Incidência de lesão por pressão no pós-operatório de cirurgias cardíacas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i2.40075Palavras-chave:
Lesão por Pressão; Período Pós-Operatório; Cirurgia torácica.Resumo
Objetivo: Identificar a incidência de Lesão por Pressão em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca no ato da admissão na Unidade de Terapia Intensiva. Método: Estudo transversal e prospectivo. Realizado no pós-operatório de Cirurgia Cardíaca Adulto de um hospital público de grande porte. A amostra deste estudo compõe-se de 99 pacientes através de amostragem por conveniência. A coleta de dados se deu pelo preenchimento de um formulário semiestruturado contendo as variáveis sociodemográficas e cirúrgicas, as do pós-operatório e as relacionadas à lesão por pressão através das informações obtidas via prontuário eletrônico do paciente. Resultado: Evidencia-se no presente estudo uma incidência de lesão por pressão de 8,1%, com as classificações mais frequentes no estágio II (62%), seguida do estágio I (50%), lesão por presssão tissular profunda (25%) e por fim, lesões não classificáveis e por dispositivos médicos com 12%. Quanto ao local acometido identificou-se à região sacral (75%), seguido de calcâneo esquerdo e direto, glúteo esquerdo (25% em cada) e em demais locais como glúteo direito, labial, trocânter, maléolo e occipital (12%). A mortalidade foi maior nos pacientes que desenvolveram lesão por pressão e que a principal complicação no pós-operatório foi à presença de arritmia. Conclusão: Os achados evidenciaram a existência de associação de lesão por pressão em condições clínicas e procedimentos realizados no pós operatório de cirurgia cardiaca. Dessa forma, é essencial o conhecimento prévio do enfermeiro de preditores e complicações que amenizam a ocorrência de lesão por pressão para melhorar a qualidade de vida e segurança do paciente.
Referências
Borghardt, A. T., Prado, T. N., Bicudo, S. D. S., Castro, D. S. & Bringuente, M. E. O. (2016) Pressure ulcers in critically ill patients: incidence and associated factors. Rev Bras Enferm 69(3):431-8. https://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690307i
Buso, F. D. dos S., Ferreira, M. B. G., Felix, M. M. dos S., Galvão, C. M., Barichello, E. & Barbosa, M. H. (2021). Lesão por pressão decorrente do posicionamento cirúrgico e fatores associados. Acta Paulista de Enfermagem, 34. https://doi.org/10.37689/acta-ape/2021ao00642
Campanili, T. C. G. F., Santos, V. L. C. de G., Strazzieri-Pulido, K. C., Thomaz, P. de B. M. & Nogueira, P. C. (2015). Incidência de úlceras por pressão em pacientes de Unidade de Terapia Intensiva Cardiopneumológica. Revista Da Escola de Enfermagem Da USP, 49(spe), 7–14. https://doi.org/10.1590/s0080-623420150000700002
Campos, A. C. L., Borges-Branco, A. & Groth, A. K. (2007). Cicatrização de feridas. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva (São Paulo), 20(1), 51–58. https://doi.org/10.1590/s0102-67202007000100010
Carneiro, G. A. & Leite, R. de C. B. de O. (2011). Lesões de pele no intra-operatório de cirurgia cardíaca: incidência e caracterização. Revista Da Escola de Enfermagem Da USP, 45(3), 611–616. https://repositorio.usp.br/item/002189248
