Rastreamento do antígeno prostático específico em indígenas brasileiros: um estudo transversal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.39395Palavras-chave:
Câncer de próstata; Antígeno prostático específico; Infecções sexualmente transmissíveis; Detecção precoce de câncer.Resumo
Estimar a prevalência do rastreamento do câncer de próstata nos povos indígenas brasileiros. Avaliar como etnia, idade, condições sociais, estilo de vida e história de infecções sexualmente transmissíveis estão associados aos valores alterados do antígeno prostático específico (PSA). Este é um estudo transversal com povos indígenas, ≥ 40 anos, da reserva de Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. Os pacientes foram submetidos ao exame de PSA total e testes rápidos para sífilis, vírus da imunodeficiência humana (HIV) e hepatite B e C. Os valores do PSA foram comparados com as condições sociodemográficas e outros fatores de risco. Dos 498 homens, 31,53% (157/498) tinham ≥ 40 anos. A idade média foi de 54,75 (DP ±11,23) anos e 78,3% (123/157; IC 95%: 0,71-0,84) da população nunca havia sido submetida ao rastreamento para o câncer de próstata. O valor médio do PSA foi de 0,081 ng/mL para os 157 participantes, e 4,4% (7/157) tinham > 2,5 ng/mL e 1,9% (3/157) tinham valores ≥ 4 ng/mL. Os testes rápidos para infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) mostraram que 5,73% (9/157) dos participantes tinham sífilis e 0,64% (1/157) tinha HIV. Ademais, 0,64% (1/157) tinha infecção pelos vírus da Hepatite B e C. Os resultados mostraram que a maioria dos povos indígenas ≥ 40 anos nunca foi submetida a exame preventivo para o câncer de próstata e 4,4% tiveram um resultado alterado no exame de PSA. Estudos futuros devem avaliar os fatores que dificultam a adesão ao rastreamento para o câncer de próstata, bem como a existência de correlação fisiopatológica entre a ocorrência de câncer de próstata e ISTs.
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