Análise do perfil, das formas de tratamento e das estratégias adotadas por participantes cardiopatas para a reabilitação cardiovascular no Vale do Taquari

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i13.41958

Palavras-chave:

Cardiopatas; Doença cardiovascular; Procedimento cardiovascular; Reabilitação cardiovascular.

Resumo

Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) são caracterizadas por um conjunto de distúrbios que acometem o coração e os vasos sanguíneos. São as principais causas de morbi mortalidade e incapacidade em todo o mundo. A reabilitação cardiovascular (RCV) consiste na principal estratégia para o tratamento das DCV. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar o perfil, da forma de tratamento e as estratégias adotadas por cardiopatas para a RCV no Vale do Taquari. Metodologia: O estudo é de abordagem quantitativa, explicativa, de delineamento do tipo documental e corte transversal, realizada no primeiro semestre de 2021. A amostra, a qual foi selecionada por conveniência não aleatória através de um banco de prontuários do Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado RS, tem como referência indivíduos cardiopatas acima de 18 anos, submetidos a procedimentos cardiovasculares no Hospital Bruno Born entre o período de janeiro de 2018 até dezembro de 2020. A coleta dos dados transcorreu em dois momentos, sendo a primeira etapa a de análise dos prontuários e a segunda de aplicação de um questionário, composto por questões envolvendo o histórico de doenças e conhecimentos sobre RCV. Os participantes que concordaram em participar assentiram mediante aceite do TCLE. Resultados: A amostra foi composta por 66 participantes, sendo 51 do sexo masculino (77,3%) e 15 do sexo feminino (22,7%), com idade média de 62,479,84 anos. Constatou-se que os principais procedimentos realizados foram angioplastias com implantação de “stents” coronarianos e periféricos (50%), cirurgia de revascularização do miocárdio (16,7%) e implante de prótese valvar (16,7%). Mais da metade dos participantes não foram encaminhados para uma RCV (60,6%). As principais formas de tratamento foram o uso de medicamentos (69,7%), seguido do acompanhamento com médico cardiologista (68,2%) e a prática de exercícios físicos (54,6%). Com relação ao exercício físico, 40,9% dos participantes consideravam-se sedentários antes do procedimento, sendo que, após a realização do mesmo, apenas 13,6% ainda continuam sedentários. Conclusão: Os dados coletados demonstram que menos da metade dos participantes investigados realizaram algum tipo de RCV. Sendo assim, a área da RCV parece ser de grande potencial para o trabalho do profissional de Educação Física. 

Biografia do Autor

Paula Michele Lohmann, Universidade do Vale do Taquari

Enfermagem

Referências

Anderson, L., Oldridge, N., Thompson, D. R., et al. (2016) Exercise-Based Cardiac Rehabilitation for Coronary Heart Disease: Cochrane Systematic Review and Meta-Analysis. Journal of the American College of Cardiology. 67(1), 1-12. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/26764059/

Beauchamp, A., Sheppard, R., Wise, F., & Jackson, A. (2020) Health Literacy of Patients Attending Cardiac Rehabilitation. Journal of Cardiopulmonary Rehabilitation and Prevention. 40(4), 249-254. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32604253/. Acesso em: 3 maio 2021.

Benjamin, E. J., Virani, S. S., Callaway, C. W., Chamberlain, A. M., et al. (2018) Heart Disease and Stroke Statistics – 2018 Update: A Report From the American Heart Association. Circulation. 37(12). https://www.ahajournals.org/doi/10.1161/CIR.0000000000000558.

Brasil, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde-DATASUS. http://www.datasus.gov.br

Bush, M., Kucharska-Newton, A., Simpson Jr, R. J., Fang, G., et al. (2019) Effect of Initiating Cardiac Rehabilitation After Myocardial Infarction on Subsequent Hospitalization in Older Adults. Journal of Cardiopulmonary Rehabilitation and Prevention, 40(2), 87-93. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31592930/.

Anoreg-RS. Associação dos Notórios e Registradores do Estado do Rio Grande do Sul. Clipping – Rádio Planalto – Cartórios registram aumento de 14% nos óbitos por doenças cardiovasculares no RS. <https://anoregrs.org.br/2020/06/30/clipping-radio-planalto-cartorios-registram-aumento-de-14-nos-obitos-por-doencas-cardiovasculares-no-rs/>.

Carvalho, T. De, Milani, M., Ferraz, A. S., Silveira, A. D., et al. (2020) Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular – 2020. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 114(5), 943-987. http://publicacoes.cardiol.br/portal/abc/portugues/2020/v11405/pdf/11405022.pdf.

Castinheiras Neto, A. G., Turco, V. M, Venturim, D. O., & Farinatti, P. T. V. (2008) Reabilitação cardíaca após alta hospitalar no sistema público de saúde do município do Rio de Janeiro. Rev SOCERJ., 21(6), 399-403. http://sociedades.cardiol.br/socerj/revista/2008_06/a2008_v21_n06_a06antoniogilcastinheiras.pdf.

Dalstra, J. A. A., Kunst, A. E., Breeze, E., Cambois, E., et al. (2005) Socioeconomic differences in the prevalence of common chronic diseases an overview of eight. Int. J. Epidemiology, 34(2), 316-326. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/15737978/.

Departamento de Informática Do Sistema Único De Saúde (DATASUS). Caderno de Informações de Saúde para o município de Lajeado/RS. Ministério da Saúde e IBGE, 2010. http://tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/rs.htm.

Ding, D. (2018) Surveillance of global physical activity: progress, evidence, and future directions. Lancet Global Health. 6(10), 1046-1047. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/30193831/.

Feres, F., Costa, R. A., Siqueira, D., Costa JR, J. R., et al. (2017) Diretriz da sociedade brasileira de cardiologia e da sociedade brasileira de hemodinâmica e cardiologia intervencionista sobre intervenção coronária percutânea. Arq. Bras. Cardiol., 109(1), https://www.scielo.br/j/abc/a/fSDVnDqyZVkYFz7gbGWh6Kg/?lang=pt.

Ghisi, G. L. De M., Santos, R. Z. Dos, Aranha, E. E., Nunes, A. D., et al. (2013) Perceptions of barriers to cardiac rehabilitation use in Brazil. Vascular Health and Risk Management. 9, 485- 491. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3770721/.

Ghisi, G. L. De M, Oh, Paul, Benetti, M., & Grace, S. L. (2013) Barriers to cardiac rehabilitation use in Canada versus Brazil. Journal of Cardiopulmonary Rehabilitation and Prevention, 33(3), 173-179. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23635836/#:~:text=For%2017%20of%2021%20barriers,cost %20of%20the%20CR%20program.

Heran, B. S., Chen, J. M. H., Ebrahim, S., Moxham, T., et al. (2011) Exercise-based cardiac rehabilitation for coronary heart disease. Cochrane Database of Systematic Reviews, 6(7). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21735386/.

Herber, O. R., Smith, K. White, M., & Jones, M. C. (2017) Just not for me' - contributing factors to nonattendance/noncompletion at phase III cardiac rehabilitation in acute coronary syndrome patients: a qualitative enquiry. Journal of Clinical Nursing. 26(21-22), 3529-3542. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28042887/.

Herrod, P. J. J., Doleman, B., Blackwell J. E. M., O'Boyle, F., et al. (2018) Exercise and other nonpharmacological strategies to reduce blood pressure in older adults: a systematic review and meta-analysis. J Am Soc Hypertens, 12(4), 248-267. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/29496468/.

Jolly, K., Taylor, R., Lip G.Y., Greenfield, S., et al. (2007) The Birmingham Rehabilitation Uptake Maximisation Study (BRUM). Home-based compared with hospital-based cardiac rehabilitation in a multi-ethnic population: cost-effectiveness and patient adherence. Health Technology Assessment. 11(35), 1-118. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17767899/.

Karsten, M., Vieira, A. M., & Ghisi, G. L. M. (2020) Diretriz Brasileira de Reabilitação Cardiovascular: Valores e Limitações. Arq Bras Cardiol., 115(6), 1208-1210. https://www.scielo.br/j/abc/a/WL4r9tS5YVNwh6CkXBnGLJq/?lang=pt.

Laurenti, R., Jorge, M. H. P. De M., & Gotlieb, S. L. D. (2005) Perfil epidemiológico da morbi-mortalidade masculina. Ciência & Saúde Coletiva, 10(1), 35-46. https://www.scielo.br/j/csc/a/VjZYYSTpV5ms54kvS8wfmSm/?lang=pt.

Lisboa, L. A. F., Moreira, L. F. P., Mejia, O. V., Dallan, L. A. O., et al. (2010) Evolução da Cirurgia Cardiovascular no Instituto do Coração: Análise de 71.305 Operações. Arq. Bras. Cardiol., 94(2). https://www.scielo.br/j/abc/a/pjMZSzDJqBg4GMMr9SgBkvR/abstract/?lang=pt.

Martin, R. Dos S. E S., Godoy, I., Franco, R. J. Da S., Martin, L. C., et al. (2014) Influência do nível socioeconômico sobre os fatores de risco cardiovascular. JBM., 102(2). http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2014/v102n2/a4193.pdf.

Massaroli, L. C., Santos, L. C., Carvalho, G. G., Carneiro, S. A. J. F., et al. (2018) Qualidade de vida e o IMC alto como fator de risco para doenças cardiovasculares: Revisão sistemática. Revista da Universidade Vale do Rio Verde, 16(1). http://periodicos.unincor.br/index.php/revistaunincor/article/view/3733/pdf_794. Acesso em: 6 jun. 2021.

Masson, G. S., & Michelini, L. C. (2015) Autonomic Dysfunction, Sympathetic Hyperactivity and the Development of End-Organ Damage in Hypertension: Multiple Benefits of Exercise Training. Heart Res Open J., 2(2), 60-69. https://openventio.org/autonomic-dysfunction-sympathetic-hyperactivity-and-the-development-of-end-organ-damage-in-hypertension-multiple-benefits-of-exercise-training/.

Melchior, M., Berkman, L. F., Kawachi, I., Krieger, N., et al. (2006) Lifelong socioeconomic trajectory and premature mortality (35-65 years) in France: findings from the GAZEL Cohort Study. J. Epidemiol. Community Health, 60(11), 937-944. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/17053282/.

Murray, J., Craigs, C. L., Hill, K. M., Honey, S., et al. (2012) A systematic review of patient reported factors associated with uptake and completion of cardiovascular lifestyle behaviour change. BMC Cardiovascular Disorders. 12. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23216627/.

Oliveira, A. F., Valente, J. G., & Leite, I. C. (2008) Aspectos da mortalidade atribuível ao tabaco: revisão sistemática. Rev Saúde Pública, 42(2), 335-345. https://www.scielo.br/j/rsp/a/kntpmjx8X6hkdYVkShC8r4D/?lang=pt.

Petto, J., Araújo, P. L. de, Garcia, N. L., Santos, A. C. N. dos, et al. (2013) Fatores de Impedimento ao Encaminhamento para a Reabilitação Cardíaca Supervisionada. Revista Brasileira de Cardiologia. 26(5), 364-368. https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-704451?lang=es.

Riebe, B. (2016) Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição. (10a ed.), American college of sports mecidine: Grupo Editorial Nacional.

Sánchez-Delgado, J. C., Sepulveda, D. C. C., Zapata, A. C., Pico, M. Y. F., et al. (2020) The Effects of Maintenance Cardiac Rehabilitation: a Sistematic Review. Journal of Cardiopulmonary Rehabilitation and Prevention. 40(4), 224-244. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32604252/.

Sehn, L. (2012) Análise da Mortalidade por Doenças Crônicas Não Transmissíveis no |Rio Grande do Sul. Bol. Epidemiológico, 14(1). https://www.cevs.rs.gov.br/upload/arquivos/201903/11170140-suplemento-1.pdf.

Sérvio, T. C., Britto, R. R., Ghisi, G. L. De M, Silva, L. P. da S., et al. (2019) Barriers to cardiac rehabilitation delivery in a low-resource setting from the perspective of healthcare administrators, rehabilitation providers, and cardiac patients. BMC Health Services Research, 19(1). https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31477103/.

Souza-Rabbo, M. P., Campos, L., Barbosa, S. R., Rodrigues, F. S. S., et al. (2010) O papel de uma equipe multidisciplinar em programas de reabilitação cardiovascular. Ciência em Movimento, 12(23). https://www.metodista.br/revistas/revistas-ipa/index.php/RS/article/view/98/62.

Sociedade Brasileira De Cardiologia - SBC. (2020) Diretriz brasileira de reabilitação cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 114(5), 943–987.

Sociedade Brasileira De Cardiologia - SBC. (2014) Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Diretriz sul-americana de prevenção e reabilitação cardiovascular. Arq Bras Cardiol. 103(2).

Taylor, R. S., Long, L., Mordi, I. R., Madsen, M. T., Davies, E. J., Dalal, H., Rees, K., Singh, S. J., Gluud, C., & Zwisler, A. (2019) Exercise-Based Rehabilitation for Heart Failure. Cochrane Systematic Review, MetaAnalysis, and Trial Sequential Analysis. JACC: Heart Failure, 7(8), 691-705. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31302050/.

Theme Filha, M. M., Souza Júnior, P. R. B., Damacena, G. N., & Szwarcwald, C. L. (2015) Prevalência de doenças crônicas não transmissíveis e associação com autoavaliação de saúde: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Rev Bras Epidemiol, 18(2), 83-96. https://www.scielo.br/j/rbepid/a/z5BVRYb7cG67yLg9BYCMmgQ/?lang=pt.

Turk-Adawy, K., Sarrafzadegan, N., & Grace, S. L. (2014) Global availability of cardiac rehabilitation. Nature Reviews Cardiology. 11(10), 586–596. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4490895/.

World Health Organization – WHO. WHO methods for life expectancy and healthy life expectancy. Geneva: WHO, 2014. https://www.who.int/healthinfo/statistics/LT_method_1990_2012.pdf.

Downloads

Publicado

09/12/2023

Como Citar

LENHARDT, N. R. .; TIGGEMANN, C. L. .; COSTA, J. L. D. .; LOHMANN, P. M. Análise do perfil, das formas de tratamento e das estratégias adotadas por participantes cardiopatas para a reabilitação cardiovascular no Vale do Taquari. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 13, p. e142121341958, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i13.41958. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/41958. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde