Correção de hidronefrose iatrogênica após ovariosalpingohisterectomia terapêutica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i8.42283Palavras-chave:
Castração; Procedimento; Incontinência urinária; Noctúria; Ureteroneocistostomia.Resumo
O procedimento de ovariosalpingohisterectomia (OSH) é relativamente seguro. Todavia, uma iatrogênia descrita é a ligadura acidental ou traumática do ureter, podendo resultar em hidronefrose, uma afecção decorrente da obstrução do trato urinário superior. O presente relato tem como objetivo descrever o caso de um canino submetido a um procedimento de ureteroneocistostomia devido a hidronefrose iatrogênica após OSH. Foi atendido um canino, fêmea, 8 anos e pesando 22kg, apresentando incontinência urinária e noctúria. O paciente havia realizado OSH há 5 meses, e começou a manifestar sinais de cio após o evento. Ao exame ultrassonográfico, constatou-se síndrome do ovário remanescente direito e piometrite no coto uterino, sendo submetido a OSH terapêutica. Decorrido alguns dias, com novos sinais ao exame ultrassom revelou hidronefrose renal direita e hidroureter direito. Sendo assim, realizado ureteroneocistostomia com cateterização ureteral direita. O procedimento foi efetuado com êxito e sem intercorrências. Apesar da OSH ter uma casuística de complicações consideravelmente baixa, quando ocorrem, o correto diagnóstico, associado ao tratamento correto é primordial para saúde e estabilização do animal.
Referências
Adin, C. A. & Scansen, B. A. (2011). Complications of upper urinary tract surgery in companion animals. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 41(5), 869-888. 10.1016/j.cvsm.2011.05.015.
Alpers, C. E., MD. (2005). O Rim. In: Robbins & Cotran. Patologia. (7a ed.). 531-540. https://www.metodista.br/congressos-cientificos/index.php/CM2018/ECMS2018/paper/view/9818
Balakrishnan, A. & Drobatz, K. J. (2013). Management of urinary tract emergencies in small animals. Veterinary Clinics Small Animal, 43(4), 843-867. 10.1016/j.cvsm.2013.03.013.
Berent, A. C. (2011). Técnicas Urológicas Intervencionistas no Paciente Felino. In: August, J. R. Medicina Interna de Felinos. (6a ed.). Elsevier. cap. 52, 518-531. ISBN: 9788535239690.
Berent, A. C. (2011). Ureteral obstructions in dogs and cats: a review of traditional and new interventional diagnostic and therapeutic options. Journal of Veterinary Emergency and Critical Care, 21(2), 86-103. 10.1111/j.1476-4431.2011.00628.x.
Bojrab, M. J. & Monnet, E. (2017). Mechanisms of disease in small animal sugery, 3.ed., Teton New Media, 813-824.
Christie, B. A. (1998). Anatomia do trato urinário. In: Slatter, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. v2. (2a ed.). Manole, 1629-1645.
Christie, B. A. & Bjorling, D. E. (1998). Princípios da cirurgia do trato urinário. In: Slatter, D. Manual de cirurgia de pequenos animais. v2. (2a. ed.). Manole, 1683-1697.
Confer, A. W. & Panciera, R J. (1998). Sistema Urinário. In: Mcgavin, M. D. & Carlton, W. W. Patologia Veterinária Especial de Thomson. (2a ed.). Artmed., 228-260.
Corrada, Y. & Gobello, C. (2004). Incontinência urinaria hipoestrogénica em la perra. In: Gobello, C. Temas de reproducción de caninos y felinos por autores latinoamericanos, Argentina: Gráfica Latina S.A., cap.12, 113-117.
Grimes, J. A., Fletcher, J. M. & Schmiedt, C. W. (2018). Outcomes in dogs with uroabdomen: 43 cases. Journal of the American Veterinary Medical Association, 252(1), 92-97. 10.2460/javma.252.1.92.
Guimarães, J. L. (2018). Hidronefrose por obstrução ureteral em felino doméstico (felis catus): relato de caso. TCC’s de Medicina Veterinária, 44f.: il., 25. https://repositorio.camporeal.edu.br/index.php/tccmedvet/article/view/293
Fossum, T. W. (2021). Cirurgia de Pequenos Animais, 5.ed., GEN Guanabara Koogan, cap.24.
Hardie, E. M. & Kyles, A. E. (2004) Management of ureteral obstruction. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 34(4), 989-1010. 10.1016/j.cvsm.2004.03.008.
Howe, L. M. (2006). Surgical methods of contraception and sterilization. Theriogenology, 66(3), 500-509. 10.1016/j.theriogenology.2006.04.005.
Jones, T. C., Hunt, R. D. & King, N. W. (2000). Sistema urinário. In: Jones, T. C., Hunt, R. D. & King, N.W. Patologia veterinária. (6a. ed.). Manole, 1131-1168.
Kealy, J. K., Mcallister, H. & Graham, J. P. (2012). O Sistema urinário. In: Kealy, J. K., Mcallister, H. & Graham, J. P. Diagnostic Radiology and Ultrasonography of the Dog and Cat. 5th ed. Elsevier, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 5, 126-146.
Macphail, C. M. (2008). Cirurgia dos sistemas reprodutivo e genital. In: Fossum, T. W. Cirurgia dos sistemas reprodutivo e genital. Cirurgia de pequenos animais, (3a ed.) Elsevier, 702-774.
Mesquita, L. R., RahalL, S. C.; Matsubara, L. M., Mamprim, M. J., Foschini, C. R., Faria, L. G. & Kano, W. T. (2015). Bilateral hydronephrosis and hydroureter after ovariohysterectomy using nylon cable tie: a case report. Veterinarni Medicina. Prague: Czech Academy Agricultural Sciences, 60(1), 52–56. 10.17221/7926-VETMED
Milligan, M. & Berent, A. C. (2019). Medical and Interventional Management of Upper Urinary Tract Uroliths. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, 49(2), 157-174. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/5704778/mod_resource/content/1/Medical%20and%20Interventional%20Management%20of%20Upper%20Urinary%20Tract%20Uroliths%20.pdf
Nascimento, H. B., Almeida, E.L., Ribeiro, J. J., Filho, R. S. S., Queiroz, R. A & Wanderley, G. G. (2009). Hidronefrose secundária a ovário-salpingo-histerectomia em cadela. IX Jornada de ensino, pesquisa e extensão – JEPEX. http://www.eventosufrpe.com.br/jepex2009/cd/resumos/R1319-4.pdf
Newman, S. J., Confer, A. W. & Panciera, R. J. (2011). O sistema urinário. In: Zachary, J. F. & Mcgavin, M. D. Bases da Patologia em Veterinária. (4a. ed.). Elsevier, 613-691.
Palm, C. & Westrop, J. (2011). Cats and Calcium Oxalate: Strategies for Managing Lower and Upper Tract Stone Disease. Journal of Feline Medicine and Surgery, 13(9), 651- 660. 10.1016/j.jfms.2011.07.018.
Pollari, F. L., Bonnet, B.N. & Bamsey, S. C. (1996). Postoperative complications of surgeries in dogs and cats determined by examining electronic and paper medical records. J Am Vet Med Assoc, 208(11), 1882-1886. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/8675479/
Santos, R.S. & Alessi, A.C. (2016). Patologia Veterinária, (3a ed.). Roca, Brasil.
Santos K. A. S. O., Ramos C. S. (2019). Uso do cateter duplo J na desobstrução ureteral em felinos- relato de caso. Anais do 17 Simpósio de TCC e 14 Seminário de IC do Centro Universitário ICESP, (17), 1449-1456. http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/artigos/d7e58a8f4ba094c9e38fec8258ab1833.pdf
Santos, F. C., Corrêia, T. P., Rahal, S. C., Crespilho, A. M. & Mamprim, M. J. (2023). Complicações da esterilização cirúrgica de fêmeas caninas e felinas. Revisão de literatura. RVZ [Internet]. 17º de março de 2023 [citado 23º de agosto de 2023];16(1), 8-18. https://rvz.emnuvens.com.br/rvz/article/view/1295
Smith, N. A., Silva, P. C. & Ferreira, M. L. (2014). Ureteral reconstruction with abdominal wall muscle flap: experimental study in rabbits. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, 41(6), 455-456. 10.1590/0100-69912014006013.
Reichler, I. M. (2009). Gonadectomy in cats and dogs: a review of risks and benefits. Reprod. Domest. Anim, 44(2), 29-35. 10.1111/j.1439-0531.2009.01437.x.
Trompowsky, A. C. M. V., Pliego, C. M., Ferreira, M. L. G., Nunes, V. A. & Santos, M. C. S. (2007). Relato de quatro casos de hidronefrose secundária a ovário-salpingohisterectomia (OSH) em cadelas. Acta Scientiae Veterinariae, 35(suppl. 2), 344-345. https://www.ufrgs.br/actavet/
Van Goethem, B., Okkens-Schaefers, A. & Kirpensteijn, J. (2006). Making a rational choice between ovariectomy and ovariohysterectomy in the dog: a discussion of the benefits of either. Veterinary Surgery technique, 35(2), 136-143. 10.1111/j.1532-950X.2006.00124.x.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Carolina da Silva Pereira; Eduardo Machado Zayon; Ruth Ely da Silva Fonseca; Isabella Michels Carvalho; Rochelle Gorczak
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.