Perfil sociodemográfico e clínico de usuários com paralisia cerebral atendidos em unidades de atenção primária à saúde no município de Milagres no Ceará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40621

Palavras-chave:

Paralisia cerebral; Atenção Primária à Saúde; Assistência centrada no paciente.

Resumo

A encefalopatia crônica não progressiva, usualmente, chamada de paralisia cerebral, é ocasionada por uma lesão permanente no encéfalo em desenvolvimento. Ela é considerada a causa mais comum de deficiência motora na infância. Sua origem é heterogênea e complexa, podendo ser ocasionada por fatores de risco pré-natais, perinatais ou pós-natais. Diante desse contexto, juntamente com as vivências da pesquisadora no processo de territorialização na cidade de Milagres – Ceará, surgiu a seguinte questão: como se configura o perfil dos usuários com paralisia cerebral atendidos em unidades de atenção primária à saúde neste município? O estudo objetiva analisar o perfil sociodemográfico e clínico de usuários com paralisia cerebral atendidos em unidades de atenção primária à saúde no município de Milagres, no Ceará. Trata-se de um estudo transversal, descritivo, de abordagem quantitativa. A população do estudo foi composta por onze usuários e a amostra resultou em seis usuários. A análise dos dados foi realizada por meio SPSS 20.0. Foi evidenciado que a maioria dos entrevistados possuía classificação no CID 10- G80 e predominância do tônus tipo espástico. Encontramos nos entrevistados distúrbios musculoesqueléticos, distúrbios no comportamento, distúrbios respiratórios e epilepsia. Metade dos usuários frequentavam algum serviço de reabilitação e a grande maioria recebia, unicamente, o acompanhamento fisioterapêutico. Sugere-se que políticas públicas em saúde curativas e preventivas sejam intensificadas e direcionadas às particularidades dos usuários com paralisia cerebral e seus familiares, assim como, sejam realizadas novas pesquisas que fundamentem essas políticas públicas em saúde, de forma a otimizar o acesso desses usuários aos serviços terapêuticos especializados.

Referências

Arabi, H. (2021). Need to create networks of international cerebral palsy surveillance programs. Archives de pediatrie: organe officiel de la Societe francaise de pediatrie, 28(4), 352-353. https://doi.org/10.1016/j.arcped.2021.03.007

Bastos, J. L. D., & Duquia, R. P. (2007). Um dos delineamentos mais empregados em epidemiologia: estudo transversal. Scientia Medica, 17(4), 229-232. https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/scientiamedica/article/download/2806/7864/0.

Binha, A. M. P., Maciel, S. C., & Bezerra, C. C. A. (2018). Perfil epidemiológico dos pacientes com paralisia cerebral atendidos na AACD-São Paulo. Acta Fisiátrica, 25(1), 1-6. https://doi.org/10.11606/issn.2317-0190.v25i1a158818

Brasil. (2002). Portaria Nº 1060, de 5 de junho de 2002. Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt1060_05_06_2002.html

Brasil. (2011). Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde - SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7508.htm

Brasil. (2013). Decreto nº 7.988, de 17 de abril de 2013. Regulamenta os arts. 1º a 13 da Lei nº 12.715, de 17 de setembro de 2012, que dispõem sobre o Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica - PRONON e o Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência - PRONAS/PCD. Presidência da República. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2013/Decreto/D7988.htm

Brasil. (2012). Portaria nº 793, de 24 de abril de 2012. Institui a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbito do Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0793_24_04_2012.html

Bufteac Gincota, E., Jahnsen, R., Spinei, L., & Andersen, G. L. (2021). Risk factors for cerebral palsy in Moldova. Medicina, 57(6), 540. https://doi.org/10.3390/medicina57060540

Cans, C., Dolk, H., Platt, M. J., & Colver, A. (2007). Recommendations from the SCPE collaborative group for defining and classifying cerebral palsy. Developmental medicine and child neurology, 49, 35. https://www.proquest.com/openview/f1d071af3e80cf49cf34feb2534e81a8/1?pq-origsite=gscholar&cbl=34809

Dalfovo, M. S., Lana, R. A., & Silveira, A. (2008). Métodos quantitativos e qualitativos: um resgate teórico. Revista interdisciplinar científica aplicada, 2(3), 1-13. https://portaldeperiodicos.animaeducacao.com.br/index.php/rica/article/view/17591

Flanagan, D., Gaebler, D., Bart-Plange, E. L. B., & Msall, M. E. (2021). Addressing disparities among children with cerebral palsy: optimizing enablement, functioning, and participation. Journal of pediatric rehabilitation medicine, 14(2), 153-159. https://content.iospress.com/articles/journal-of-pediatric-rehabilitation-medicine/prm210015

Gil, A. C. (2002). Como classificar as pesquisas. Como elaborar projetos de pesquisa, 4(1), 44-45. https://www.academia.edu/download/38881088/como_classificar_pesquisas.pdf.

