Alterações ambientais e malária na região amazônica brasileira
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41210Palavras-chave:
Malária; Ambiente; Impacto ambiental.Resumo
Objetivo: Conhecer quais e como as alterações ambientais interferem no controle e tratamento da malária no Brasil. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de artigos em português nas bases de dados Periódicos da BVS, Scielo e Arca Fiocruz. Resultados: Foram encontrados 115 artigos que, após aplicação dos filtros, critérios de exclusão, leitura dos títulos e resumo, restaram 3 para análise e discussão. Discussão: as interferências humanas no meio ambiente contribuem para a alteração do meio e a criação de condições que propiciam o aumento do número de casos de malária na Região Amazônica, onde se destacam as atividades de mineração com destaque para os pequenos garimpos, o desmatamento, a instalação de usinas hidrelétrica e grandes migrações populacionais. Tais condições contribuem para a formação de meios favoráveis à proliferação e disseminação de mosquitos vetores da malária, tornando o controle da mesma um desafio para os serviços de saúde, uma vez que as ações precisam também ter um olhar para a saúde ambiental. Conclusão: Os resultados confirmam a existência da associação das interferências humanas no meio ambiente e sua relação com o aumento de casos de malária no Brasil, em especial na região Amazônica. Entre as interferências prevalentes, destacaram-se o desmatamento, a mineração (garimpo), a instalação de hidrelétricas e as grandes migrações populacionais.
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