Rastreio de câncer de mama em transgêneros: uma revisão integrativa de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.38953Palavras-chave:
Neoplasias da mama; Programas de rastreamento; Terapia de reposição hormonal; Transgênero.Resumo
Introdução: A neoplasia da mama, exceto o câncer de pele não melanoma, é a mais incidente no Brasil. O câncer de mama é estratificado em subtipos de acordo com sua gênese. O estrogênio, por sua vez, é um hormônio esteroide que está relacionado à origem de câncer de mama do tipo hormônio dependente. Nesse contexto, a hormonioterapia, empregada no tratamento dos sintomas menopáusicos e também na terapia hormonal de transgêneros, está envolvida diretamente com o volume de estrogênio circulante no corpo destes grupos. Objetivo: Diante do exposto, surge a preocupação quanto ao aumento da incidência de câncer de mama em transgêneros. Logo, esta revisão de literatura objetivou avaliar a relação do câncer de mama com a terapia hormonal a longo prazo, e ainda, a situação do rastreio de neoplasias de mama em mulheres e homens transgênero, bem como os seus desafios. Metodologia: Revisão literária, resultante de pesquisas na BVS, PubMed, EbscoHost e SciELO abrangendo artigos em inglês, português e espanhol. Resultados: Foram analisados doze artigos. Foi evidenciado na literatura insuficiência de documentação para uma possível afirmação ou negação da relação entre terapia hormonal e maior incidência de câncer de mama em transgêneros, devido à falta de estudos. Conclusão: É necessário que seja melhor compreendida a epidemiologia, para que exista alguma diretriz própria a respeito da prevenção secundária em pessoas transgênero, além de um melhor preparo dos profissinais para um atendimento de qualidade. Ainda, sugere-se que essa população seja melhor documentada, de modo a ter-se mais estudos e políticas específicas.
Referências
Calas, M. J. G., et al. (2022). Integrative review on breast cancer screening in the transgender population: what do we know? Mastology, 32, 96-102. https://doi.org/10.29289/2594539420210051
Carvalho, M. S., et al. (2021). Desafios do rastreio do câncer de mama em pessoas transgêneros. Research, Society and Development, 10(9), e11810917772. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17772
Castro, A. D., & Nagelberg, A. (2019). Screening mamario en pacientes transgénero bajo tratamiento hormonal cruzado (thc): Situación actual y controversias. Revista Argentina de Mastología, 38(137), 116-32. https://www.revistasamas.org.ar/revistas/2019_v38_n137/10.pdf
de Blok, C. J. M., Wiepjes, C. M., Nota, N. M., van Engelen, K., Adank, M. A., Dreijerink, K. M. A., Barbé, E., Konings, I. R. H. M., & den Heijer, M. (2019). Breast cancer risk in transgender people receiving hormone treatment: nationwide cohort study in the Netherlands. BMJ (Clinical research ed.), 365, l1652. https://doi.org/10.1136/bmj.l1652
Filho, G. B. (2021). Bogliolo - Patologia. Grupo GEN, (9a ed.).
Hall, J. E., & Hall, M. E. (2021). Guyton & Hall - Tratado de Fisiologia Médica. Grupo GEN, (14a ed.).
Hartley, R. L., & Temple-Oberle, C. (2018). Breast cancer in transgender patients: A systematic review. Part 1: Male to female. European journal of surgical oncology: the journal of the European Society of Surgical Oncology and the British Association of Surgical Oncology, 44(10), 1455–1462. https://doi.org/10.1016/j.ejso.2018.06.035
INCA. (2021). Dados e números sobre o câncer de mama. https://www.as.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2021/11/ Dados_e_numeros_site_cancer_mama_2021-1.pdf
Kiran, T., et al. (2019). Cancer screening rates among transgender adults: Cross-sectional analysis of primary care data. Canadian family physician Medecin de famille canadien, 65(1), 30–37. https://www.cfp.ca/content/65/1/e30.long
Ministério da Saúde. (2022). Incidência. Gov. https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/dados-e-numeros/incidencia#:~:text=Leaflet-,Fonte%3A%20INCA%2C%202022.,doen%C3%A7a%20(INCA%2C%202019b).
Ministério da Saúde. (2010). Rastreamento. Série A. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Primária, n. 29. Brasília: Ministério da Saúde.
Nayaran, A., et al. (2017). Breast cancer screening in transgender patients: findings from the 2014 BRFSS survey. Breast cancer research and treatment, 166(3), 875–879. https://doi.org/10.1007/s10549-017-4461-8
Organização Mundial da Saúde. (2015). Saúde sexual, direitos humanos e a lei.
Parikh, U., et al. (2020). Breast Imaging in Transgender Patients: What the Radiologist Should Know. Radiographics, 40(1), 13–27. https://doi.org/10.1148/rg.2020190044
Patel, H., et al. (2020). Effects of hormones and hormone therapy on breast tissue in transgender patients: a concise review. Endocrine, 68(1), 6–15. https://doi.org/10.1007/s12020-020-02197-5
Porto, C. C. (2019). Semiologia Médica, (8a ed.). Grupo GEN. 881-896.
Sonnenblick, E. B., et al. (2018). Breast Imaging of Transgender Individuals: A Review. Current radiology reports, 6(1), 1. https://doi.org/10.1007/s40134-018-0260-1
Stone, J. P., & Temple-Oberle, C. (2018). Breast cancer in transgender patients: A systematic review. Part 2: Female to Male. European journal of surgical oncology: the journal of the European Society of Surgical Oncology and the British Association of Surgical Oncology, 44(10), 1463–1468. https://doi.org/10.1016/j.ejso.2018.06.021
Souza, M. T., et al. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, 8(1), 102-6.
Tanini, S., et al. (2019). Testosterone and Breast Cancer in Transmen: Case Reports, Review of the Literature, and Clinical Observation. Clinical breast cancer, 19(2), 271–275. https://doi.org/10.1016/j.clbc.2018.12.006
World professional association for transgender health - WPATH. (2012). Normas de atenção à saúde das pessoas trans e com variabilidade de gênero. Sétima edição.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Willian Júnio Rodrigues Mendonça; Nara Jane Mendonça; Paula Marynela Alves Pereira Lima
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.