Aprimoramento Cognitivo Farmacológico: Revisão sistemática sobre seus benefícios e efeitos adversos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i9.43316Palavras-chave:
Psicofármacos; Função cognitiva; Toxicidade de fármacos.Resumo
Visando promover melhoria na capacidade mental como atenção, concentração e memória, indivíduos saudáveis têm recorrido ao uso de medicamentos que supostamente potencializam a performance cognitiva, gerando o Aprimoramento Cognitivo Farmacológico. O presente estudo objetivou realizar uma revisão da literatura investigando o que relatam os adeptos desse fenômeno sobre seus benefícios e eventos adversos, buscando promover reflexões sobre o tema. Trata-se de uma pesquisa de revisão da literatura do tipo sistemática, básica, transversal, exploratória e qualitativa, cuja questão norteadora foi elaborada de acordo com a estratégia PICO, bem como as recomendações do checklist PRISMA. Para obtenção dos dados fez-se um levantamento de publicações na BVS, usando os descritores ‘aprimoramento cognitivo farmacológico’, ‘psicofármacos and estudantes’, ‘nootrópicos and estudantes’, ‘drogas da inteligência and estudantes’, ‘psicoestimulantes and estudantes’, ‘lisdexanfetamina and estudantes’, ‘metilfenidato and estudantes’, ‘donepezil and estudantes’, ‘modafinil and estudantes’ e ‘piracetam and estudantes’. Os critérios de inclusão foram: publicados no período de 2017 a 2023; disponíveis em espanhol, inglês ou português e de cunho quantitativo. Após leitura dos títulos e resumos foram selecionados 9 artigos científicos para leitura na íntegra, seguida de análise. Os achados foram agrupados em duas abordagens temáticas, os benefícios e os eventos adversos. Verificou-se que são inúmeros os benefícios auto declarados: sensação de aprimoramento cognitivo (melhora no desempenho acadêmico como concentração, atenção, raciocínio e memória) e sensação de bem estar, bem como redução da fadiga, do estresse e do sono. No tocante aos eventos adversos, os resultados apontam que a maioria dos efeitos citados na literatura foram relatados pelos participantes das pesquisas que fazem ou fizeram uso do neuro estimulante. Conclui-se que novos estudos precisam ser realizados para investigar o custo-benefício dessa prática, esclarecendo sobre a real efetividade das vantagens em função dos eventos adversos, principalmente a longo prazo.
Referências
Andrade, L. da S., Gomes, A. P., Nunes, A. B., Rodrigues, N. S., Lemos, O., Rigueiras, P. O. & Farias, L. R. de (2018). Ritalina: uma droga que ameaça a inteligência. Revista de Medicina e Saúde de Brasília, Brasília, DF, 7(1), 99-112.
Barros, D. & Ortega, F. (2011). Metilfenidato e aprimoramento cognitivo farmacológico: representações sociais de universitários. Saúde Soc., 20(2), 350-362.
Carton, L., Cabé, N., Ménard, O., Deheul, S., Caous, A, S., Devos, D. & Bordet, R. (2018). Pharmaceutical cognitive doping in students: A chimeric way to get-a-head? Thérapie, 73(4), 331-33.
Cloridrato de donepezila. Responsável técnico: Cláudia Larissa S. Montanher. Navi Mumbai – Índia: Sandoz Private Limited, 2020. Bula de remédio. https://www.sandoz.com.br/sites/www.sandoz.com.br/files/PF-cloridrato%20de%20donepezila.pdf.
Cloridrato de metilfenidato. Responsável técnico: Ivanete A. Dias Assi. Itapevi – SP: EUROFARMA Laboratórios S.A, 2022. Bula de remédio. https://eurofarma.com.br/produtos/bulas/healthcare/pt/bula-cloridrato-de-metilfenidato.pdf.
Cordioli, A. V., Gallois, C. B. & Isolan, L. (2015). Psicofármacos (5a ed.). Grupo A. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582712405.
Gil, A. C. (2008) Métodos e técnicas de pesquisa social. (6a ed.), Atlas.
Guia de remédios (Substâncias ativas). Informações sobre medicamentos obtidas diretamente de um dos guias mais vendidos do País. (2023). https://www.medicinanet.com.br/categorias/medicamentos.htm?mobile=off.
Insel, T. R., Voon, V., Nye, J. S., Brown, V. J., Altevogt, B. M., Bullmore, E. T. & Sahakian, B. J. (2013). Innovative solutions to novel drug development in mental health. Neurosci Biobehav Rev., 37: 2438–44.
Lage, D. C., Gonçalves, D. F., Gonçalves, G. O., Ruback, O. R., Motta, P. G., & Valadão, A. F. (2015). Uso de metilfenidato pela população acadêmica: revisão de literatura. Braz. J. Surg. Clin. Res. 10(3), 31-39.
Michalopoulou, P. G., Lewis, S.W., Wykes, T., Jaeger, J. & Kapur, S. (2013). Treating impaired cognition in schizophrenia: the case for combining cognitive-enhancing drugs with cognitive remediation. Eur Neuropsychopharmacol, 23, 790–98.
Milhomem, T. A., Silva, D. C. C. da, Reis, R. H. da S. (2022). O uso de substâncias psicoestimulantes entre acadêmicos: uma revisão integrativa. Scire Salutis, 12(1), 62-73.
National Library of Medicine. National Centrer for Biotechnology. s. d. https://pubchem.ncbi.nlm.nih.gov/.
Nootropil®. Piracetam. Responsável técnico: Silvia Regina Brollo.: Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda, 2015. Bula de remédio.
PRISMA 2020: checklist para relatar uma revisão sistemática. 2022. https://eme.cochrane.org/author/estudantes-para-melhores-evidencias/. Acesso em: 19 set. 2023.
Sahakian, B. J. & Morein-Zamir, S. (2015). Pharmacological cognitive enhancement: treatment of neuropsychiatric disorders and lifestyle use by healthy people. Lancet Psychiatry, 2(4), 357–362.
Santos, C. M. C., Pimenta, C. A. de M., & Nobre, M. R. C. (2007). A estratégia pico para a construção da pergunta de pesquisa e busca de evidências. Rev Latino-am Enfermagem, 15(3).
Silva, C. de O., Pires, C. D., Pessoa, M. T. S., Khouri, A. G., Santos, S. O., & Souza, Á. P. S. (2018). Padrão de consumo do metilfenidato em uma instituição de ensino superior. Brazilian Journal of Surgery and Clinical Research, 24(1), 45-51.
Silva, K. F. & Andrade, V. R. M. (2021). Análise do consumo de estimulantes cerebrais por estudantes da região das missões, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Interdisciplinar em Ciências da Saúde e Biológicas, 5(1), 3-13.
SNGPC. (2012). Prescrição e consumo de metilfenidato no Brasil: identificando riscos para o monitoramento e controle sanitário. Boletim de Farmacoepidemiologia. 2(2).
Stavigile®. Modafinila. Responsável técnico: Cintia Delphino de Andrade. Embu da Artes – SP: Libbs Farmacêutica Ltda, 2022. Bula de remédio. https://www.libbs.com.br/wp-content/uploads/2015/12/1.-Bula-Paciente_Stavigile_v.18-22.pdf.
Venvanse®. Dimesilato de lisdexanfetamina. Responsável técnico: Alex Bernacchi. Jaguariúna – SP: Takeda Pharma Ltda, s. d. Bula de remédio. https://assets-dam.takeda.com/image/upload/legacy-dotcom/siteassets/pt-br/home/what-we-do/produtos/Venvanse_Bula_Profissional.pdf
Victor, M. (2023). Saúde Mental UFRGS: Doping cognitivo. https://www.ufrgs.br/saudemental/doping-cognitivo/.
Yaegashi, S. F. R., Maia, R. B., Milani, R. G., & Leonardo, N. S. T. (2020). Aprimoramento cognitivo farmacológico: motivações contemporâneas. Psicologia em estudo, 25, e46319.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Elizete Maria da Silva Moreira; Isabela Moreira Melo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
1) Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
2) Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.