Eficácia de um aplicativo virtual na terapia para afasia motora

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.3877

Palavras-chave:

Afasia; Terapia da linguagem; Auxiliares de Comunicação para Pessoas com Deficiência; Plasticidade neuronal.

Resumo

O objetivo deste estudo foi avaliar os resultados do uso de um aplicativo virtual na terapia de linguagem de um sujeito com afasia não fluente. Método: Primeiramente, foi elaborado um aplicativo virtual baseado no sistema SVOX Brazilian Portuguese Luciana Voice (texto-voz), instalado em um aparelho celular, com tecnologia Android 2.1. A elaboração deste aplicativo tomou como princípio a continuidade sensório-motora (acústico-articulatório e vísuo-articulatório). A terapia foi realizada por três meses sem o aplicativo e, posteriormente, mais três meses com o aplicativo. Resultados: Nos três primeiros meses, houve o incremento de gestos mais convencionais, favorecendo a comunicação do sujeito e melhorando a compreensão do interlocutor. Não obstante, o uso do aplicativo levou a uma diminuição considerável da estereotipia, que causava grande perturbação na produção oral do sujeito e impossibilitava a compreensão de sua fala sem o uso de gestos e de escrita, concomitantes. Conclusões: o aplicativo foi eficiente como ferramenta terapêutica para a melhora da produção oral do sujeito por meio da supressão da estereotipia.

Biografia do Autor

Bianca Nunes Pimentel, Universidade Federal de Santa Maria

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana da UFSM

Elenir Fedosse, Universidade Federal de Santa Maria

Docente do Departamento de Fonoaudiologia da UFSM

Claudio Cechella, Universidade Federal de Santa Maria

Docente do Departamento de Fonoaudiologia da UFSM (aposentado)

Referências

ASHA. (2018). Augmentative and Alternative Communication (AAC). American Speech-Language-Hearing Association (ASHA). Disponível em:

https://www.asha.org/public/speech/disorders/aac/. Acesso em 1º de abril de 2020.

Bahia, M. M. & Chun, R. Y. S. (2014). Augmentative and alternative communication repercussion on non-fluent aphasia. Rev. CEFAC; 16(1):147-160.

Bear, M. F., Connors B. W. & Paradiso, M. A. (2017). Neurociências: Desvendando o sistema nervoso. 4ed. Porto Alegre: Artmed.

Bearzotti, Tavano & Fabbro. (2007). Developmental of orofacial praxis of children from 4 to 8 years of age. Perceptual and motor Skills. 104(3-):1355-1366.

Boehme, A. K., Esenwa, C. & Elkind, M. S. V. (2017). Stroke Risk Factors, Genetics, and Prevention. Circulation Research. 120 (3):472-495.

Callan, D. E., Jones, J. A. & Callan, A. (2014). Multisensory and modality specific processing of visual speech in different regions of the premotor cortex. Frontiers in Psychology. 5 (5):389.

Chun, R. Y. S. & Fedosse E. (2016). Teorias enunciativo-discursivas da linguagem: bases linguísticas pertinentes na intervenção com CSA p. 157-172. In: Montenegro ACA; Barros IBR, Azevedo NPSG (Org). Fonoaudiologia e Linguística – Teoria e Prática. Curitiba: APPRIS.

Code, C. & Petheram, B. (2011). Delivering for aphasia. International Journal of Speech-Language Pathology. 13(1):3-10.

Coslett, H. B. (2018). Apraxia, Neglect, and Agnosia. Behavioral Neurology and Psychiatry; 24(3):768-782.

Coudry, M. I. H. (2002). Linguagem e afasia: uma abordagem discursiva da Neurolinguística. Cadernos de Estudos Linguísticos. 42(1): 99-129.

Døli, H., Helland, W. A., Helland, T. & Specht, K. (2020). Associations between lesion size, lesion location and aphasia in acute stroke. Aphasiology; 1-19.

Engelhardt, E., Rozenthal, M. & Laks, J. (1995). Comprometimento motor – manifestações neuropsicologicas: Apraxias. Rev. Bras Neurol. 31(6): 267-271.

Fedosse, E. (2000). Da relação linguagem e apraxia: estudo neurolinguístico de um caso de afasia. Dissertação de Mestrado: IEL/UNICAMP.

Flosi, L. C. L. & Fedosse, E. (2010). Interfaces da neurolinguística discursiva com a Fonoaudiologia. In: Coudry, M. I. H., Freire, F. M. P., Andrade, M. L. F. & Silva, M. A. (Orgs.). Caminhos da Neurolinguística Discursiva: teorização e práticas com a linguagem. Campinas: Mercado de Letras, pp. 93-120.

