Potencial terapêutico da cetamina em transtornos depressivos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i2.40153Palavras-chave:
Cetamina; Transtorno Depressivo Maior; Transtorno depressivo resistente a tratamento.Resumo
Introdução: Um terço dos indivíduos que convivem com transtorno depressivo maior não respondem ao tratamento à base de antidepressivos. A ideação suicida é um agravante frequentemente presente e que é possivelmente letal se não abordado. O difícil controle da ampla sintomatologia relacionada à depressão em determinados pacientes demonstra a necessidade de novas e eficientes estratégias terapêuticas. Verificou-se que a cetamina, apresenta resultados antidepressivos quando administrada em doses subanestésicas. Este trabalho tem como objetivo verificar o potencial antidepressivo da cetamina sobre o transtorno depressivo maior e transtorno depressivo resistente nas produções científicas publicadas entre 2017 a 2022. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura. Após busca na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde, foram encontradas 100 publicações, mas apenas12 artigos atendiam aos critérios de inclusão. Resultados e discussão: Indica-se como causa da rápida atenuação dos sintomas depressivos o bloqueio dos receptores NDMA promovido pela cetamina, que restabelece a dinâmica sináptica de algumas vias glutamatérgicas desajustadas nos transtornos depressivos, restaura a atividade neural de importantes circuitos relacionados ao stress, à resiliência e à regulação do humor, essencialmente modulando a função de controle cognitivo emocional. Além disso, atua regulando reações imunoinflamatórias disfuncionais envolvidas na fisiopatologia da depressão. Conclusão: A utilização da cetamina para tratamento de transtorno depressivo maior e transtorno depressivo resistente tem demonstrado resultados relevantes que a elencam como forte candidata para compor o arsenal adotado por guidelines internacionais.
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