Alterações bucais em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva – Revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.40957Palavras-chave:
Unidades de Terapia Intensiva; Odontólogos; Saúde bucal; Diagnóstico bucal.Resumo
O objetivo desse artigo foi a realização de uma revisão na literatura sobre lesões bucais em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foram selecionados artigos científicos nas bases de dados: PUBMED e LILACS, escritos em inglês ou português, publicados de 2000 a 2023. Foram excluídos os artigos de opinião e caso clínico. Os termos utilizados para busca foram: “unidade de terapia intensiva”, “COVID-19” E “diagnóstico oral” OU “saúde oral”. Os resultados descrevem que rotineiramente os pacientes internados em UTI são admitidos com uma má condição bucal, que pode ser agravada durante o tempo de internamento e contribuir para a piora no prognóstico do indivíduo. Diversos estudos já demonstram a importância da higiene bucal na prevenção de pneumonias nosocomiais, mas poucos apresentam a descrição da condição bucal dos pacientes em UTI. Dos achados clínicos de saúde bucal nos pacientes de UTI estão acúmulo de biofilme bucal e saburra lingual, doença periodontal, candidose, úlceras, abscessos dentários e raízes residuais. A presença de lesões orais em pacientes internados evidencia a importância da atuação da Odontologia Hospitalar na prevenção, diagnóstico e tratamento dessas lesões, que causam piora na qualidade de vida do paciente e podem ser porta de entrada para infecções secundárias. Além disso, mais pesquisas são necessárias para descrever as alterações bucais de pacientes internados e sua possível correlação com a saúde geral do indivíduo.
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