Avaliação das infecções pós-parto relacionadas à assistência à saúde na região dos Campos Gerais: cesárea x parto vaginal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v11i17.39167Palavras-chave:
Cesárea; Infecção Puerperal; Infecção hospitalar.Resumo
As infecções pós-parto são importantes causa de hospitalização prolongada e de morbimortalidade materna, sendo o parto cesáreo um dos principais fatores de risco. Esse é um estudo transversal retrospectivo, em que foram avaliados os prontuários das pacientes acometidas com infecção pós-parto nos anos de 2019 a 2021 no Hospital Universitário Regional Wallace Thadeu de Mello e Silva / Hospital Universitário Materno Infantil em Ponta Grossa. Nesse período, foram realizados 9097 procedimentos obstétricos e registrados 58 casos de infecções obstétricas, resultando em uma taxa de 0,63%, indo de uma taxa de 1,5% (45 notificações) em 2019 para 0,27% (8) em 2020 e de 0,15% (5) em 2021. A taxa de infecções relacionadas à assistência à saúde em cesáreas foi de 1,78%, e apresentou queda, sendo de 5,26% em 2019 caindo para 0,63% em 2020 e 0,27% em 2021, enquanto a taxa em parto vaginal se manteve semelhante nos três anos estudados (0,11% em 2019 e de 0,12% em 2020 e em 2021). Dentre essas, 79,31% foram infecções de sítio cirúrgico, enquanto 12,06% por endometrite. Conclui-se que a realização de cesáreas predispõe maior risco de infecção pós-parto, especialmente se realizadas após o início do trabalho de parto. Além disso, houve aumento progressivo na taxa de cesáreas ao longo dos anos estudados, chegando a 40,85% em 2021, consideravelmente acima do preconizado pela Organização Mundial da Saúde.
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