Pandemias do século: COVID-19 e os impactos no acompanhamento do HIV/AIDS no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i7.42729Palavras-chave:
HIV; COVID-19; Agentes antirretroviral; Pandemias.Resumo
A infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), desde a década de 1980 até os dias atuais, tem crescido exponencialmente em todo o mundo. Segundo os dados do boletim epidemiológico de HIV/AIDS, no Brasil, em 2020, foram diagnosticados 32.701 novos casos de HIV e registrados 10.417 óbitos por causa básica Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) nesse mesmo período. Paralelamente a isso, em 2020, a OMS declarou oficialmente que a COVID-19 é uma doença de caráter pandêmico, a qual resultou em mudanças na rotina de toda a população mundial, inclusive nas Pessoas vivendo com HIV (PVHIV). O estudo teve como objetivo comparar os dados relacionados ao HIV entre os anos de 2019 e 2020 no Brasil, no contexto da pandemia da COVID-19. Realizou-se uma pesquisa quantitativa, descritiva e de caráter transversal, com dados obtidos do painel de indicadores epidemiológicos do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI). De acordo com os dados analisados, verificou-se declínio em todos as variáveis analisadas nas cinco regiões brasileiras – Dispensação da Terapia Antirretroviral (TARV), PVHIV que iniciaram a TARV, Exames de CD4 e Carga Viral (CV) –, na comparação entre os anos de 2019 e 2020. Logo, os impactos da pandemia da COVID-19 estimularam o declínio no cuidado continuado, acolhimento e prevenção contra o HIV, sendo um contraponto às políticas nacionais e globais que buscam redução da transmissão do vírus e a melhoria da qualidade de vida das PVHIV/AIDS.
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