Situação Epidemiológica da sífilis congênita em um estado da Amazônia Ocidental

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40762

Palavras-chave:

Sífilis congênita; Transmissão vertical de doença infecciosa; Saúde materno-infantil.

Resumo

Objetivou-se analisar a situação epidemiológica da sífilis congênita em um estado da Amazônia Ocidental. Trata-se de estudo transversal, de abordagem quantitativa tipo seccional, de dados secundários com coleta realizada no Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde – DATASUS, tabulados a partir do TABNET. Os dados foram analisados pela estatística descritiva e inferencial afim de verificar as associações entre as variáveis de interesse. O comportamento da doença no estado apresenta uma tendência oscilante, onde no ano de 2018 ocorreu a maior parte dos casos (96), apresentando uma tendência de queda em 2021 com a notificação de (47) casos. Observou-se uma incidência geral de 4,8 casos para cada mil nascidos vivos, acima da meta estipulada pela Organização Pan Americana da Saúde. A maioria dos recém-nascidos diagnosticados com a doença, encontrava-se na faixa etária de até 6 dias de vida 365 (96%), do sexo feminino 192 (50%), da raça/cor da pele parda 325(85%), cujas mães possuíam o ensino fundamental incompleto 118 (31%). A maior parte das mães realizaram o acompanhamento pré-natal 322 (85%), cujo diagnóstico de sífilis materna ocorreu no momento do parto/curetagem 168 (44%), sendo que a maioria dos seus parceiros sexuais não foram tratados 285(75%). A maior parte dos recém-nascidos foram classificados como sífilis congênita recente 357 (94%), evoluindo em sua maioria para criança viva 331 (87%). A doença configura-se como um problema de saúde pública na região estudada e sugere-se que esteja associada a falhas na assistência pré-natal relacionadas ao diagnóstico oportuno e ao tratamento dos parceiros.

Biografia do Autor

Ruth Silva Lima da Costa, Centro Universitário Uninorte

Graduada em Enfermagem pela Universidade Federal do Acre (UFAC); Especialista em Gestão de Sistemas e Serviços de Saúde (UFAC) e em Educação Profissional na Área da Saúde: Enfermagem (ENSP/FIOCRUZ). Mestre em Ciências da Saúde (UFAC). Atua na Divisão de Captação de Recursos da Secretaria de Estado de Saúde do Acre e como docente nos cursos de Medicina e Enfermagem do Centro Universitário Uninorte. Tem experiência na área de Gestão e Planejamento em Saúde, Atenção á Saúde da Criança e Adolescente e Atenção Primária em Saúde. É revisora de periódicos científicos e membra de comitê de ética em pesquisa. Atualmente tem se dedicado a pesquisa com potencial interesse em produtos derivados de plantas amazônicas, e também voltadas para saúde coletiva com ênfase nas condições crônicas , além da atenção integral à saúde da criança e adolescente e sistematização da assistência de enfermagem.

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Publicado

14/03/2023

Como Citar

SOUSA, C. E. da S. .; PAES , T. de L. .; NOGUEIRA , G. E. J. .; FERNANDES , J. P. P. .; MAFALDO , S. de L. .; BEZERRA, A. C. R. F. .; CASTRO, E. N. da S. .; ARAÚJO, B. de S. . .; SAMPAIO, I. N. de S. .; COSTA, R. S. L. da. Situação Epidemiológica da sífilis congênita em um estado da Amazônia Ocidental. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 3, p. e23612340762, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i3.40762. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/40762. Acesso em: 30 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde