Exaustão emocional em profissionais da saúde e sua associação com variáveis interventoras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v9i7.4484

Palavras-chave:

Exaustão emocional; Profissionais de saúde; Serviços de emergência; Variáveis mediadoras; Estresse psicológico.

Resumo

Objetivo: Analisar a associação entre a variável exaustão emocional e variáveis individuais, laborais e comportamentais. Método: Estudo transversal, descritivo e correlacional, entre 282 profissionais de saúde dos serviços de emergências, na cidade de Ribeirão Preto, SP, Brasil. Foram utilizados os instrumentos: Questionário Sociodemográfico, Inventário de Burnout de Maslach, Questionário de Trauma na Infância, Inventário de Sintomas de Stress, Escala de Estresse Percebido, Questionário de Rastreio Psiquiátrico, Questionário de Estilo de Vida Fantástico, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão e Escala de Reajustamento Social de Homes-Rahe. Redação descritiva dos dados e testes Qui-Quadrado de Pearson ou Exato de Fisher para verificar a associação entre as variáveis e posteriormente análise de regressão. Resultados: Houve evidência estatística de associação entre Exaustão Emocional e escolaridade, uso de psicofármacos, estresse precoce, estresse, transtornos mentais comuns, estilo de vida, ansiedade, depressão e reajustamento social. Após análises de regressão, permaneceram evidenciadas as correlações com: escolaridade, uso de psicofármaco, afastamento do trabalho, transtornos mentais comuns e reajustamento social.  Conclusões: Evidenciou-se que parte significativa de profissionais que atuam em serviços de urgência e emergência estão acometidos pela Exaustão Emocional. Este estudo aponta um perfil, para o desenvolvimento da Exaustão Emocional, constituído por profissionais de saúde com maior escolaridade, que fazem uso de psicofármacos, que já tiveram afastamento do trabalho no último ano, que apresentam sintomas de sofrimento mental e reajustamento social.

Biografia do Autor

Sandra de Souza Pereira, Universidade do Estado de Minas Gerais

Docente do curso de Enfermagem

Mirela Martines do Nascimento, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Graduanda de Enfermagem

Mayara Caroline Ribeiro Antonio-Viegas, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Docente no curso de Enfermagem

Juceli Andrade Paiva Morero, Universidade de São Paulo

Doutoranda - Departamento de Psiquiatria e Ciências Humanas

Rafael Braga Esteves, Universidade de São Paulo

Doutorando - Departamento de Psiquiatria e Ciências Humanas

Vivian Aline Preto, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Docente nos cursos de Enfermagem, Medicina e Psicologia

Lucilene Cardoso, Universidade de São Paulo

Docente do Departamento de Psiquiatria e Ciências Humanas

Referências

Andolhe, R., Barbosa, R. L., Oliveira, E. M., Costa, A. L. S. & Padilha, K. G. (2015). Estresse, coping e burnout da Equipe de Enfermagem de Unidades de Terapia Intensiva: fatores associados. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 48, 58-64.

Antonio, M. C. R., Candido, M. C. F. S., Contrera, L., Duarte, S. J. H., Furegato, A. R. F. & Pontes, E. R. J. C. (2014). Alterações de saúde e sintomas sugestivos de depressão entre trabalhadores da enfermagem do serviço de atendimento móvel de urgência. Enfermagem em Foco, 5(1/2), 4-7.

Barboza, P. C., Pires, A. S., Pérez-Júnior, E. F., Oliveira, E. B., Espírito-Santo, T. B. & Gallasch, C. H. (2018). Significado do trabalho: perspectivas de profissionais de enfermagem atuantes em unidades clínicas. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 19, 1-8.

Bodega, N.J., Bio, M.R., Zomignani, M. A., Garcia, J.C., & Pereira, W.A.B. (1995). Mood disorders among medical in-patients: a validation study of the hospital anxiety and depression scale (HAD). Revista Saúde Pública, 29(5), 355-63. doi: 10.1590/S0034-89101995000500004.