Carvalho, M. G. F., Araújo, L. M. B., Lopes, L. P., Melo, M. G. S., Gontijo, M. C. C., Diniz, B. F., Fróes, B. B. & Silva, L. C. M. da. (2021). O uso de PRF e PRP em feridas resultantes do pé diabético. Brazilian Journal of Health Review, 4(4), 17444–17454. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n4-237
Parecer Consulta N° 006/2015 (2015). Conselho Federal de Medicina. (2015). Vitória, ES. https://sistemas.cfm.org.br/normas/arquivos/pareceres/ES/2015/6_2015.pdf
Correia, J. C., Santos, I. M., Santos, M. E. M., Barbosa, M. B. A., Oliveira, P. C. A. & Andrade, D. C. (2021). Efeitos do uso das drogas vasoativas no paciente crítico. In: II Congresso Nacional de Inovações em Saúde (CONAIS). https://www.doity.com.br/anais/conaiis/trabalho/196506
Covalski, D., Pauli, E., Echer, A. K., Nogueira, R. R. & Fortes, V. L. F. (2021). Pós-operatório de cirurgias cardíacas: complicações prevalentes em 72 horas. Revista de Enfermagem Da UFSM, 11, e75. https://doi.org/10.5902/2179769264147
Clements, L., Moore, M., Tribble, T. & Blake, J. (2014). Reducing Skin Breakdown in Patients Receiving Extracorporeal Membranous Oxygenation. Nursing Clinics of North America, 49(1), 61–68. https://doi.org/10.1016/j.cnur.2013.11.003
Protoloco NPM 008 (2020). Prevenção e tratamento de lesão por pressão. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, versão 2, revisão em 03/09/2022. https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-universitarios/regiao-sudeste/hc-uftm/documentos/protocolos-assistenciais/prevencao-e-tratamento-de-lesao-por-pressao-protocolo-nucleo-de-protocolos-assistenciais-multiprofissionais-08-2018-versao-2.pdf.
Fernandes, L. M., Silva, L. da., Oliveira, J. L. C. de., Souza, V. S. de. & Nicola, A. L. (2016). Associação entre predição para lesão por pressão e marcadores bioquímicos. Revista Da Rede de Enfermagem Do Nordeste, 17(4), 490–497. https://www.redalyc.org/journal/3240/324047429008/html/
Feuchtinger, J., Halfens, R. J. G. & Dassen, T. (2005). Pressure ulcer risk factors in cardiac surgery: A review of the research literature. Heart & Lung, 34(6), 375–385. https://doi.org/10.1016/j.hrtlng.2005.04.004
Fuzy, K. M. & Vega, R. A. (2016). Hospital-Acquired Pressure Ulcers in the Ambulatory Surgery Setting. AORN Journal, 103(2), 224–228. https://doi.org/10.1016/j.aorn.2015.11.010
Gomes, F. S. L., Bastos, M. A. R., Matozinhos, F. P., Temponi, H. R. & Velásquez-Meléndez, G. (2010). Fatores associados à úlcera por pressão em pacientes internados nos Centros de Terapia Intensiva de Adultos. Revista Da Escola de Enfermagem Da USP, 44(4), 1070–1076. https://doi.org/10.1590/s0080-62342010000400031
Harris, P. A., Taylor, R., Minor, B. L., Elliott, V., Fernandez, M., O’Neal, L., McLeod, L., Delacqua, G., Delacqua, F., Kirby, J. & Duda, S. N. (2019). The REDCap consortium: Building an international community of software platform partners. Journal of Biomedical Informatics, 95, 103208. https://doi.org/10.1016/j.jbi.2019.103208
Hay, R. J., Johns, N. E., Williams, H. C., Bolliger, I. W., Dellavalle, R. P., Margolis, D. J., Marks, R., Naldi, L., Weinstock, M. A., Wulf, S. K., Michaud, C., Murray, C. J. L. & Naghavi, M. (2014). The Global Burden of Skin Disease in 2010: An Analysis of the Prevalence and Impact of Skin Conditions. Journal of Investigative Dermatology, 134(6), 1527–1534. https://doi.org/10.1038/jid.2013.446
