Tratamento paterno das crianças portadoras de sífilis congênita

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i3.40775

Palavras-chave:

Sífilis congênita; Parceiros Sexuais; Tratamento farmacológico; Gravidez.

Resumo

Introdução: A sífilis congênita (SC) é um importante problema de saúde pública no Brasil. O não tratamento dos parceiros sexuais é um dos principais fatores que dificultam o controle da SC e continua sendo um desafio para os profissionais de saúde (Rocha, et al., 2019). A má adesão do parceiro contribui para o crescimento exponencial do número de infecções e de crianças acometidas com SC nos últimos anos, porém tais dados ainda são limitados. Objetivo: Objetivou-se realizar uma pesquisa para avaliar o tratamento dos parceiros de puérperas que tiveram sífilis na gravidez e que seus filhos tiveram o diagnóstico de sífilis congênita. Métodos: Estudo transversal, retrospectivo e analítico realizado em uma Maternidade Filantrópica de Aracaju SE, no período de 2010 a 2020. Foram coletados dados dos prontuários de papel de pacientes com sífilis congênita, no ambulatório para seguimento dos recém-nascidos. Resultados: Foi evidenciado em relação ao tratamento materno que 5,4% das mulheres não foram tratadas, 15,8% o realizaram de forma inadequada e 78,8% foram tratadas adequadamente. Acerca do tratamento paterno, 30,4% dos homens não o fizeram, 29,6% fizeram de maneira inadequada e 40,1% foram tratados adequadamente. Ademais, 25,3% possuíam 1 filho com a doença em outra gestação e 6,8% 2 ou mais filhos com sífilis. A incidência de abortos foi de nenhum caso para 75,8% das mulheres. Conclusão: Através dessa visão, conclui-se que o tratamento dos parceiros de mulheres soropositivas na gestação ainda é negligenciado no Brasil, visto que aproximadamente 30% dos homens nesta análise não foram tratados para sífilis e 30% tratados de forma inadequada.

Referências

Brasil; Ministério da Saúde. (2022). Boletim Epidemiológico: Sífilis 2022. Brasília. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-sifilis-numero-especial-out-2022

Brasil. Ministério da Saúde. (2016). Guia do pré-natal do parceiro para profissionais de saúde. Brasília, DF. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pre_natal_parceiro_profissionais_saude.pdf

Brasil; Ministério da Saúde. (2022). Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis – IST. Brasília. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_clinico_atecao_integral_ist.pdf

Cope, A. B., Bernstein, K. T., Matthias, J., Rahman, M., Diesel, J. C., Pugsley, R. A., Schillinger, J. A., Chew Ng, R. A., Klingler, E. J., Mobley, V. L., Samoff, E., & Peterman, T. A. (2021). Effectiveness of Syphilis Partner Notification After Adjusting for Treatment Dates, 7 Jurisdictions. Sexually Transmitted Diseases, 49(2), 160–165. https://doi.org/10.1097/olq.0000000000001518

Folke, T., & Menon-Johansson, A. S. (2022). An Evaluation of Digital Partner Notification Tool Engagement and Impact for Patients Diagnosed With Gonorrhea and Syphilis. Sexually Transmitted Diseases, 49(12), 815–821. https://doi.org/10.1097/olq.0000000000001707

Júnior, Dioclécio C., & Burns, D. A. R., & Lopez, F. A. (2021). Tratado de pediatria. v.1. Editora Manole.

Menezes L. O., Floriano T. V. N., & Lopes I. M. D. (2021). Impacto do perfil socioeconômico de gestantes e parceiros na avaliação da qualidade do pré-natal. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 13(1), e5686. https://doi.org/10.25248/reas.e5686.2021

Nakku-Joloba, E., Kiguli, J., Kayemba, C. N., Twimukye, A., Mbazira, J. K., Parkes-Ratanshi, R., Birungi, M., Kyenkya, J., Byamugisha, J., Gaydos, C., & Manabe, Y. C. (2019). Perspectives on male partner notification and treatment for syphilis among antenatal women and their partners in Kampala and Wakiso districts, Uganda. BMC infectious diseases, 19(1), 124. https://doi.org/10.1186/s12879-019-3695-y

Parkes-Ratanshi, R., Mbazira Kimeze, J., Nakku-Joloba, E., Hamill, M. M., Namawejje, M., Kiragga, A., Kayogoza Byamugisha, J., Rompalo, A., Gaydos, C., & Manabe, Y. C. (2020). Low male partner attendance after syphilis screening in pregnant women leads to worse birth outcomes: the Syphilis Treatment of Partners (STOP) randomised control trial. Sexual health, 17(3), 214–222. https://doi.org/10.1071/SH19092

Pereira Da Silva, N., Serafim De Carvalho, K., Zolinda, K., & Chaves, C. (2020). Sífilis gestacional em uma maternidade pública no interior do Nordeste brasileiro Gestational syphilis in a public maternity hospital in Brazilian Northeast region countryside. https://docs.bvsalud.org/biblioref/2021/02/1146935/femina_2020_491_p5864sifilisgestacionalemumamaternidade_5e0G9Ch.pdf#:~:text=Quanto%20%C3%A0%20fase%20da%20doen%C3%A7a

Resende, W. M. G., Silva, G. P. O., Ferreira, A. S., Santos, K. F. L., Cruz, Í. R. R., & Lopes, I. M. D. (2021). Sífilis congênita: análise do bonômio mãe/filho no estado de Sergipe na última década / Congenital syphilis: analysis of the mother-child bonomies in the state of Sergipe in the last decade. Brazilian Journal of Health Review, 4(6), 24484–24497. https://doi.org/10.34119/bjhrv4n6-072

Rocha, A. F. B., Araújo, M. A. L., Miranda, A. E., de Leon, R. G. P., da Silva Junior, G. B., & Vasconcelos, L. D. P. G. (2019). Management of sexual partners of pregnant women with syphilis in northeastern Brazil - a qualitative study. BMC health services research, 19(1), 65. https://doi.org/10.1186/s12913-019-3910-y

Soares, L. G., Zarpellon, B., Soares, L. G., Baratieri, T., Lentsck, M. H., & Mazza, V. de A. (2017). Gestational and congenital syphilis: maternal, neonatal characteristics and outcome of cases. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 17(4), 781–789. https://doi.org/10.1590/1806-93042017000400010

Swayze, E. J., Cambou, M. C., Melo, M., Segura, E. R., Raney, J., Santos, B. R., Lira, R., Pinto, R. B., Varella, I. R. dos S., & Nielsen-Saines, K. (2022). Ineffective penicillin treatment and absence of partner treatment may drive the congenital syphilis epidemic in Brazil. AJOG Global Reports, 2(2), 100050. https://doi.org/10.1016/j.xagr.2022.100050

Torres, R. G., Mendonça, A. L. N., Montes, G. C., Manzan, J. J., Ribeiro, J. U., Paschoini, M. C., Torres, R. G., Mendonça, A. L. N., Montes, G. C., Manzan, J. J., Ribeiro, J. U., & Paschoini, M. C. (2019). Syphilis in Pregnancy: The Reality in a Public Hospital. Revista Brasileira de Ginecologia E Obstetrícia, 41(2), 90–96. https://doi.org/10.1055/s-0038-1676569

Torres, P. M. A., Reis, A. R. de P., Santos, A. S. T. dos, Negrinho, N. B. da S., Menegueti, M. G., & Gir, E. (2022). Factors associated with inadequate treatment of syphilis during pregnancy: an integrative review. Revista Brasileira de Enfermagem, 75(6). https://doi.org/10.1590/0034-7167-2021-0965

Uchôa, T. L. D. A., Araújo, E. D. C., da Silva, R. A. R., Valois, R., de Azevedo Junior, W. S., Nascimento, V. G. C., Aben-Athar, C. Y. U. P., Parente, A. T., Botelho, E. P., & Ferreira, G. R. O. N. (2022). Determinants of gestational syphilis among women attending prenatal care programs in the Brazilian Amazon. Frontiers in public health, 10, 930150. https://doi.org/10.3389/fpubh.2022.930150

Zhang, X. H., Chen, Y. M., Sun, Y., Qiu, L. Q., & Chen, D. Q. (2019). Differences in maternal characteristics and pregnancy outcomes between syphilitic women with and without partner coinfection. BMC pregnancy and childbirth, 19(1), 439. https://doi.org/10.1186/s12884-019-2569-z

Downloads

Publicado

17/03/2023

Como Citar

CORREIA, V. L. de S. .; LOPES, I. M. D. .; ALMEIDA, R. C. .; GONÇALVES, A. C. O. S. .; CEDRAZ, M. E. S. .; COUTO, F. D. S. do . Tratamento paterno das crianças portadoras de sífilis congênita. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 3, p. e25612340775, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i3.40775. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/40775. Acesso em: 17 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde