A experiência de tornar-se mãe, sendo uma mulher com deficiência física, cadeirante, no Sistema Único de Saúde
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i1.44823Palavras-chave:
Pessoas com deficiência; Saúde da mulher; Direitos humanos.Resumo
No modelo social da deficiência é possível conceber que a experiência de exclusão e desigualdade vivenciada por pessoas com deficiência surge a partir da interação de um corpo com lesão e uma sociedade não inclusiva. Tal modelo aproxima a deficiência da questão de Direitos Humanos, o que inclui o direito ao acesso à saúde, preconizada no Brasil pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A pesquisa buscou relatar a experiência de uma mulher com deficiência física, cadeirante, que viveu a experiência de tornar-se mãe sendo assistida pelos serviços de saúde da mulher no SUS, por meio de um estudo de caso em um Hospital e Maternidade pública Municipal , referência para saúde da mulher, Hospital Amigo da Criança e Hospital de Ensino na zona norte de São Paulo, por meio de entrevista semi-dirigida, utilizando o método fenomenológico, que visa aproximar-se do sentido da experiência para o sujeito. Foram relatados os pontos mais relevantes trazidos no discurso. Foi notado que todos os serviços de saúde pelo qual a entrevistada foi assistida durante a gestação, parto e puerpério não estavam preparados para receber uma mulher com deficiência física, além disso, foi visto que a entrevistada teve dificuldades de reconhecer seus direitos enquanto pessoa com deficiência e que ocorreu uma identificação entre a entrevistada e a entrevistadora, que também é uma mulher com deficiência física.
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