International guidelines. (2009). Pressure ulcer prevention: prevalence and incidence in context. A consensus document. London: MEP Ltd. https://www.woundsme.com/uploads/resources/c98a35d41fd3fda666bbcb618ce6ebbf.pdf
Kaşıkçı, M., Aksoy, M., & Ay, E. (2018). Investigation of the prevalence of pressure ulcers and patient-related risk factors in hospitals in the province of Erzurum: A cross-sectional study. Journal of Tissue Viability, 27(3), 135–140. https://doi.org/10.1016/j.jtv.2018.05.001
Labeau, S. O., Afonso, E., Benbenishty, J., Blackwood, B., Boulanger, C., Brett, S. J., Calvino-Gunther, S., Chaboyer, W., Coyer, F., Deschepper, M., François, G., Honore, P. M., Jankovic, R., Khanna, A. K., Llaurado-Serra, M., Lin, F., Rose, L., Rubulotta, F., Saager, L. & Williams, G. (2020). Prevalence, associated factors and outcomes of pressure injuries in adult intensive care unit patients: the DecubICUs study. Intensive Care Medicine, 47(2), 160–169. https://doi.org/10.1007/s00134-020-06234-9
Lewicki, L. J., Mion, L., Splane, K. G., Samstag, D. & Secic, M. (1997). Patient Risk Factors for Pressure Ulcers During Cardiac Surgery. AORN Journal, 65(5), 933–942. https://doi.org/10.1016/s0001-2092(06)62976-1
Lima, A. F. C., Castilho, V., Baptista, C. M. C., Rogenski, N. M. B. & Rogenski, K. E. (2016). Custo direto dos curativos de úlceras por pressão em pacientes hospitalizados. Revista Brasileira de Enfermagem, 69(2), 290–297. https://doi.org/10.1590/0034-7167.2016690212i
Lopes, C. M. de M., Haas, V. J., Dantas, R. A. S., Oliveira, C. G. de. & Galvão, C. M. (2016). Assessment scale of risk for surgical positioning injuries. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 24(0). https://doi.org/10.1590/1518-8345.0644.2704
Marconi, M. A.& Lakatos, E. M. (2009). Fundamentos de metodologia científica. 6ªed. Atlas.
Medeiros, A. da C., Silva, A. V. da., Lima, F. P., Vasconcelos, C. V., Macedo, L. M. de B. & Melo, N. M. C. (2002). Efeito do fator XIII da coagulação na cicatrização da pele de ratos em uso de corticosteróide. Revista Do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 29(6), 324–329. https://doi.org/10.1590/s0100-69912002000600004
Melo, K. A. da S., Bandeira, F. L. F., Ribeiro, J. F., Julião, J. M. T., Andrade, J. M. de F., & Bezerra, Y. C. P. (2021). Plasma rico em plaquetas e o processo de reparação tecidual em feridas crônicas. Revista Enfermagem Atual in Derme, 95(33). https://doi.org/10.31011/reaid-2021-v.95-n.33-art.955
Moraes, J. T., Borges, E. L., Lisboa, C. R., Cordeiro, D. C. O., Rosa, E. G. & Rocha, N. A. (2016). Conceito e classificação de lesão por pressão: atualização do National Pressure Ulcer Advisory Panel. Revista De Enfermagem Do Centro-Oeste Mineiro, 6(2). https://doi.org/10.19175/recom.v6i2.1423
Moreno, D. R., Domingues, E. A., Vallim, C. A., Silva, R. S., Fonseca, J. P. S. & Noguchi, T. B. (2022). PLASMA RICO EM PLAQUETAS NA CICATRIZAÇÃO DE ÚLCERA VENOSA: RELATO DE CASO. ESTIMA, Brazilian Journal of Enterostomal Therapy. https://doi.org/10.30886/estima.v20.1158_pt
Oliveira, L. M. & Cardoso, C. K. L. (2019). Arginina e Lesão por pressão. HU Rev., 45(4):441-51. DOI:10.34019/1982-8047.2019.v45.27129.