Friederici, A. D., Chomsky, N., Berwick R. C., Moro, A. & Bolhuis J. J. (2017). Language, mind and brain. Nature Human Behaviour. 1: 713-722.

Galantucci, B., Fowler, C. A. & Turvey, M.T. (2006). The motor theory of speech perception reviewed. Psychon Bull Rev. 13: 361-377.

Góral-Półrola, J., Półrola, P., Mirska, N., Mirski, A., Herman-Sucharska, I. & Pąchalska, M. (2016). Augmentative and Alternative Communication (AAC) for a patient with a nonfluent/ agrammatic variant of PPA in the mutism stage. Annals of Agricultural and Environmental Medicine. 23(1):182-192.

Gori, M., Sandini, G. & Burr, D. (2012). Development of Visuo-Auditory Integration in Space and Time. Front Integr Neurosci.; 6: 77.

Hage, S. R. V. (2000). Distúrbio específico do desenvolvimento da linguagem: subtipos e correlações neuroanatômicas. (Tese de Doutorado). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas.

Lee, A. K. C. & Wallace, M. T. (2019). Visual influence in auditory perception. In: Lee, A. K. C, Wallace, M. T., Coffin, A. B., Popper, A. N. & Fay, R. R. (Eds.). Multisensory Processes. Springer Handbook of Auditory Research, Cap 1. pp. 1-8.

Llisterri, J. (2009). Las tecnologías del habla en las lenguas románicas ibéricas Studies in Hispanic and Lusophone Linguistics. Spring. v. 2, n. 1:133-180.

Lotze M., Ladda, A. M. & Stephan, K. M. (2019). Cerebral plasticity as the basis for upper limb recovery following brain damage. Neuroscience & Biobehavioral Reviews. 99:49-58.

Luria, A. R. (1991). Curso de Psicologia Geral vol I: Introdução evolucionista à psicologia. 2ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 85-115.

Murphy, T. H. & Corbett, D. (2009). Plasticity during stroke recovery: from synapse to behaviour. Nature Reviews- Neuroscince. 10: 861-872.

Nicholas, M., Sinotte, M. P. & Helm-Estabrooks, N. (2011). C-Speak Aphasia Alternative Communication Program for People with Severe Aphasia: Importance of Executive Functioning and Semantic Knowledge. Neuropsychol Rehabil. 21(3): 322-366.

Pekny, M., Wilhelmsson, U., Tatlisumak, T. & Pekna, M. (2019). Astrocyte activation and reactive gliosis – A new target in stroke? Neuroscience Letters. 689 (10): 45-55.

Pereira, A.S. et al. (2018). Metodologia da pesquisa científica. [e-book]. Santa Maria. Ed. UAB/NTE/UFSM. Acess on: Abril, 30 , 2020. Available from: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Pimentel, B. N., Boff U. F. & Vargas, M. R. de. (2019). Neuroanatomical and linguistic characteristics of acquired dyslexia. Distúrb Comum. 31(2): 187-195.

Portellano, J. A. (2005). Introduccion a la neuropsicologia. Maadri: McGraw Hill.

Preti D. Org. (2006). Estudos de língua falada: variações e confrontos. 2ed. São Paulo: Associação editorial Humanitas, p. 11-12, 2006.

Santana, A. P. (2002). Escrita e Afasia: a linguagem escrita na afasiologia. São Paulo: Plexus Editora, p. 76.

Sato, M., Buccino, G., Gentilucci, M., & Cattaneo, L. (2010). On the tip of the tongue: modulation of the primary motor cortex during audiovisual speech perception. Speech Communication. 52 (6): 533-541.

Scandola, M., Canzano, L., Avesani, R., Leder, M., Bertagnoli, S., Gobbetto, V., Aglioti, S. M. & Moro, V. (2020). Anosognosia for limb and bucco-facial apraxia as inferred from the recognition of gestural erros. Journal of Neuropsychology. doi:10.1111/jnp.12203

Stevenson, R. A., Wilson, M. M., Powers, A. R. & Wallace, M. T. (2013). The effects of visual training on multisensory temporal processing. Exp Brain Res.; 225(4): 479-489.

Torpy, J. M., Burke, A. E. & Glass, R. M. (2010). Hemorrhagic Stroke. JAMA. 303(22):2312.

Vendrell-Bruce, J. M. (2001). Las afasias: semiologia e tipos clinicos. Congresso virtual de neuropsicologia. Neuropsicologia del lenguaje. Rev Neurol. 32(10): 980-986.

Downloads

Publicado

04/05/2020

Como Citar

PIMENTEL, B. N.; FEDOSSE, E.; CECHELLA, C. Eficácia de um aplicativo virtual na terapia para afasia motora. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e147973877, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.3877. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/3877. Acesso em: 29 set. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde