Atividade biológica de extratos de plantas aromáticas condimentares para controle de Rhipicephalus (Boophilus) microplus e Aedes aegypti
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i7.42536Palavras-chave:
Acaricida; Inseticidas; Extratos vegetais.Resumo
Uma das maiores ameaças à pecuária na atualidade é o carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, e isso se deve ao fato deste ectoparasito causar perda de produção e morte de animais, ou ser agente vetor de doenças como a tristeza parasitária bovina. Outro problema enfrentado atualmente é a Dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, que ultimamente tem alcançado elevada morbidade. Em ambos os casos pode-se dizer que um dos principais fatores que dificultam o combate é a resistência que esses vetores adquiriram a produtos químicos utilizados para o controle de suas populações. No presente trabalho objetivou-se testar o efeito do extrato de três plantas aromáticas condimentares, sendo elas Salvia rosmarinus, Ocimum basilicum e Origanum vulgare, quanto a atividade carrapaticida frente a B. microplus e quanto a atividade larvicida frente ao Ae. aegypti. Os vegetais utilizados foram adquiridos em estabelecimentos comerciais especializados, a coleta das teleóginas se deu em uma propriedade rural no município de Pindamonhangaba – SP, e as larvas do díptero foram obtidas em armadilhas montadas utilizando pneus de kart usados. Após execução dos experimentos definiu-se a mortalidade após 72 horas, evidenciando-se ineficácia dos extratos no teste carrapaticida. Entretanto os extratos de S. rosmarinus e O. basilicum apresentaram resultados satisfatórios como larvicidas. Tendo como base os resultados obtidos, conclui-se que as infusões de S. rosmarinus e O. basilicum não apresentaram atividade carrapaticida frente ao carrapato B. microplus e apresentaram atividade larvicida contra Ae. aegypti, destacando-se dessa forma a aplicabilidade de tais preparos para o controle de populações desse díptero.
Referências
Ahmadifar, E., Mansour, M. R., Keramat, & A., Rayeni, M. F. (2014). Growth efficiency, survival and haematological changes in great sturgeon (Huso huso Linnaeus, 1758) juveniles fed diets supplemented with different levels of thymol–carvacrol. Animal feed Science and Technology. 198(1):304-308. http://doi.org/10.1016/j.anifeedsci.2014.08.012
Amaral, S. C., Pruski, B. B., de Freitas, S. B., Allend, S. O., Ferreira, M. R. A., Moreira, C., Jr, Pereira, D. I. B., Junior, A. S. V., & Hartwig, D. D. (2020). Origanum vulgare essential oil: antibacterial activities and synergistic effect with polymyxin B against multidrug-resistant Acinetobacter baumannii. Molecular Biology Reports, 47(12):9615–9625. https://doi.org/10.1007/s11033-020-05989-0
Andreotti, R. (2010). Situação atual da resistência do carrapato-do-boi Rhipicephalus (Boophilus) microplus aos acaricidas no Brasil. Embrapa Gado de corte. 180(1):1-36. http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/doc/DOC180.pdf
Araujo, L. X., Novato, T. P. L., Zeringota, V., Maturano, R., Melo, D., Silva, B. C., Daemon, E., & Carvalho, M. G., Monteiro, C. M. O. (2016). Synergism of thymol, carvacrol and eugenol on larvae of cattle tick, Rhipicephalus microplus and brown dog tick, Rhipicephalus sanguineus. Medical and Veterinary Entomology. 30(4):377-382. http://doi.org/10.1111/mve.12181
Bakkali, F., Averbeck, S., Averbeck, D., & Idaomar, M. (2008). Efeitos biológicos dos óleos essenciais e uma revisão. Alimentos Chem Toxicol. 46(2):446-475. http://doi.org/10.1016/j.fct.2007.09.106
Brasil, (2022). Monitoramento dos casos de arboviroses até a semana epidemiológica 51 de 2022. Boletim Epidemiológico: Secretaria de vigilância em saúde. 48(53). https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/edicoes/2022/boletim-epidemiologico-vol-53-no48
Campos, R. N. S., Bacci L., Araújo, A.P.A., Blank, A.F., Arriginiblank, M.F., Santos, G.R.A., & Roner, M.N.B. (2012). Óleos essenciais de plantas medicinais e aromáticas no controle do carrapato Rhipicephalus microplus. Archivos de Zootecnia. 61(12):67-78. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=49558825006
Carvalho A. F., Melo V. M., Craveiro A. A., Machado M. I., Bantim M. B., & Rabelo E. F. (2003). Larvicidal activity of the essential oil from Lippia sidoides Cham. against Aedes aegypti Linn. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz. 98(4):569–571. https://doi.org/10.1590/S0074-02762003000400027
Castanha, P. M. S., & Marques, E. T. A. (2020). A glimmer of hope: recent updates and future challenges in Zika vaccine development. Viruses. 12(12):1371. http://doi.org/10.3390/v12121371
Coelho, M. D. G., Barbosa, L. F. M., Franco, T. F., Almeida, K. S., & Akisue, G. (2019) Controle do ectoparasita de bovinos Rhipicephalus (Boophilus) microplus, através do uso do óleo essencial do Cravo da Índia (Syzygium aromaticum) e óleo de Neem (Azadirachta indica). Rev Agr Acad, 2(4):203–210. http://doi.org/10.32406/v2n42019/203-210/agrariacad
Chagas, A. C. S., Leite, R. C., Furlong, J., Prates, H. T., & Passos, W. M. (2003). Sensibilidade do carrapato Boophilus microplus a solventes. Ciência Rural. 33(1):109-114. https://doi.org/10.1590/S0103-84782003000100017
Dastmalchi, K., Ollilainen, V., Lackman, P., Boije af Gennas, G., Damien Dorman, H. J., Jarvinen, P. P., Yli-Kauhaluoma, J., & Hiltunen, R. (2009) Acetylcholinesterase inhibitory guided fractionation of Melissa officinalis L. Bioorganic & Medicinal Chemistry. 17(2):867-871. http://doi.org/10.1016/j.bmc.2008.11.034
Dabaghzadeh, F., Mehrabani, M., Abdollahi, H., & Karami-Mohajeri, S. (2022). Antioxidant and anticholinesterase effects of rosemary (Salvia rosmarinus) extract: A double-blind randomized controlled trial. Advances in Integrative Medicine. 9(1):69-74. DOI: https://doi.org/10.1016/j.aimed.2021.03.002
Estrela, C. (2018). Metodologia Científica: Ciência, Ensino, Pesquisa (3 a ed.). Artes Médicas
Furlong, J., Prata, M. C. A., & Martins, J. R. (2007). O carrapato dos bovinos e a resistência: temos o que comemorar? A Hora Veterinária. 159(27):1-7.
Gadelha, A. C. O. A., Freitas, J. G. A., Brito, A. S., & Salvador, Z. L. (2020). As ações farmacológicas do alecrim. Universo Goiânia. 8(11):1-17.
Garcez, W. S., Garcez, F. R., Silva, L. M. G. E., & Sarmento, U. C. (2013). Substâncias de Origem Vegetal com Atividade Larvicida Contra Aedes aegypti. Revista virtual de química. 5(3):363-393. http://doi.org/10.5935/1984-6835.20130034
Gonçalves, V. M., Huerta, M. M., & Freitag, R. A. (2016). Potencial de plantas acaricidas no controle de carrapatos Rhipicephalus (Boophilus) microplus. Revista de ciência veterinária e saúde pública, 3(1):14-22.
Lee L. T., Garcia S. A., Martinazzo A. P., & Teodoro C. E. S. (2020). Fungitoxidade e composição química do óleo essencial de alecrim (Rosmarinus officinalis) sobre o Aspergillus flavus. Research, Society and Development. 9(8):e202985628. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v9i8.5628
Lisboa, T. R., Serafim, I. B. M., Serafim, J. C. M., Ramos,A. C., Nascimento, R. M., & Roner, M. N. B. (2022). Relação entre incidência de casos de arboviroses e a pandemia da Covid-19. RICA. 6(10): 31-36. https://doi.org/10.18226/25253824.v6.n10.04
Lwande, O. W., Obanda, V., Lindstrom, A., Ahlm, C., Evander, M., Naslund, J., & Bucht, G. (2020). Globe-trotting Aedes aegypti and Aedes albopictus: risk factors for arbovirus pandemics. Vector-Borne and Zoonotic Diseases, 20(2):71-81. http://doi.org/10.1089/vbz.2019.2486
Martins, M. M., Prata-Barbosa, A., & Cunha A. J. (2020). Arboviral diseases in pediatrics. Jornal de Pediatria. 96(1):2-11. https://doi.org/10.1016/j.jped.2019.08.005
Monteiro, C. M. O., Maturano, R., Daemon, E., Catunda-Junior, F. E. A., Calmon, F., Senra, T. O. S., & Faza, A., Carvalho, M.G. (2012) Acaricidal activity of eugenol on Rhipicephalus microplus (Acari: Ixodidae) and Dermacentor nitens (Acari: Ixodidae) larvae. Parasitology Research, 111(3): 1295–1300. http://doi.org/10.1007/s00436-012-2964-0.
