Avaliação da compreensão do paciente e/ou cuidador em relação aos medicamentos prescritos em unidade de pronto atendimento

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i1.39795

Palavras-chave:

Unidade de saúde; Adesão ao tratamento; Prescrição.

Resumo

Este estudo teve como objetivos avaliar o nível de entendimento dos pacientes e/ou cuidadores em relação ao plano farmacoterapêutico prescrito pelo médico; identificar e descrever a frequência e tipos de erros de entendimento da prescrição médica pelos pacientes e cuidadores; e conhecer o perfil das pessoas que receberam na unidade prescrição médica para uso domiciliar. Estudo observacional, transversal, individuado, utilizando um questionário semiestruturado específico, aprovado pelo comitê de ética em pesquisa, incluindo pacientes e/ou acompanhantes, de 18 anos ou mais, atendidos na Unidade de Pronto Atendimento Austin em Nova Iguaçu, que receberam prescrição médica para uso domiciliar, sem comprometimento cognitivo ou neurológico capaz de dificultar a compreensão. Dos 100 participantes, 86% eram pacientes e 14% cuidadores, 36% se autodeclararam pardos, 36% pretos e 28% brancos. Apenas 13% possuíam ensino superior. Somente 18% dos participantes acertaram todas as perguntas relacionadas ao uso do medicamento (via de administração, quantidade por dose, intervalo, frequência, duração do tratamento, indicação, conduta em caso de descontinuidade do tratamento e possibilidade de repetição da receita). Foram considerados de compreensão imprescindível os quesitos relacionados à posologia, onde apenas 59% acertaram os 3 itens e 11% não acertaram nenhum. Os de erros de entendimento mais frequente foram conduta em caso de esquecimento (64%) e possíveis efeitos colaterais (62%). Os resultados apontam a necessidade de estratégias de comunicação escrita e verbal que possibilitem plena compreensão da prescrição médica visando melhor resultado terapêutico.

Referências

Amaral, R., Nazima, M., Arruda, L., Carvalho, P., Maia, F., Andrade, L., & Lima, S. (2018). Compreensão E Adesão Da Prescrição Médica Em Uma Policlínica Da Amazônia Brasileira. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, 5(12), 5-17.

Cavalli, G. C. P., Mosquéra, J. M., Ramos, L. F. de A. L., Alves, A. R., Hanna, M. D., & Napoli, A. E. R. (2021). Relação entre a qualidade das prescrições médicas e a compreensão do paciente: uma revisão de literatura / Relationship between the quality of medical prescriptions and the patient’s understanding: a literature review. Brazilian Journal of Health Review, 4(2), 7911–7918. https://doi.org/10.34119/BJHRV4N2-324

Código de Ética Médica. (2009, September 17). CFM - Conselho Federal de Medicina. Retrieved October 5, 2022, from https://portal.cfm.org.br/etica-medica/codigo-2010/

Da, A., Portela, S., Dantas Da Silva, P. C., Oliveira, M., Simões, S., Nóbrega, A., & Neto, M. (2012). Indicadores de prescrição e de cuidado ao paciente na atenção básica do município de Esperança, Paraíba, 2007. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 21(2), 341–350. https://doi.org/10.5123/S1679-49742012000200017

Dammenhain, R. (2010). Manual Prático para Prescrição de Medicamentos de acordo com a legislação sanitária brasileira (1st ed.). INBRAVISA- Instituto Brasileiro de Auditoria em Vigilância Sanitária Ltda. http://www.sbrafh.org.br/site/public/temp/5161ea3ccde67.pdf

Doyle, C., Lennox, L., & Bell, D. (2013). A systematic review of evidence on the links between patient experience and clinical safety and effectiveness. BMJ Open, 3(1), e001570. https://doi.org/10.1136/BMJOPEN-2012-001570

Ferreira, M. do C. S., Bezerra, A. K. F., Abreu, I. M. de, Mendes, P. M., Costa, J. K. V., & Avelino, F. V. S. D. (2018). Comunicação efetiva como estratégia de segurança do paciente na atenção primária. Saúde Coletiva (Barueri), 8(45), 828–832. https://doi.org/10.36489/SAUDECOLETIVA.2018V8I45P828-832

Gadelha, M. (2021, May 4). Nota Informativa DAHU/SAS/MS - Sobre prescrição médica. Ministério da Saúde. Retrieved November 29, 2022, from https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/conjur/demandas-judiciais/banco-de-pareceres-referenciais/outros-expedientes-relevantes/2017/nota-informativa-sobre-prescricao-medica.pdf/view

LEI No 5.991, DE 17 DE DEZEMBRO DE 1973. (1973). Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Retrieved October 5, 2022, from http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5991.htm

Lustosa, M. A., Alcaires, J., & Costa, J. C. da. (2011). Adesão do paciente ao tratamento no Hospital Geral. Revista Da SBPH, 14(2), 27–49. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582011000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Madruga, C. M., & de Souza, E. (2011). Manual de orientações básicas para prescrição médica (2nd ed.). https://portal.cfm.org.br/images/stories/biblioteca/cartilhaprescrimed2012.pdf

Pereira, B. K., Munhoz, S. T. M. B., Wiese, L. P. de L., & Buzzi, V. (2013). Avaliação do entendimento da prescrição médica pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) da regional de saúde – Costa e Silva em Joinville-SC em 2009. Vita et Sanitas, 7(1), 19–34. http://fug.edu.br/revistas/index.php/VitaetSanitas/article/view/39

Portela, A. da S., da Silva Simões, M. O., Fook, S. M. L., Neto, A. N. M., & da Silva, P. C. D. (2010). Prescrição médica: orientações adequadas para o uso de medicamentos? Ciência & Saúde Coletiva, 15(SUPPL. 3), 3523–3528. https://doi.org/10.1590/S1413-81232010000900027

RESOLUÇÃO Nº 357. (2001). (Alterada pela Resolução nº 416/04). Conselho Federal de Farmácia.

RESOLUÇÃO RDC Nº 471, DE 23 DE Fevereiro DE 2021. (2021). Diário Oficial da União. Retrieved November 25, 2022, from https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-471-de-23-de-fevereiro-de-2021-304923190

Rocha, G. A., Silva, R. K. dos S. e, Neto, F. J. de C., Fontes, J. H., Nascimento, J. M. F. do, & Bastos, S. N. M. A. N. (2020). Comunicação efetiva para segurança do paciente e o uso de tecnologias da informação em saúde. Revista Enfermagem Atual In Derme, 93(31). https://doi.org/10.31011/REAID-2020-V.93-N.31-ART.712

Santi, L. (2016). Prescrição: o que levar em conta? OPAS/OMS? Representação Brasil. Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica, 1(14). https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/biblioteca/prescricao-o-que-levar-em-conta/

Segurança do paciente: comunicação efetiva. (2019). (1st ed.). Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS. https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/87400/Seguran%C3%A7a+do+paciente+comunica%C3%A7%C3%A3o+efetiva.pdf/ca225b6f-7758-7067-4935-62ea715d12ed?t=1648647952152

Segurança do paciente: comunicação efetiva. (2019). (1st ed.). Comissão Permanente de Protocolos de Atenção à Saúde da SES-DF - CPPAS. https://www.saude.df.gov.br/documents/37101/87400/Seguran%C3%A7a+do+paciente+comunica%C3%A7%C3%A3o+efetiva.pdf/ca225b6f-7758-7067-4935-62ea715d12ed?t=1648647952152

Vandenbroucke, J. P., von Elm, E., Altman, D. G., Gøtzsche, P. C., Mulrow, C. D., Pocock, S. J., Poole, C., Schlesselman, J. J., Egger, M., & STROBE Initiative (2007). Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE): explanation and elaboration. Epidemiology (Cambridge, Mass.), 18(6), 805–835. https://doi.org/10.1097/EDE.0b013e3181577511

Verardino, B., & Porto, M. (2013). Compreensão da prescrição de medicação líquida por acompanhantes na emergência pediátrica. Residência Pediátrica, 3(1), 11-16. https://doi.org/10.25060/residpediatr

WHO calls for urgent action to reduce patient harm in healthcare. (2019). World Health Organization. Retrieved December 1, 2022, from https://www.who.int/NEWS/ITEM/13-09-2019-WHO-CALLS-FOR-URGENT-ACTION-TO-REDUCE-PATIENT-HARM-IN-HEALTHCARE

Downloads

Publicado

11/01/2023

Como Citar

MALFACINI, S. da S. .; FORMOSO, C. N. P. .; LIMA, R. C. de A. .; MELLO, E. V. L. de .; ENES, M. de F. G. .; MALFACINI, L. F. da S. .; PEREIRA, D. A. . Avaliação da compreensão do paciente e/ou cuidador em relação aos medicamentos prescritos em unidade de pronto atendimento. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 1, p. e26712139795, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i1.39795. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/39795. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde