A morte e a prática de profissionais de saúde: contribuições da teoria das representações sociais
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.38840Palavras-chave:
Morte; Profissionais de saúde; Representações sociais.Resumo
O estudo buscou analisar as representações sociais de morte para profissionais de saúde. Procedeu-se uma revisão sistemática de literatura, a partir de estudos catalogados nos portais BDTD e OASIS. A Teoria das Representações Sociais foi assumida enquanto fundamentação teórica e recorreu-se a Técnica de Análise de Conteúdo para organização e análise do material selecionado. Realizou-se as buscas por meio das palavras-chave: morte; profissionais de saúde; representações sociais. Como critérios de inclusão, admitiu-se: textos de livre acesso, de estudos brasileiros; que contemplem ou tangenciem o tema morte/morrer/finitude como objeto de estudo; que tenham como sujeito de investigação profissionais de saúde e; que sejam sustentados pela Teoria das Representações Sociais. Foram selecionados 8 trabalhos. Os resultados indicam representações sociais de morte como fenômeno difícil de ser vivenciado e como uma passagem. Revelam o incipiente preparo para lidar com a morte, na formação em saúde, constituindo práticas de ênfase tecnicista, muitas vezes, despojadas das dimensões subjetivas dos processos de vida e morte. Resulta, assim, em práticas profissionais frágeis quanto a terminalidade, tornando difícil a convivência com tal fenômeno. Os profissionais de saúde parecem recorrer a um repertório cultural religioso para representar a morte e o morrer. Também emergiu, associada a representação social de morte, a RS de profissional de saúde como aquele que salva e reestabelece vidas. Essa RS denota exercer importante interferência na formação das representações da morte como difícil de ser vivenciada.
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