Oliveira, R. A., Reis, T. V., Sacramento C. K., Duarte L. P., & Oliveira F. F. (2009). Constituintes químicos voláteis de especiarias ricas em eugenol. Revista Brasileira Farmácia. 19(3): 771-77. https://doi.org/10.1590/S0102-695X2009000500020
Pereira, R. C. A., & Moreira, A. L. M. (2011). Manjericão: cultivo e utilização. Embrapa Agroindústria Tropical. 136(1):10-31. https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/42208/1/DOC11004.pdf
Ramos L. M. P., & Souza G. O. (2021). Uma revisão integrativa sobre o uso de plantas aromáticas encontradas na Amazônia na promoção da fitoterapia. Research, Society and Development. 10(14):e419101422263. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i14.22263
Remedio, R. N., Nunes, P. H., & Mathias, M. I. C. (2014). The extensible integument of Rhipicephalus sanguineus female ticks in different feeding stages: amorphological approach. Acta Zoologica. 96(3):319-327. http://doi.org/10.1111/azo.12079
Ristow, L. P., Battisti, I. D. E., Stumm, E. M. F., & Montagner, S. E. D. (2020). Fatores relacionados à saúde ocupacional de agricultores expostos a agrotóxicos. Rev. Saúde e Sociedade. 29(2). Cerro Largo, RS. https://doi.org/10.1590/S0104-12902020180984.
Santana P. B., de Deus, R. G., Oliveira, G. L., Vieira, T. M., & Roner, M. N. B. (2022). Óleos essenciais com atividade carrapaticida contra Rhipicephalus (Boophilus) microplus e Rhipicephalus sanguineus: uma revisão. Research, Society and Development. 11(15):e178111537030. http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v11i15.37030
Santos, F. C. C., Vogel, F. S. F., & Monteiro, S. G. (2012) Efeito do óleo essencial de manjericão (Ocimum basilicum L.) sobre o carrapato bovino Rhipicephalus (Boophilus) microplus em ensaios in vitro. Semina: Ciências Agrárias. 33(3):1133-1139. http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=445744113036
Senra, T. O. S., Zeringóta, V., Monteiro, C.M.O., Calmon, F., Maturano, R., Gomes, G. A., Faza, A., Carvalho, M.G., & Daemon, E. (2013). Assessment of the acaricidal activity of carvacrol, (E)-cinnamaldehyde, trans-anethole and linalool on larvae of Rhipicephalus microplus and Dermacentor nitens (Acari: Ixodidae). Parasitology Research. 112(4):1461-1466. http://doi.org/10.1007/s00436-013-3289-3
Souza, R. V., Cardoso, M. G., Ferreira, V. R. F., Oliveira, C. D., Alves, M. V. P., Campolina, G. A., & Batista, L. (2021). Potencial antifúngico de constituintes de óleos essenciais. Research, Society and development. 10(12):e457101220537. https://dx.doi.org/10.33448/rsd-v1oi12.20537
Trados M. G., Ezzat S. M., Salama M.M., & Farag M. A. (2014). In vitro and in vivo Anticholinesterase Activity of the Volatile Oil of the Aerial Parts of Ocimum basilicum L. and O. africanum Lour. Growing in Egypt. World Academy of Science, Engineering and Technology. 9(3): 157-161. http://doi.org/10.5281/zenodo.1337073
Troughton, D. R., & Levin, M. L. (2007). Life Cycles of Seven Ixodid Tick Species (Acari: Ixodidae) Under Standardized Laboratory Conditions. Journal of Medical Entomology. 44(5): 732-740. http://doi.org/10.1603/0022-2585(2007)44[732:lcosit]2.0.co;2
Valsoni, L.bM., Freitas, M. G., Echeverria, J. T., Borges, D. G. L., Tutija, J., & Borges, F.A. (2020). Resistance to all chemical groups of acaricides in a single isolate of Rhipicephalus microplusin Mato Grosso do Sul, Brazil. Int. J. Acarol. 46:276–280. http://doi.org/10.1080/01647954.2020.1765867
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Marcela Cristina Nunes do Nascimento; Ricardo Alexandre Pinto Júnior; Josiane Paula Guedes; Luciana Lourenço de Carvalho Monteiro; Francine Alves da Silva Coêlho; Matheus Diniz Gonçalves Coêlho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
