Uso de cigarros eletrônicos como fator de risco para os diferentes desfechos clínicos da COVID-19: Uma revisão sistemática
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i9.43251Palavras-chave:
COVID-19; Cigarro eletrônico; Fator de risco; Desfecho clínico; Revisão sistemática.Resumo
Objetivos: Sumarizar, sistematicamente, as evidências científicas acerca do uso de cigarros eletrônicos como fator de risco para os diferentes desfechos clínicos da COVID-19. Métodos e Material: Revisão sistemática de estudos epidemiológicos publicados, de janeiro a dezembro de 2020, no PubMed, Scielo e LILACS. Registrada no PROSPERO, sob o código: CRD42020226931. Resultados: Dois estudos corresponderam aos critérios de inclusão selecionados. Ambos observacionais e transversais. A amostra totalizou 7530 indivíduos. Associações estatísticas foram reportadas. Em comparação com aqueles que nunca usaram produtos do tabaco, os usuários crônicos, apenas de cigarros eletrônicos, tiveram 5,05 vezes mais chance de apresentar teste positivo para COVID-19 (IC 1,82 - 13,96). Da mesma forma, os usuários de ambas as modalidades, cigarro eletrônico e convencional, tiveram 6,97 vezes mais chance de apresentar teste positivo (IC 1,98 - 24,55). Entre os autorreferidos infectados/já infectados, que sempre usaram cigarro eletrônico, houve 1,30 vezes mais chance de se contaminar (IC 0,91 - 1,81), enquanto os que usaram as duas modalidades de tabagismo foram 1,44 vezes (IC 1,13 - 1,84). Maiores associações para os diferentes desfechos da COVID-19 foram encontradas entre os que inalaram tanto o produto do tabaco eletrônico quanto o convencional, sobretudo, nos últimos 30 dias. Conclusão: Houve associação positiva entre teste positivo para COVID-19 e autorrelato de infecção com uso de cigarro eletrônico.
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