Fusão atlanto-occipital: Relato de caso
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v12i14.44513Palavras-chave:
Função atlanto-occipital; Assimilação do atlas; Variação da artéria vertebral.Resumo
O artigo discute as articulações crânio-cervicais, especificamente as articulações atlanto-occipital e atlantoaxial. As articulações atlanto-occipital incluem o côndilo occipital e as superfícies articulares superiores da primeira vértebra cervical (C1 ou Atlas), permitindo flexão, extensão e inclinação lateral da cabeça. As articulações atlantoaxiais incluem as vértebras C1 e C2 (Eixo), permitindo a rotação. A fusão atlanto-occipital é uma condição congênita rara em que C1 se funde com o osso occipital do crânio. Isto pode levar ao estreitamento do Forame Magno, com ou sem compressão de estruturas centrais (medula espinhal ou tronco cerebral). Embora esta condição possa ser assintomática, quando associada a outras anomalias crânio-cervicais, como Invaginação Basilar e Platibasia, pode trazer instabilidade ao pescoço, além de hérnia tonsilar, compressão neural e isquemia cerebral. Essa condição está relacionada a uma malformação embrionária do Pró Atlas, que pode ocorrer em diversas regiões da articulação. Além disso, o tipo de fusão pode variar, resultando eventualmente em estresse na junção C1-C2, levando a subluxações e complicações neurovasculares. Apesar de sua raridade, o diagnóstico pré-operatório por meio de tomografia computadorizada ou ressonância magnética é essencial para identificar essas alterações e evitar lesões durante a cirurgia. Concluindo, a fusão atlanto-occipital é uma condição rara que, quando associada a outras anomalias, pode causar danos ao sistema nervoso central, destacando a importância do diagnóstico e tratamento adequados. O objetivo do estudo é ilustrar, discutir e investigar a prevalência da fusão atlanto-occipital em crânios humanos, onde os autores encontraram um caso entre os 117 crânios analisados.
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