A relação do consumo alimentar e microbiota intestinal em pacientes diabéticos tipo 2 de uma clínica particular de Minas Gerais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v12i13.44385

Palavras-chave:

Consumo alimentar; Diabetes mellitus tipo 2; Disbiose; Hiperglicemia; Microbiota intestinal; Sintomas.

Resumo

O Diabetes Mellitus tipo 2 é uma doença caracterizada por provocar hiperglicemias constantes, complicações metabólicas como, fadiga, poliúria, polidipsia e prejuízos renais e cardiovasculares. Além disso, o portador de Diabetes Mellitus tipo 2 pode sofrer com sintomas gastrointestinais, como diarreia, flatulência, náuseas, vômitos e dores abdominais. É uma condição em crescimento exponencial no mundo e sua causa está relacionada a fatores genéticos e ambientais, como alimentação inadequada e sedentarismo. O objetivo do presente artigo é apresentar uma pesquisa de consumo alimentar e sua relação com a disbiose intestinal em um grupo de pacientes portadores de DM2, a fim de avançar estudos que promovam maior qualidade de vida a esses pacientes acometidos. A amostra foi composta por 13 voluntários, entre 18 a 69 anos, de ambos os gêneros, portadores de Diabetes Mellitus tipo 2, de uma clínica particular de Minas Gerais. Para avaliar os dados, foi utilizado um questionário contemplando dados antropométricos, a Escala de Bristol, o instrumento Gastrointestinal Symptom Rating Scale (GSRS) para verificar a incidência de sintomas gastrointestinais e o Questionário de Frequência Alimentar (QFA). Foi possível verificar que a maioria dos pacientes diabéticos apresentaram sobrepeso ou algum grau de obesidade e também relataram sintomas gastrointestinais, como diarreia, constipação, flatulência, azia, refluxo e náuseas, com o consumo de leite e derivados, frutas, carnes vermelhas e brancas, bolo e pão de queijo e sementes. Sendo assim, a compreensão do padrão alimentar e manejo da sintomatologia é fundamental para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2.

Referências

Altobelli E., Del Negro V., Angeletti P. M., & Latella G. (2017). Low-FODMAP Diet Improves Irritable Bowel Syndrome Symptoms: A Meta-Analysis. Nutrients, 9(9), 940.

Barrett, J. (2017). How to institute the low-FODMAP diet. Journal of Gastroenterology and Hepatology Foundation, 32(1), 8-10.

Bernaud F. S. R., & Rodrigues, T. C. (2013). Fibra alimentar: ingestão adequada e efeitos sobre a saúde do metabolismo. Arquivos Brasileiros De Endocrinologia & Metabologia, 57(6), 397–405.

Costa, D. A. L., Salomon, A. L. R., do Carmo, S. G., & Fortes, R. C. (2019). Prevalência de sinais e sintomas de disbiose intestinal em indiví¬duos obesos atendidos em uma instituição de ensino de Brasí¬lia-DF. RBONE - Revista Brasileira De Obesidade, Nutrição E Emagrecimento, 13(79), 488-497.

Gomes, A. C., Bueno, A. A., de Souza, R. G. M., & Mota J. F. (2014). Gut microbiota, probiotics and diabetes. Nutrition Journal 13(60).

Gomes, G. M., Borges Galindo, G. T. de A. C., Genaro, S. C., Gomes, G. C. de S., Insfran, G. F. C., Andrade, A. P. M., Fagiani, M. de A. B., & Yabunaka, K. C. B. (2022). Hidratação e Fibras: Dois Pilares na saúde intestinal do idoso. Brazilian Journal of Development, 8(2), 11095–11118.

Hobus, R. Monk, G. F., Luçardo, J. C., Romancini, J. S. V., Ramos, C. I., & Valle, S. C. (2021). Carboidratos Fermentáveis: estudo de revisão sobre sintomas gastrointestinais e aplicação no Transtorno do Espectro Autista. Revista Saúde e Desenvolvimento Humano, 9(2).

Iatcu, C. O., Steen, A., & Covasa, M. (2021) Gut Microbiota and Complications of Type-2 Diabetes. Nutrientes, 14(1), 166.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2020). Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018. https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv101742.pdf.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2021). Vigitel Brasil 2020: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico: estimativas sobre a frequência e distribuição sociodemográficas de fatores de risco e proteção para doenças crônicas nas capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal em 2020. Recuperado 29 de novembro de 2023, de https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/vigitel/relatorio-vigitel-2020-original.pdf.

International Diabetes Federation. (2021). Diabetes Atlas 10th edition. https://diabetesatlas.org/idfawp/resource-files/2021/07/IDF_Atlas_10th_Edition_2021.pdf

Kautzky-Willer, A., Leutner, M., & Harreiter, J. (2023). Diferenças de sexo no diabetes tipo 2. Diabetologia, 66(6), 986–1002.

Kurniawan, A. H., Suwandi, B. H., & Kholili, U. (2019). Diabetic Gastroenteropathy: A Complication of Diabetes Mellitus. Acta Medica Indonesiana, 51(3), 263.

Li, D. P., Cui, M., Tan, F., Liu, X. Y. & Yao, P. (2021). High Red Meat Intake Exacerbates Dextran Sulfate-Induced Colitis by Altering Gut Microbiota in Mice. Frontiers in Nutrition, 8.

