Autotransplante dentário – reabilitação e inclusão social: uma revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40706Palavras-chave:
Autotransplante autógeno; Inclusão social; Sistema Único de Saúde; Cirurgia oral.Resumo
O autotransplante dentário é uma técnica cirúrgica na qual um dente é removido do seu lugar original e passa a ocupar outro espaço em uma das arcadas do mesmo paciente. Geralmente, esses novos espaços são áreas estéticas, como a extensão da linha do sorriso, ou em áreas de maior funcionalidade. Os traumatismos que resultam em perdas dentárias, as agenesias, extensas e irreversíveis destruições por cáries, podem requerer processos reabilitadores de alto custo, demorados e muitas vezes ineficientes, circunstâncias que acabam por impor ao indivíduo uma aceitação forçada de sua condição: estética comprometida, subfunção mastigatória e de fonação, e assim, ocasionar baixa autoestima. Neste sentido, o presente artigo objetivou realizar uma revisão integrativa sobre o autotransplante, destacando as vantagens e desafios frente às inúmeras evoluções da técnica na esfera privada em detrimento das restrições e limitadas possibilidades do serviço público. Porém, a pesquisa demonstrou sua viabilidade, passível de ser ofertada pela atenção especializada/SUS. Foram apresentados os resultados textuais da literatura publicados nos últimos 10 anos, sendo que para a construção dessa revisão, foram utilizadas as bases de dados: PubMED, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google acadêmico, com artigos em inglês e português. Trinta e dois artigos foram analisados, os quais revelaram a possível aplicabilidade da técnica cirúrgica pelo serviço público, o que permitirá uma melhoria na qualidade de vida dos indivíduos submetidos à cirurgia, garantindo-lhes integralidade do cuidado e inclusão nos ciclos de representatividade sociais.
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