Modelos de intervenções no tratamento de crianças do Transtorno do Espectro Autista: uma comparação entre a musicoterapia e a equoterapia
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i1.39246Palavras-chave:
Crianças; Musicoterapia; Terapia Assistida por Cavalos; Transtorno do Espectro Autista.Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento de cunho multifatorial, com grandes influências genéticas, maternas e ambientais que contribuem para sua patogenia, além disso, também demonstra caráter hereditário. O TEA possui sintomas característicos que afetam as interações sociais, o comportamento e em alguns casos o equilíbrio, a coordenação motora e a percepção espacial e temporal do indivíduo. A equoterapia assistida e a musicoterapia são dois modelos de terapia recorrentemente escolhidos para o tratamento de crianças e adolescentes autistas, buscando melhorar a comunicação e as habilidades sociais dessas crianças. Esse trabalho tem como intuito comparar a eficiência da musicoterapia e a equoterapia como métodos de intervenção terapêutica no autismo. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica exploratória e integrativa, que utilizou como base de dados a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed), EbscoHost e Google Acadêmico, utilizando para pesquisa os descritores “autismo”, “equoterapia” “musicoterapia” e “crianças”, no inglês e no português. Todos os artigos encontrados mencionaram uma reação positiva nas crianças que passaram pelos processos terapêuticos, apresentando melhora significativa nas capacidades de interação social, nas habilidades de comunicação. A musicoterapia se mostrou capaz de melhorar o entendimento emocional, assim como foi capaz de auxiliar no desenvolvimento escolar. A equoterapia apresenta a capacidade de causar uma grande evolução no aspecto físico das crianças, melhorando o tônus muscular, a memória, o equilíbrio e a percepção espaço temporal, além de um desenvolvimento comportamental positivo nas crianças observadas.
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