Fatores de risco para ideação suicida: estudo com profissionais de enfermagem
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i5.41597Palavras-chave:
Vigilância em saúde do trabalhador; Saúde mental; Suicídio.Resumo
Este estudo tem como objetivo analisar os aspectos de riscos de suicídio entre profissionais de enfermagem do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) /EBSERH. Trata-se de um estudo de caráter observacional, descritivo, transversal e de abordagem quantitativa iniciado em 2021, utilizando banco de dados de uma pesquisa intitulada “SEGURANÇA DO PACIENTE, SUICÍDIO E VIOLÊNCIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE: INTER-RELAÇÕES E PROPOSTA DE INTERVENÇÃO”, sendo a coleta realizada em 2020 com 226 profissionais, sendo 58 enfermeiros e 166 técnicos e auxiliares em enfermagem. Os resultados mostraram que a média de idade foi de 41,5 anos, de jornada de trabalho semanal foi 36,0 horas e de tempo de atuação na área da enfermagem foi de 17 anos. E o fato de 30 (12,7%) dos profissionais participantes pensarem que seria melhor estarem mortos no último ano, 18 (7,6%) já haviam pensado em suicídio, 2 pessoas (0,8%) já haviam tentado suicídio, 8 (3,4%) já fizeram alguma tentativa de suicídio, e de 13 (5,8%) serem considerados como pessoas com alto risco para suicídio, merece atenção, visto que essa situação repercute na saúde do trabalhador, e consequentemente e possivelmente na assistência prestada. Conhecer os fatores, que predispõem uma pessoa, e por assim dizer, uma classe de trabalhadores, a enfermagem, a atentar contra sua própria vida é o primeiro passo para avaliar a necessidade de estruturar o trabalho de forma eficaz na prevenção e promoção de um ambiente seguro para o profissional e paciente.
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