Desenvolvimento e avaliação da estabilidade de uma formulação de sabonete líquido facial à base de extrato de romã (Punica granatum L.)
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.38435Palavras-chave:
Cosmecêuticos; Tecnologia Farmacêutica; Controle de qualidade; Estudo de estabilidade.Resumo
O presente estudo objetivou desenvolver e avaliar a estabilidade de um sabonete líquido preparado com diferentes extratos da casca da romã (Punica granatum L.). Para isso, foram preparados extratos da casca da romã por duas formas de extração sólido-líquido, soxhlet e maceração. Então, desenvolveu-se formulações de sabonete líquido contendo 5% dos extratos obtidos que posteriormente foram submetidos a um estudo de estabilidade, por um período predefinido de 60 dias, armazenadas em temperatura ambiente (25,0 ± 3,0 ºC), sob refrigeração (5,0 ± 3,0 ºC) e em estufa (40,0 ± 3,0 ºC). Análises físico-químicas, como verificação das características organolépticas (odor, cor e aspecto geral), determinação do pH e teste de centrifugação, foram realizadas nos tempos t0, t7, t15, t30 e t60 dias após a formulação. Observou-se mudanças na coloração, pH e viscosidade das formulações submetidas ao calor, com ênfase na formulação preparada com o extrato obtido por soxhlet armazenada na estufa (SE), enquanto as formulações armazenadas a temperatura ambiente se mantiveram estáveis. Baseado nos resultados, conclui-se que as formulações em temperatura ambiente de ambos os extratos, mantiveram-se estáveis durante o período de 60 dias, quando armazenadas em média 25ºC ± 3ºC. Comparando as formulações com extratos diferentes, a formulação contendo extrato obtido por maceração apresentou maior estabilidade quanto às características de viscosidade e coloração. Diante disso, estudos posteriores precisam ser realizados para avaliar as diferenças entre a composição dos extratos e impactos na estabilidade, além investigar a eficácia da formulação.
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