Estimativa da evapotranspiração de referência por três métodos, para a região de Ilhéus/BA
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.40936Palavras-chave:
Manejo da irrigação; Evapotranspiração de referência; Estimativa.Resumo
O conhecimento da evapotranspiração nas diversas etapas de desenvolvimento das plantas cultivadas permite que o manejo da irrigação seja feito de forma mais eficiente, de acordo com a real exigência da cultura. Há uma diversidade de métodos que podem ser utilizados para determinação da evapotranspiração de referência e, em função da grande variabilidade dos parâmetros que influenciam este fenômeno, é comum haver estudos que comparam diferentes métodos para avaliar aquele que tem maior aplicabilidade ao local de estudo. Foram coletados dados climatológicos mensais do Instituto Nacional de Meteorologia - INMET para o município de Ilhéus/BA. Foi estimada a evapotranspiração de referência através dos métodos de Thornthwaite, Camargo, e Priestley & Taylor, e seus resultados foram confrontados com o método padrão Penman-Monteith (FAO-56) por meio de índices estatísticos, índice de concordância de Wilmott, coeficiente de correlação de Pearson e o índice de confiança. O método de Priestley-Taylor foi classificado como “Ótimo” (c > 0,85). As metodologias de Thornthwaite e Camargo foram classificadas como “Mediano” (0,61 < c < 0,65) e “Bom” (0,66 < c < 0,75), respectivamente. O método de Priestley-Taylor superestimou os valores do método PMFAO, entretanto, obteve maior coeficiente de determinação com seus valores próximos aos encontrados pelo método padrão, podendo ser utilizada como uma alternativa ao método de referência de Penman-Monteith (FAO-56) para a região de Ilhéus-BA. Os métodos de Thornthwaite e Camargo apresentaram baixos coeficientes de determinação e obtiveram os piores desempenhos estatísticos, portanto devem ser usados com cautela.
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