Fernandes, L. S., Nitsche, M. J. T., & Godoy, I. (2017). Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem de uma unidade de terapia intensiva. Revista online de Pesquisa Cuidado é Fundamental, 9(2), 551-557. Recuperado de: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/4199

Gherardi-Donato, E.C.S., Cardoso, L., Teixeira, C. A. B., Pereira, S. S., & Reisdorfer, E. (2015). Associação entre depressão e estresse laboral em profissionais de enfermagem de nível médio. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 23(4), 733-740.

Gasparino, R. C. & Guirardello, E. D. Ambiente da prática profissional e burnout em enfermeiros. Revista da Rede de Enfermagem do Nordeste, 16(1), 90-96.

Grassi-Oliveira, R.; Stein, L.M. & Pezzi, J.C. (2006). Tradução e validação de conteúdo da versão em português do Childhood Trauma Questionnaire, Revista Saúde Pública, 40(2):249-55. Recuperado de: https://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n2/28529.pdf.

Holmes, T. H., & Rahe, R. H. (1967). The Social Readjustment Rating Scale. J Psychosom ReS. 11(2), 213-218. doi: 10.1016/0022-3999(67)90010-4

Lipp, M. E. N. (2000). Manual do Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp (ISSL). São Paulo: Casa do Psicólogo.

Luft, C. B., Sanches, S. O., Mazo, G. Z. & Andrade, A. (2007). Brazilian versión of the Perceived Stress Scale: translation and validation for the elderly. Revista de Saúde Pública, 41(4), 606-615. Recuperado de: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89102007000400015.

Martins, L. F., Laport, T. J., Menezes, V. P., Medeiros, P. B., & Ronzani, T. M. (2014). Esgotamento entre profissionais da Atenção Primária à Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 19(12), 4739-4750. doi: 10.1590/1413-812320141912.03202013.

Maslach, C., Schaufeli, W. B., & Leiter, M. P. (2010). Job Burnout. Annual Review of Psychology, 52(1), 397-422.

Mata, C., Machado, S., Moutinho, A., & Alexandra, D. (2016). Estudo PreSBurn: prevalência de síndrome de burnout nos profissionais dos cuidados de saúde primários. Revista Port Med Geral Farm. 32, 179-96. Recuperado de: http://www.scielo.mec.pt/pdf/rpmgf/v32n3/v32n3a04.pdf.

Merces, M. C. et al. (2017). Prevalência da Síndrome de Burnout em profissionais de enfermagem da atenção básica à saúde. Revista online de pesquisa Cuidado é Fundamental, 9(1), 208-214. Recuperado de: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/5367

Merces, M. C., Cordeiro, T. M. S. C.; Santana, A. I. C.; Lua, I., Silva, D. S., Alves, M. S.; Luz, M. S., & Júnior, A. D. (2016). Síndrome de Burnout em trabalhadores de enfermagem da atenção básica à saúde. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, 30(3), 1-9. doi: 10.18471/rbe.v30i3.15645.

Monteiro, J. K., & Carlotto, M. S. (2014). Preditores da Síndrome de Burnout em trabalhadores da saúde no contexto hospitalar. Interação em Psicologia, 18(3), 287-295. doi: 10.5380/psi.v18i3.28024.

Nascimento, I. L., Duarte, L. C., & Moraes, T. D. (2018). Saúde dos psicólogos em centros de referência de assistência social. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 18(2), 373-380. doi: 10.17652/rpot/2018.2.14004.

Navarro-González, D., Ayechu-Díaz, A., & Huarte-Labiano, I. (2015). Prevalencia del Síndrome de burnout y factores asociados a dicho síndrome en los profesionales sanitarios de Atención Primaria. Semergen, 41(4), 191-198. doi: 10.1016/j.semerg.2014.03.008

Oliveira, L. P. S., & Araújo, G. F. (2016). Características da síndrome de burnout em enfermeiros da emergência de um hospital público. Revista Enfermagem Contemporânea, 5(1), 34-42. doi: 10.17267/2317-3378rec.v5i1.834.

Pereira, S. S.; Teixeira, C. A. B., Reisdorfer, E., Vieira, M. V., Donato, E. C. S. G. & Cardoso, L. (2016). A relação entre estressores ocupacionais e estratégias de enfrentamento em profissionais de nível técnico de enfermagem. Texto & Contexto Enfermagem, 25(4), 1-8.

Rodriguez, S. Y. S., & Carlotto, M. S. (2014). Prevalência e fatores associados à Síndrome de Burnout em psicólogos. Ciência & Trabalho, 16(51), 170-176. Recuperado de https://scielo.conicyt.cl/pdf/cyt/v16n51/art08.pdf.

Sacadura- Leite, E., Souza-Uva, A., Ferreira, S., Costa, P. L., & Passos, A.M. (2019). Condições de trabalho e exaustão emocional elevada em enfermeiros no ambiente hospitalar. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 17(1), 69-75. doi: 10.5327/Z1679443520190339

Santos, J. N. M. O., De La Longuiniere, A. C. F., Vieira, S. N. S., Amaral, A. P. S., Sanches, G. J. C., & Vilela, A. B. A. (2019). Estresse Ocupacional: Exposição da Equipe de Enfermagem de uma Unidade de Emergência. Revista online de Pesquisa Cuidado é Fundamental, 11, 455-463. Recuperado de: http://www.seer.unirio.br/index.php/cuidadofundamental/article/view/638

Santos, K. O. B., Carvalho, F. M., & Araújo, T.M. (2016). Consistência interna do self-reporting questionnaire-20 em grupos ocupacionais. Revista Saúde Pública, 50(6), 1-10. doi:10.1590/S1518-8787.2016050006100.

Schaufeli, W. B., Maslach, C., & Marek, T. (2018). Professional Burnout: recent developments in theory and research. London: Routledge.

Silva, J. L. L., Soares, R. S., Costa, F. S., Ramos, D. S., Lima, F. B., & Teixeira, L. R. (2015). Fatores psicossociais e prevalência da síndrome de burnout entre trabalhadores de enfermagem intensivistas. Rev Bras Ter Intensiva, 27(2), 125-133. doi: 10.5935/0103-507X.20150023.

Silva, R. P., Barbosa, S. C., Silva, S. S., & Patrício, D. F. (2015). Burnout e estratégias de enfrentamento em profissionais de enfermagem. Arq. bras. psicol., 67(1), 130-145. Recuperado de: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/arbp/v67n1/10.pdf.

Silveira, A. L. P., Colleta, T. C. D., Ono, H. R. B., Woitas, L. R., Soares, S. H., Andrade, V. L. Â., & Araújo, L. A. (2016). Síndrome de Burnout: consequências e implicações de uma realidade cada vez mais prevalente na vida dos profissionais de saúde. Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, 14(3), 275-284. doi: 10.5327/Z1679-443520163215.

Sousa, K. H. J. F., Lima, A. D. E. S., Fernandes, S. A., Carvalho, P. M. G., & Araújo, L. M. (2016). Síndrome de Burnout entre profissionais de enfermagem: revisão integrativa, Investig. Enferm. Imagem Desarr, 18(2), 137-152. doi: 10.11144/Javeriana.ie18-2.sbpe.

Souza, A. M. J., Nascimento, P. S., Borges, J. S., Lima, T. B., & Chaves, R. N. (2018). Síndrome de burnout: fatores de risco em enfermeiros de unidade de terapia intensiva. Revista Ciência e Desenvolvimento, 11(2), 304-315. Recuperado de http://srv02.fainor.com.br/revista/index.php/memorias/article/view/750/415.

Virtanen, M., Honkonen, T., Kivimaki, M., Ahola, K., Vahtera, J., Aromaa, A., & Lönnqvist, J. (2007). Work stress, mental health and antidepressant medication fidings from the Health 2000 Study. J Affect Disord. 98(3), 189-197. Recuperado de: 10.1016/j.jad.2006.05.034

Downloads

Publicado

16/06/2020

Como Citar

PEREIRA, S. de S.; NASCIMENTO, M. M. do; ANTONIO-VIEGAS, M. C. R.; MORERO, J. A. P.; ESTEVES, R. B.; PRETO, V. A.; CARDOSO, L. Exaustão emocional em profissionais da saúde e sua associação com variáveis interventoras. Research, Society and Development, [S. l.], v. 9, n. 7, p. e877974484, 2020. DOI: 10.33448/rsd-v9i7.4484. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/4484. Acesso em: 4 jul. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde