfermagem Forense. https://www.abeforense.org.br/wp-content/uploads/2017/11/Cartilha-de-Orienta%C3%A7%C3%B5es-da-Enfermagem-Forense-ABEFORENSE.pdf

Baigorria, J., Warmling, D., Neves, C. M., Delziovo, C. R., & Coelho, E. B. S. (2017). Prevalência e fatores associados da violência sexual contra a mulher: revisão sistemática. Rev. salud pública, 19, 818–826. https://doi.org/10.15446/rsap.v19n6.65499

Bandeira, L. (2009). Três décadas de resistência feminista contra o sexismo e a violência feminina no Brasil: 1976 a 2006. Soc. Estado, 24(2): 401–438. https://doi.org/10.1590/S0102-69922009000200004

Bosch, J., Weaver, T. L., Arnold, L. D., & Clark, E. M. (2015). The Impact of Intimate Partner Violence on Women’s Physical Health: Findings From the Missouri Behavioral Risk Factor Surveillance System. J. Interpers. Violence, 32(22), 3402–3419. https://doi.org/10.1177/0886260515599162

Both, L. M., Favaretto, T. C., & Freitas, L. H. M. (2019). Cycle of violence in women victims of domestic violence: Qualitative analysis of OPD 2 interview. Brain and Behavior, 6;9(11). https://doi.org/10.1002/brb3.1430

Breiding, M. J., Smith, S. G., Basile, K. C., Walters, M. L., Chen, J., & Merrick, M. T. (2014). Prevalence and characteristics of sexual violence, stalking, and intimate partner violence victimization--national intimate partner and sexual violence survey, United States, 2011. MMWR, 25188037. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/25188037

Brunton, R., & Dryer, R. (2022). Sexual violence and Australian women: A longitudinal analysis of psychosocial and behavioral outcomes. Soc. Sci. Med., 292:114334. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2021.114334.

Bryan, A. E. B., Norris, J., Abdallah, D. A., Stappenbeck, C. A., Morrison, D. M., Davis, K. C., & Zawacki, T. (2016). Longitudinal Change in Women's Sexual Victimization Experiences as a Function of Alcohol Consumption and Sexual Victimization History: A Latent Transition Analysis. Psychology of violence, 6(2), 271. https://doi.org/10.1037/a0039411

Cofen (2022, December 01). Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem. http://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-no-5642017_59145.html

Cohn, A., Hagman, B. T., Moore, K., Mitchell, J., & Ehlke, S. (2014). Does negative affect mediate the relationship between daily PTSD symptoms and daily alcohol involvement in female rape victims? Evidence from 14 days of interactive voice response assessment. Psychology of addictive behaviors: Journal of the Society of Psychologists in Addictive Behaviors, 28(1), 114. https://doi.org/10.1037/a0035725

Combs, J. L., Riley, E. N., Peterson, S. J., Jordan, C. E., & Smith, G. T. (2018). Pre-Assault Personality Predicts the Nature of Adverse Outcomes Among Sexual Assault Victims. J. Stud. Alcohol Drugs, 79(2):258-268. https://doi.org/10.15288/jsad.2018.79.258.

Costa, D. A. J. (2016). Pensamentos intrusivos desagradáveis: frequência, avaliação e estratégias para os controlar [Dissertação]. https://sapientia.ualg.pt/handle/10400.1/9962

Crespo, M., Soberón, C., Fernández-Lansac, V., & Gómez-Gutiérrez, M. M. (2017). Alcohol and psychotropic substance use in female Spanish victims of intimate partner violence. Psicothema, 29(2):191-196. https://doi.org/10.7334/psicothema2016.212.

Curia, B. G., Gonçalves, V. D., Zamora, J. C., Ruoso, A., Ligório, I. S., & Habigzang, L. (2020). Produções Científicas Brasileiras em Psicologia sobre Violência contra Mulher por Parceiro Íntimo. Psicol. Ciênc. prof., 40. https://doi.org/10.1590/1982-3703003189184

Dias, L. B., Prates, L. A., & Cremonese, L. (2021). Perfil, fatores de risco e prevalência da violência contra a mulher. Sanare, 20(1). https://doi.org/10.36925/sanare.v20i1.1484

Felippe, A. M., de Jesus, S. R., da Silva, Y. V., Lourenço, L. M., & Grincenkov, F. R. S. (2016). Violência praticada pelo parceiro íntimo e o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Psique, 1(2), 95–111. http://seer.uniacademia.edu.br/index.php/psq/article/view/949

Fernandes, D. L. (2011). Representações sociais de adolescentes sobre o câncer de colo do útero [Dissertação]. https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9254

Fielding-Miller, R., Shabalala, F., Masuku, S., & Raj, A. (2019). Epidemiology of Campus Sexual Assault Among University Women in Eswatini. J. Interpers. Violence, 36(21-22), NP11238–NP11263. https://doi.org/10.1177/0886260519888208

Franklin, C. A. (2016). Sorority Affiliation and Sexual Assault Victimization: Assessing Vulnerability Using Path Analysis. Violence Against Women., 22(8):895-922. https://doi.org/10.1177/1077801215614971.

Gisladottir, A., Gudmundsdottir, B., Gudmundsdottir, R., Jonsdottir, E., Gudjonsdottir, G. R., Kristjansson, M., & Valdimarsdottir, U. A. (2012). Increased attendance rates and altered characteristics of sexual violence. Acta Obstet. Gynecol. Scand., 91(1):134-142. https://doi.org/10.1111/j.1600-0412.2011.01283.x.

Golder, S., Connell, C. M., & Sullivan, T. P. (2012). Psychological distress and substance use among community-recruited women currently victimized by intimate partners: a latent class analysis and examination of between-class differences. Violence Against Women, 18(8):934-957. https://doi.org/10.1177/1077801212456991.

Gonzaga, A. R., & Monteiro, J. K. (2011). Inteligência emocional no Brasil: um panorama da pesquisa científica. Psic.: Teor. e Pesq., 27, 225–232. 10.1590/S0102-37722011000200013

Griebler, C. N., & Borges, J. L. (2013). Violência Contra a Mulher: Perfil dos Envolvidos em Boletins de Ocorrência da Lei Maria da Penha. Psico, 44(2). https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistapsico/article/view/11463

Hahn, C. K., Hahn, A. M., Simons, R. M., & Caraway, S. J. (2021). Women's Perceived Likelihood to Engage in Sexual Risk Taking: Posttraumatic Stress Symptoms and Poor Behavioral Regulation. J. Interpers. Violence, 36(11-12):5872-5883. https://doi.org/10.1177/0886260518802851.

Haynes, E. E., Strauss, C. V., Stuart, G. L., & Shorey, R. C. (2018). Drinking Motives as a Moderator of the Relationship Between Dating Violence Victimization and Alcohol Problems. Violence Against Women, 29332546. https://doi.org/10.1177/1077801217698047

Hellmuth, J. C., Gordon, K. C., Stuart, G. L., & Moore, T. M. (2013). Women’s Intimate Partner Violence Perpetration During Pregnancy and Postpartum. Matern. Child Health J., 17(8), 1405. https://doi.org/10.1007/s10995-012-1141-5

Hsieh, H.-F., Heinze, J. E., Lang, I., Mistry, R., Buu, A., & Zimmerman, M. A. (2017). Violence Victimization, Social Support, and Papanicolaou Smear Outcomes: A Longitudinal Study from Adolescence to Young Adulthood. J. Women’s Health, 26(12):1340-1349. https://doi.org/10.1089/jwh.2016.5799

Jacques-Tiura, A. J., Lanni, D. J., Anderson, L. A., & Naar, S. (2021). Victimization and Food Addiction Symptoms: Direct and Indirect Effects through Emotion Dysregulation, Impulsivity, and Loss-of-Control Eating. Psychol. Women Q., 45(2):243-254. https://doi.org/10.1177/0361684320987126.

Lima, J. M., & Rudge, A. M. (2015). Neurose obsessiva ou TOC? Tempo psicanalítico, 47(2), 171–187. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-48382015000200012&lng=pt&nrm=iso.

Mannarini, S., Taccini, F., & Rossi, A. A. (2021). Women and Violence: Alexithymia, Relational Competence and Styles, and Satisfaction with Life: A Comparative Profile Analysis. Behav. Sci., 11(11):147. https://doi.org/10.3390/bs11110147.

Mendes, K. D. S., Silveira, R. C. d. C. P., & Galvão, C. M. (2008). Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto contexto - enferm., 17, 758–764. 10.1590/S0104-07072008000400018

Moreira, P. A. S., Pinto, M., Cloninger, C. R., Rodrigues, D., & da Silva, C. F. (2019). Understanding the experience of psychopathology after intimate partner violence: the role of personality. PeerJ, 7. https://doi.org/10.7717/peerj.6647

Nguyen, H. V., Schacht, R. L., Yang, J. P., George, W. H., & Pantalone, D. W. (2018). Asian American Women’s Victimization History and In-The-Moment Responses to Partner Violence. J. Interpers. Violence, 36(5-6), NP3080–NP3103. https://doi.org/10.1177/0886260518770186

Nunes, G. C., Nascimento, M. C. D., & de Alencar, M. A. C. (2016). IDonline., 10(29), 144–151. https://doi.org/10.14295/idonline.v10i1.390

Oliveira, M. A., Vellarde, G. C., & Sá, R. A. M. d. (2015). Entendendo a pesquisa clínica III: estudos de coorte. Femina, 105–110. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-763819

Oms (1996). Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde: CID-10 Décima revisão. (3ª ed.) São Paulo: EDUSP.

Pinto, C. L., & Christino, J. M. M. (2021). Violência contra mulheres: 44 anos de pesquisa mapeados a partir dos softwares citespace e VOSviewer. Pensando familias, 25(2), 159–175. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-494X2021000200012

Queirós, T. P., Coelho, F. S., Linhares, L. A., & Correia, D. T. (2019). Esquizofrenia: O Que o Médico Não Psiquiatra Precisa de Saber. Acta Méd. Port., 32(1), 70. https://doi.org/10.20344/amp.10768

Rabelo, D. P., Santos, K. C., & Aoyama, E. A. (2019). Incidência da violência contra a mulher e a lei do feminicídio. ReBis, 1(4): 71-76. https://revistarebis.rebis.com.br/index.php/rebis/article/view/55

Sá, S. D. (2016). Características Sociodemográficas e de Personalidade de Mulheres Vítimas de Violência Doméstica [Tese de Doutorado]. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Santos, L. S. E., Nunes, L. M. M., Rossi, B. A., & Taets, G. (2020). Impacts of the COVID-19 pandemic on violence against women: reflections from the theory of human motivation from Abraham Maslow. Ciências em Saúde. https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.915

Silva, E. B. D., Padoin, S. M. D. M., & Vianna, L. A. C. (2013). Violência contra a mulher: limites e potencialidades da prática assistencial. Acta paul. enferm., 26, 608–613. https://doi.org/10.1590/S0103-21002013000600016

Silva, L. E. L., & de Oliveira, M. L. C. (2016). [Epidemiological characteristics of violence against women in the Federal District, Brazil, 2009-2012]. Epidemiol. Serv. Saude, 27869951. https://doi.org/10.5123/S1679-49742016000200012

Souza, M. B., da Silva, M. F. S., Tavares, R. N., de Souza, N. F., Rivas, B. M. B., Costa, C. N. M., & de Carvalho, J. L. (2018). IDonline., 12(39), 552–572. https://doi.org/10.14295/idonline.v12i39.1003

Souza, T. M., Silva, D. M., & Carvalho, R (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer Integrative review: what is it? How to do it? Revista Einstein, 8(1):102-108. http://doi.org/10.1590/s1679-45082010rw1134

Stigert, J. V. R., & do Vale Horta, P. M. (2019). O recrutamento de pessoas aplicado à educação básica: a percepção da comunidade escolar de uma rede de ensino mineira. Gestão - Revista Científica, 1(1). https://seer.uniacademia.edu.br/index.php/gestao/article/view/2403.

Sullivan, T. P., Armeli, S., Tennen, H., Weiss, N. H., & Hansen, N. B. (2020). Fluctuations in daily PTSD symptoms are related to proximal alcohol use: a micro-longitudinal study of women victims of intimate partner violence. Am. J. Drug Alcohol Abuse, 46(1):98-108. https://doi.org/10.1080/00952990.2019.1624765.

Tomé, L. A. M. P., Maciel, L. R. S., & Oliveira, G. C. (2019). Análise do perfil epidemiológico de mulheres atendidas pelo programa de atenção a vítimas de violência do Distrito Federal. CEUB, 8-59, 2019 https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/pic/article/view/7562

Ubaidi, B., Tawfeeq, F., Ayed, H., Hasan, S., & Alahmed, F. (2021). Intimate partner violence in the Kingdom of Bahrain: Prevalence, associated factors and WAST screening in primary health centres. J. Family Med. Prim. Care, 34660422. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34660422

Unger, R. (2019). Breve estudo filosófico sobre a elaboração de categorias em revisões da literatura: a perspectiva da ciência da informação. Logeion, 5(2):148–158. https://doi.org/10.21728/logeion.2019v5n2.p148-158

Vasconcelos, P. J. D. A., Neto., Moreira, R. D. S., Oliveira, F. J. M. D. Jr., & Ludermir, A. B. (2020). Tentativa de suicídio, transtorno de estresse pós-traumático e fatores associados em mulheres do Recife. Rev. bras. epidemiol., 23. https://doi.org/10.1590/1980-549720200010

Waiselfisz, J. J. (2015). Mapa da Violência 2015: Homicídio de Mulheres no Brasil. https://exposicao.enap.gov.br/items/show/225

Whitbourne, S. (2015). Perspectiva clínicas dos transtornos psicológicos. In: AMGH.

Who, World Health Organization (2021). Violence against women. World Health Organization: WHO. https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/violence-against-women

World Report 2014: Rights Trends in Relatório Mundial 2014: Brasil. (2015, April 16). https://www.hrw.org/pt/world-report/2014/country-chapters/259992

Downloads

Publicado

14/12/2022

Como Citar

DELMORO, I. de C. de L.; SOUZA, J. S. R. de .; REIS, E. M. C.; CALHEIROS, C. A. P.; LEITE, E. P. R. C. .; VILELA, S. de C. . Características de mulheres vítimas de violência: uma revisão integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n. 16, p. e447111638342, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i16.38342. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/38342. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos de Revisão