Leucemia de células pilosas em idosos: Relato de caso e revisão de literatura
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i13.44355Palavras-chave:
Leucemia de células pilosas; Citometria de fluxo; Pancitopenia; Esplenomegalia; Proteínas proto-oncogênicas B-raf.Resumo
Antecedentes: A leucemia de células pilosas (LCP) é um tipo muito raro de câncer de células B, caracterizado pela presença de células pilosas no sangue periférico e na medula óssea. Afeta principalmente homens adultos com uma idade média de 50 anos. As células ciliadas são positivas para a coloração fosfatase ácida resistente ao tartarato (FART) e expressam marcadores de superfície, CD11c, CD20, CD22, CD25 e CD103. A identificação da mutação BRAF V600E em 2016 forneceu uma ferramenta de diagnóstico notável, encontrada em quase 80% de todos os pacientes com LCP. Atualmente, abre-se a possibilidade de uma abordagem multiparamétrica para o diagnóstico. Caso clínico: homem de 78 anos, apresenta sintomas de astenia marcada, adinamia, hiporexia e perda de peso não quantificada, além de sensação de plenitude gástrica. Exame físico, observa-se abdome globuloso, distendido e esplenomegalia palpável de 6 cm, sem adenopatias ou hepatomegalia. Patológicos hipertensos controlados. Trabalha na agricultura e tem contato frequente com inseticidas e pesticidas. Conclusão: LCP, comumente apresentado com pancitopenia, esplenomegalia e monocitopenia, caracteriza-se pela presença de células linfóides de tamanho médio com citoplasma amplo e por ter prolongamentos citoplasmáticos que lhe dão aspecto peludo em sangue periférico. O diagnóstico é estabelecido por sintomatologia clínica, aspiração e biópsia da medula óssea, citometria de fluxo e outros exames complementares.
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