Palhares, V. C. & Neto, A. A. P. (2014). Prevalência e incidência de úlcera por pressão em uma unidade de terapia intensiva. Revista de Enfermagem UFPE on Line, 8(10), 3647–3653. https://doi.org/10.5205/1981-8963-v8i10a10105p3647-3653-2014
Paragh, L. & Törőcsik, D. (2017). Factor XIII Subunit A in the Skin: Applications in Diagnosis and Treatment. BioMed Research International, 2017, e3571861. https://doi.org/10.1155/2017/3571861
Reis, C. R.,, Lima, S. B. S. de., Eberhardt, T. D., Garcia, V. R. R. L., Cabral, T. S., Costa, V. Z. da. & Santos, K. P. P. dos. (2022). Fatores associados ao desenvolvimento de lesão por pressão em cirurgia cardíaca. Research, Society and Development, 11(12), e540111234539. https://doi.org/10.33448/rsd-v11i12.34539
Santos, K. P. P., De Lima, S. B. S., Eberhardt, T. D., Silveira, L. B. T. D., Soares, R. S. de A. & Pozzebon, B. R. (2022). Fatores associados ao desenvolvimento de lesões por pressão em cirurgia eletiva: revisão integrativa. Revista SOBECC, 27. https://doi.org/10.5327/z1414-4425202227779
Santos, L. S., Silva, M. G., Souza, D. N. & Tartaglia, A. (2022). Avaliação de risco para lesões decorrentes do posicionamento cirúrgico em cirurgias cardíacas. Revista SOBECC, 27. https://doi.org/10.5327/Z1414-4425202227765
Scarlatti, K. C., Michel, J. L. M., Gamba, M. A. & Gutiérrez, M. G. R. de. (2011). Úlcera por pressão em pacientes submetidos à cirurgia: incidência e fatores associados. Revista Da Escola de Enfermagem Da USP, 45(6), 1372–1379. https://doi.org/10.1590/s0080-62342011000600014
Schoonhoven, L., Defloor, T., van der Tweel, I., Buskens, E. & Grypdonck, M. H. F. (2002). Risk indicators for pressure ulcers during surgery. Applied Nursing Research, 15(3), 163–173. https://doi.org/10.1053/apnr.2002.34145
Sibbald, R. G. & Ayello, E. A. (2020). Terminal Ulcers, SCALE, Skin Failure, and Unavoidable Pressure Injuries. Advances in Skin & Wound Care, 33(3), 137–145. https://doi.org/10.1097/01.asw.0000653148.28858.50
Silva, M. L. N., Caminha, R. T. O., Oliveira, S. H. S., Diniz, E. R. S., Oliveira, J. L. & Neves, V. S. N. (2013). Úlcera por pressão em unidade de terapia intensiva: análise da incidência e lesões instaladas. Rev Rene, 14(5):938-44.
Silva, R. B., Loureiro, M. D. R., Frota, O. P., Ortega, F. B. & Ferraz C. C. B. (2013). Qualidade da assistência de enfermagem em unidade de terapia intensiva de um hospital escola. Rev Gaúcha Enferm,34(4):114-20. https://doi.org/10.1590/s1983- 14472013000400015.
Silva, S., Pires, P., Macedo, M., Oliveira, L., Batista, J. & Amaral, J. (2019). Lesão por pressão: incidência em unidades críticas de um hospital regional. ESTIMA, Brazilian Journal of Enterostomal Therapy. https://doi.org/10.30886/estima.v16.655_pt
Souza, M. F. C. de., Zanei, S. S. V. & Whitaker, I. Y. (2018). Risco de lesão por pressão em UTI: adaptação transcultural e confiabilidade da EVARUCI. Acta Paulista de Enfermagem, 31(2), 201–208. https://doi.org/10.1590/1982-0194201800029
Taurino, I. J. M. (2019). Cirurgia cardíaca: refletindo sobre o cuidado de enfermagem no período pós-operatório. PubSaúde, 2, a014. https://dx.doi.org/10.31533/pubsaude2.a014
Tineli, R. A., Junior, J. R. S., Luciano, P. M., Rodrigues, A. J., Vicente, W. V. A. & Evora, P. R. B. (2005). Fibrilação atrial e cirurgia cardíaca: uma história sem fim e sempre controversa. Braz J Cardiovasc Surg, 20(3): 323-331. DOI: 10.1590/S0102-76382005000300015
VanGilder, C., Amlung, S., Harrison, P. & Meyer, S. (2009). Results of the 2008-2009 International Pressure Ulcer Prevalence Survey and a 3-year, acute care, unit-specific analysis. Ostomy/Wound Management, 55(11), 39–45. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/19934462/
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ana Carolina de Almeida Lima; Mara Nogueira de Araújo; Sergio Henrique Simonetti
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.