Impacto da pandemia da COVID-19 nos pacientes com diagnóstico de Fibromialgia dos ambulatórios de Reumatologia em Aracaju, SE
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41490Palavras-chave:
COVID-19; Fibromialgia; Qualidade de Vida.Resumo
A COVID-19, relatada pela primeira vez na China em dezembro de 2019, foi declarada uma emergência de saúde pública em janeiro de 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A consequência dessa pandemia gerou um grande impacto na rotina diária dos indivíduos, repercutindo negativamente em pacientes com dores crônicas. A fibromialgia (FM) é uma condição crônica, caracterizada pela presença de dor generalizada, fadiga, distúrbios do sono e alterações cognitivas. Sua prevalência é alta, estimada em 2,5% no Brasil, sendo mais comum em mulheres. Fatores demográficos, socioeconômicos e psicossociais foram associados à maior intensidade da dor e interferência durante o distanciamento social nesses pacientes. Esse impacto está relacionado com o fechamento das clínicas e dos espaços de atividades físicas; desvio dos profissionais de saúde para atividades relacionadas ao COVID-19, aumentando o tempo de espera das consultas; atrasos no acesso oportuno aos medicamentos devido à prescrição reduzida; a redução de consultas multiprofissionais, podem ter favorecido na diminuição da qualidade de vida (QV). O objetivo deste estudo foi avaliar a interferência desses fatores na QV e na dor dos pacientes durante a pandemia. Pacientes fibromiálgicos de três clínicas em Aracaju- SE foram entrevistados a partir de questionários. Os dados deste estudo sugerem associação entre o bloqueio pandêmico do COVID-19 e o agravamento dos sintomas da fibromialgia, assim como a qualidade de vida dos pacientes que convivem com essa doença, principalmente quando avaliados a dor, humor e sono. A interrupção do tratamento e a presença de outras comorbidades associadas, pioraram a condição de saúde.
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