A cidade em mim: o lugar da subjetividade na constituição do espaço urbano
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40401Palavras-chave:
Cidades; Arquitetura; Subjetividade; Imaginário.Resumo
Este artigo tem como objetivo refletir sobre o lugar da subjetividade na construção do imaginário urbano que atravessa as cidades, utilizando-se de um aporte literário multifacetado para compor sua empiria. Inicialmente, o artigo dedica-se a uma discussão ancorada em Merleau Ponty (2004), acerca do mundo percebido, isto é, do universo de investigação dos sentidos, na arte, na pintura, na filosofia e na literatura, que ajuda a esclarecer nossa compreensão dos eventos históricos e da cidade; e na ideia de imaginário de Bachelard, fundamentalmente no que tange a obra A poética do espaço (2008), na qual o autor concebe o espaço como “um instrumento de análise para a alma humana” (2008). Em seguida, e a partir desse modo dialético de olhar para o espaço edificado, trabalhamos com a hipótese de alguns autores como Canclini (1997), Bollas (2000) e Leitão (1998, 2011, 2012, 2021), de que pensar as cidades perpassa, indissociavelmente, a relação imaterial entre indivíduos e espaço urbano. Por fim, apoiados nessa discussão recente teórica, que extrapola os limites conceituais e adentra o universo literário para compor análises metodológicas, argumentamos que os aspectos físicos urbanos nos quais habitamos são também expressões imagéticas e particulares do existir no mundo.
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