Goldsmith, S., McIntyre, S., Scott, H., Himmelmann, K., Smithers‐Sheedy, H., Andersen, G. L., ... & Watson, L. (2021). Congenital anomalies in children with postneonatally acquired cerebral palsy: an international data linkage study. Developmental Medicine & Child Neurology, 63(4), 421-428. https://doi.org/10.1111/dmcn.14805

Haslam, R. H. (2013). Clinical neurological examination of infants and children. Handbook of clinical neurology, 111, 17-25. https://doi.org/10.1016/B978-0-444-52891-9.00002-6

Hekne, L., Montgomery, C., & Johansen, K. (2021). Early access to physiotherapy for infants with cerebral palsy: A retrospective chart review. Plos one, 16(6), e0253846. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0253846

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2019). Panorama. https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ce/milagres/panorama

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2021). Cidade e estados. https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/ce/milagres.html

Marret, S., Vanhulle, C., & Laquerriere, A. (2013). Pathophysiology of cerebral palsy. Handbook of clinical neurology, 111, 169-176. https://doi.org/10.1016/B978-0-444-52891-9.00016-6

McClugage, S. G., & Bauer, D. F. (2021). Review of tone management for the primary care provider. Pediatric Clinics, 68(4), 929-944. https://doi.org/10.1016/j.pcl.2021.04.018

McConnell, K., Livingstone, E., Perra, O., & Kerr, C. (2021). Population-based study on the prevalence and clinical profile of adults with cerebral palsy in Northern Ireland. BMJ open, 11(1), e044614. http://dx.doi.org/10.1136/bmjopen-2020-044614

McNamara, L., Scott, K. M., Boyd, R. N., & Novak, I. (2021). Consensus of physician behaviours to target for early diagnosis of cerebral palsy: A Delphi study. Journal of paediatrics and child health, 57(7), 1009-1015. https://doi.org/10.1111/jpc.15369

MM, R. B., & Cuestas, E. (2019). The construction of cerebral palsy definition: a historical journey to the present. Revista de la Facultad de Ciencias Medicas (Cordoba, Argentina), 76(2), 113-117. https://doi.org/10.31053/1853.0605.v76.n2.23649

Ng, Z. M., Lin, J. B., Khoo, P. C., Rajadurai, V. S., Chan, D. W., & Lim, K. W. (2021). Causes, functional outcomes and healthcare utilisation of people with cerebral palsy in Singapore. Ann Acad Med Singap, 50(2), 111-8. https://doi.org/10.47102/annals-acadmedsg.2020489

Oliveira, L. D. S., & Golin, M. O. (2017). Técnica para redução do tônus e alongamento muscular passivo: efeitos na amplitude de movimento de crianças com paralisia cerebral espástica. ABCS health sciences, 42(1). https://doi.org/10.7322/abcshs.v42i1.946

Patel, D. R., Neelakantan, M., Pandher, K., & Merrick, J. (2020). Cerebral palsy in children: a clinical overview. Translational pediatrics, 9(Suppl 1), S125. http://dx.doi.org/10.21037/tp.2020.01.01

Peixoto, M. V. D. S., Duque, A. M., Carvalho, S. D., Gonçalves, T. P., Novais, A. P. D. S., & Nunes, M. A. P. (2021). Características epidemiológicas da paralisia cerebral em crianças e adolescentes em uma capital do nordeste brasileiro. Fisioterapia e Pesquisa, 27, 405-412. https://doi.org/10.1590/1809-2950/20012527042020

Peláez Cantero, M. J., Moreno Medinilla, E. E., Cordón Martínez, A., & Gallego Gutierrez, S. (2021). Abordaje integral del niño con parálisis cerebral. In Anales de Pediatría (Vol. 95, No. 4, pp. e1-e11). https://doi.org/10.1016/j.anpedi.2021.07.011

Pereira, H. V. (2018). Paralisia cerebral. Rev Resid Pediátr, 8(1), 49-55. https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/v8s1a09.pdf

Perra, O., Rankin, J., Platt, M. J., Sellier, E., Arnaud, C., De La Cruz, J., ... & Bjellmo, S. (2021). Decreasing cerebral palsy prevalence in multiple births in the modern era: a population cohort study of European data. Archives of Disease in Childhood-Fetal and Neonatal Edition, 106(2), 125-130. http://dx.doi.org/10.1136/archdischild-2020-318950

