Utilização de antidepressivos e ansiolíticos de origem vegetal por acadêmicos de medicina de uma universidade pública da região nordeste do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i16.38503Palavras-chave:
Medicamento fitoterápico; Depressão; Ansiedade; Estudantes.Resumo
Estudos relatam uma íntima relação entre o crescimento de transtornos de ansiedade e depressão na população jovem
e a rotina acadêmica, especialmente quando considerado o curso de medicina. Paralelamente, devido à facilidade de acesso e à crença na ausência de malefícios, faz com que os fitoterápicos atuantes no sistema nervoso central sejam uma alternativa bastante procurada por esse público. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa foi traçar o perfil de consumo de produtos naturais de origem vegetal para ação no sistema nervoso central em acadêmicos de medicina em uma universidade pública no nordeste do Brasil. Para tanto, as informações foram coletadas por meio de questionário online contendo perguntas específicas a partir de uma abordagem direta aos acadêmicos de medicina de uma universidade pública do nordeste brasileiro, considerando os fatores de inclusão e exclusão, sendo registrado na Plataforma Brasil do Ministério da Saúde – CAAE nº 50027121.0.0000.5011. O estudo contou com 125 participantes, onde 59 participantes afirmaram utilizar ou já terem utilizado fitoterápicos para o sistema nervoso central, sendo a Passiflora incarnata e a Valeriana officinalis as espécies mais utilizadas. Práticas inadequadas foram constatadas como a automedicação e a troca de receita. Problemas com a faculdade se mostraram como importantes estressores psicossociais e incentivadores para utilização de psicofármacos naturais. Por fim, a pesquisa apresentou semelhanças com a literatura e evidencia uma ampla utilização, sem o devido aconselhamento profissional, de fitoterápicos entre os estudantes de medicina.
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