Auto coleta domiciliar para testagem de Papilomavírus Humano e Chlamydia trachomatis em mulheres ribeirinhas no Amazonas
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40171Palavras-chave:
Papilomavírus humano; Chlamydia trachomatis; Epidemiologia; Região Amazônica.Resumo
As mulheres moradoras da zona rural do Amazonas – as ribeirinhas - têm dificuldade de acesso à adequada assistência à saúde, agravando sua vulnerabilidade diante de vários processos patológico, tais como o câncer cervical e infecções sexualmente transmissíveis. Estratégias que ampliem a cobertura de rastreamento e diagnóstico precoce são bem-vindas. Avaliar a prevalência de Papilomavírus Humano (HPV) e Chlamydia trachomatis (CT) em mulheres ribeirinhas da cidade de Coari, Amazonas, em amostras obtidas por auto coleta e verificar aceitação deste método entre as participantes. Foram visitadas 58 comunidades ribeirinhas, com abordagem “de casa em casa”. As amostras foram obtidas com a escova COARI® (Kolplast®) e o diagnóstico dos patógenos foi feito por Reação em Cadeia da Polimerase. Participaram da pesquisa 419 mulheres sexualmente ativas com idade entre 18 e 70 anos (34,4 ± 12,1). A prevalência de CT nessa amostra populacional foi de 1,1% e de HPV foi de 15,7%. A maioria delas relatou não ter sido difícil usar o dispositivo de auto coleta (95%), não ter sentido nenhum tipo de incômodo (87,6%) e preferir a auto coleta em relação à coleta pelo profissional (80%). Observamos baixa prevalência de CT e alta prevalência de HPV mas mulheres participantes, além de boa aceitação da auto coleta entre elas.
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