Alterações da Ressonância Magnética Cardíaca em atletas na era pós-COVID: Uma revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i9.43242Palavras-chave:
Síndrome Pós-COVID-19 Aguda; Atletas; Miocardite.Resumo
A síndrome de COVID apresenta-se como um estado pós-sistêmico com sintomas e desenvolvimento de possíveis sequelas tardias após o desaparecimento do estado agudo da doença. Entre essas sequelas, os achados da ressonância magnética cardíaca (RMC) estão associados aos desfechos potenciais em pacientes previamente infectados. A população atlética merece um olhar atento a todos os eventos envolvidos no processo físico-metabólico que podem culminar em morte súbita cardíaca. Objetivo: Avaliar a prevalência de alterações CMR em atletas previamente infectados com SARS-CoV-2. Métodos: Revisão de literatura com estudos analíticos observacionais encontrados nas bases de dados PubMed, LILACS e CENTRAL de atletas anteriores testados para SARS-CoV-2 por teste de CMR. Resultados e revisão: Dos seis estudos selecionados, a maioria relatou atletas em RMC, como realce tardio do gadolínio, e anormalidades ponderadas em T2, que mostraram a presença de formas subclínicas ou clínicas de miocardite, com prevalência de variação de 0,12 a 2,3% em relação à população. Além disso, a RMC foi responsável por diagnosticar os casos em que não havia alterações clínicas nem fortemente sugestivas para indicar triagem para miocardite. Conclusão: A doença miocardite faz parte do grupo de estudo das doenças associadas à síndrome pós-COVID e, apesar da baixa prevalência, são necessárias mais pesquisas para delinear a melhor estratégia capaz de identificar e diagnosticar a miocardite, mesmo após casos leves e moderados.
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