Rosenbaum, P., Paneth, N., Leviton, A., Goldstein, M., Bax, M., Damiano, D., ... & Jacobsson, B. (2007). A report: the definition and classification of cerebral palsy April 2006. Dev Med Child Neurol Suppl, 109(suppl 109), 8-14. https://www.bobathterapistleri.org/resimekleme/Belge/1762019153827457.pdf

Sellier, E., Goldsmith, S., McIntyre, S., Perra, O., Rackauskaite, G., Badawi, N., ... & Watson, L. (2021). Cerebral palsy in twins and higher multiple births: a Europe‐Australia population‐based study. Developmental Medicine & Child Neurology, 63(6), 712-720. https://doi.org/10.1111/dmcn.14827

Silva, P. S., da Silva Pastich, F. C. L., de Menezes, E. M. T., da Silva, L. G., da Cruz, L. C. B., Capitó, M. S., & dos Santos Silva, S. I. (2021). Estado nutricional e consumo alimentar de crianças com paralisia cerebral de um centro de reabilitação da cidade do Recife. Brazilian Journal of Development, 7(8), 83529-83546. https://doi.org/10.34117/bjdv7n8-522

Smith, D. D., Sagaram, D., Miller, R., & Gyamfi-Bannerman, C. (2020). Risk of cerebral palsy by gestational age among pregnancies at-risk for preterm birth. The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine, 33(12), 2059-2063. https://doi.org/10.1080/14767058.2018.1536745

Souza, C., Mata, C., Alves, F., Nogueira, M., Mendonça, R., Cunha, R., ... & Cusinato, C. (2016). Os benefícios da equoterapia a curto prazo em uma criança com paralisia cerebral: estudo de caso. Revista Eletrônica Faculdade Montes Belos, 9(2). http://www.revista.fmb.edu.br/index.php/fmb/article/view/225

Stavsky, M., Mor, O., Mastrolia, S. A., Greenbaum, S., Than, N. G., & Erez, O. (2017). Cerebral palsy—trends in epidemiology and recent development in prenatal mechanisms of disease, treatment, and prevention. Frontiers in pediatrics, 5, 21. https://doi.org/10.3389/fped.2017.00021.

Tsibidaki, A. (2020). Exploring the complexity of risk factors for cerebral palsy. Developmental Medicine and Child Neurology, 62(10), 1117. https://www.researchgate.net/profile/Assimina-Tsibidaki/publication/342998342_Tsibidaki_A_2020_Exploring_the_complexity_of_risk_factors_for_cerebral_palsy_Commentary_Developmental_Medicine_Child_Neurology_DMCN_1_httpsdoiorg-101111dmcn14632/links/62345b90be72d414daca99a2/Tsibidaki-A-2020-Exploring-the-complexity-of-risk-factors-for-cerebral-palsy-Commentary-Developmental-Medicine-Child-Neurology-DMCN-1-https-doiorg-101111-dmcn14632.pdf

Whitney, D. G., Schmidt, M., Haapala, H., Ryan, D., Hurvitz, E. A., & Peterson, M. D. (2021). Timecourse of morbidity onset among adults living with cerebral palsy. American Journal of Preventive Medicine, 61(1), 37-43. https://doi.org/10.1016/j.amepre.2021.01.020

Zandoná, S. B., Barreto, T. R., Fonseca, D. M., Souza, L. G., Viera, N. S. A., & Macedo, P. H. G. (2022). Perfil clínico de crianças atendidas em serviço de referência de paralisia cerebral. Revista Brasileira de Neurologia e Psiquiatria, 26(1). https://www.revneuropsiq.com.br/rbnp/article/view/641

Zeidan, J., Joseph, L., Camden, C., Shevell, M., Oskoui, M., Lamotte, P., & Shikako-Thomas, K. (2021). Look around me: environmental and socio-economic factors related to community participation for children with cerebral palsy in Québec. Physical & Occupational Therapy In Pediatrics, 41(4), 429-446. https://doi.org/10.1080/01942638.2020.1867693

Downloads

Publicado

10/03/2023

Como Citar

MARQUES, D. F. .; ALMEIDA , A. M. de O. .; BRANDÃO , M. O. F. .; TABOSA , T. Águida C. do N. . Perfil sociodemográfico e clínico de usuários com paralisia cerebral atendidos em unidades de atenção primária à saúde no município de Milagres no Ceará. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 3, p. e20012340621, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i3.40621. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/40621. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde