Uso da mucuna-preta e vermicomposto como adubo orgânico de alface em Moçambique
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i2.40017Palavras-chave:
Lactuca sativa L.; Stizolobium aterrimum; Adubação orgânica; Adubo verde; Agricultor familiar.Resumo
A busca por adubos economicamente viáveis para o agricultor familiar, tais como adubos orgânicos, que são fontes baratas de nutrientes, e que preservam as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, constitui uma importante estratégia de países emergentes, como Moçambique, para o aumento da renda da sua população. O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial de adubos orgânicos (mucuna-preta e vermicomposto) no rendimento da cultura da alface. Um experimento, em campo, foi conduzido na localidade de Bandula, província de Manica, Moçambique, em delineamento de blocos ao acaso em esquema de parcelas subdivididas e 4 repetições. Os tratamentos consistiram da aplicação de 0 (controle); 2; 3,5 e 5 kg ha-1 de mucuna-preta ou de vermicomposto em canteiros que, posteriormente, receberam mudas de alface com 4 a 8 folhas (cultivar Alface EDEN). Indicadores de crescimento (número de folhas, diâmetro da cabeça, altura da planta e massa fresca da parte aérea) e o rendimento da alface foram avaliados aos 70 dias após o transplantio. Constatou-se que plantas adubadas com 3,5 kg ha-1 de mucuna-preta foram estatisticamente superiores às plantas adubadas com vermicomposto, pois apresentaram maior altura da planta, maior diâmetro da cabeça, maior número de folhas e maior massa fresca da parte aérea, que resultou em um incremento de 40% no rendimento da alface. Nossos resultados sugerem que a adubação da Alface EDEN com 3,5 kg ha-1 de mucuna-preta representa uma estratégia para melhorar o seu rendimento em sistemas de cultivo de baixo aporte de nutrientes.
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