Ministério da Saúde. (2020). Linhas de Cuidado - Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) no adulto. https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/diabetes-mellitus-tipo-2-(DM2)-no-adulto/definicao-diabetes-mellitus-tipo-2-DM2-no-adulto/

Maisey, A. (2016). A practical approach to gastrointestinal complications of diabetes. Diabetes Therapy: Research, Treatment and Education of Diabetes and Related Disorders, 7(3), 379–386.

Masmiquel, L., Leiter, L. A., Vidal, J., Bain, S., Petrie, J., Franek, E., Raz, I., Comlekci, A., Jacob, S., van Gaal, L., Baeres, F. M. M. (Reuters) - M. M., Marso, S. P. & Eriksson, M. (2016). LEADER 5: prevalence and cardiometabolic impact of obesity in cardiovascular high-risk patients with type 2 diabetes mellitus: baseline global data from the LEADER trial. Cardiovascular Diabetology, 15(1).

Merchán-Haman, E. & Tauil, P. L. (2021). Proposta de classificação dos diferentes tipos de estudos epidemiológicos descritivos. Epidemiol. Serv. Saúde, 30 (1).

Moraes, A. C. F. de, Silva, I., T. da, Almeida-Pititto, B. de, & Ferreira, S. R. G. (2014). Microbiota intestinal e risco cardiometabólico: mecanismos e modulação dietética. Arquivos brasileiros de endocrinologia e metabologia, 58(4), 317–327.

Oliveira, E. C. D. de, Guimarães, L. M. K., & Dias, D. de A. M. (2022). Alterações da microbiota intestinal em portadores de Diabetes mellitus tipo 2, impactos conhecidos e perspectivas futuras. Research, Society and Development, 11(8), e48311831257.

Papakonstantinou, E., Oikonomou, C., Nychas, G., & Dimitriadis, G. D. (2022). Effects of diet, lifestyle, chrononutrition and alternative dietary interventions on postprandial glycemia and insulin resistance. Nutrients, 14(4), 823.

Pedraza, D. F., & Menezes, T. N. de. (2015). Questionários de Frequência de Consumo Alimentar desenvolvidos e validados para população do Brasil: revisão da literatura. Ciência & saúde coletiva, 20(9), 2697–2720.

Salazar, J., Angarita, L., Morillo, V., Navarro, C., Martínez, M. S., Chacín, M., Torres, W., Rajotia, A., Rojas, M., Cano, C., Añez, R., Rojas, J., & Bermudez, V. (2020). Microbiota and diabetes Mellitus: Role of lipid mediators. Nutrients, 12(10), 3039.

Sang, M., Wu, T., Zhou, X., Horowitz, M., Jones, K. L., Qiu, S., Guo, H., Wang, B., Wang, D., Rayner, C. K., & Sun, Z. (2022). Prevalence of gastrointestinal symptoms in Chinese community-dwelling adults with and without diabetes. Nutrients, 14(17), 3506.

Santos, A. C. P. (2015). Resposta do Trato Gastrointestinal à ingestão de alimentos e o seu impacto na cinética de fármacos administrados por via oral. Dissertação (Mestre em Ciências Farmacêuticas), Instituto Superior de Ciências da Saúde Egaz Moniz. https://comum.rcaap.pt/handle/10400.26/10966.

Schmidt, L., Soder, T. F., Deon, R. G., & Benetti, F. (2017). Obesidade e sua relação com a microbiota intestinal. Revista Interdisciplinar de Estudos em Saúde 6(2), 29-43.

Silva, M., Pinho, S., & Porto, C. (2016). Constipação Intestinal: Prevalência e fatores associados em pacientes atendidos ambulatorialmente em hospital do Nordeste brasileiro. Nutrición Clínica y Dietética Hospitalaria 36(1), 75-84.

Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 2019-2020. Clannad Editora Científica, 2. https://www.saude.ba.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Diretrizes-Sociedade-Brasileira-de-Diabetes-2019-2020.pdf.

Souza, G. S., Sardá, F. A. H., Giuntini, E. B., Gumbrevicius, I., Morais, M. B. de, & Menezes, E. W. de. (2016). Translation and validation of the Brazilian Portuguese version of the Gastrointestinal Symptom Rating Scale (GSRs) questionnaire. Arquivos de gastroenterologia, 53(3), 146–151.

World Health Organization. (2000). Obesity: Preventing and managing the global epidemic: Report of a WHO consultation. World Health Organization.

Wu, J., Yang, K., Fan, H., Wei, M., & Xiong, Q. (2023). Targeting the gut microbiota and its metabolites for type 2 diabetes mellitus. Frontiers in endocrinology, 14.

Zawada, A., Moszak, M., Skrzypczak, D., & Grzymisławski, M. (2018). Gastrointestinal complications in patients with diabetes mellitus. Advances in clinical and experimental medicine: official organ Wroclaw Medical University, 27(4), 567–572.

Downloads

Publicado

08/12/2023

Como Citar

SANTOS, C. D. dos .; SOUZA, V. L. Q. e .; FERREIRA, P. A. A relação do consumo alimentar e microbiota intestinal em pacientes diabéticos tipo 2 de uma clínica particular de Minas Gerais. Research, Society and Development, [S. l.], v. 12, n. 13, p. e134121344385, 2023. DOI: 10.33448/rsd-v12i13.44385. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/44385. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde