Mucormicose: Um estudo de série de casos clínico-patológicos
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.44903Palavras-chave:
Mucormicose; Infecções oportunistas; Diabetes.Resumo
O objetivo deste estudo foi fornecer uma visão geral das possíveis apresentações ou formas dessa infecção fúngica rara, invasiva em face, comparando-a desde o diagnóstico até o tratamento. Trata-se de um estudo observacional, descritivo, do tipo série de casos, no qual foram revisados todos os casos com diagnóstico de infecções fúngicas em face provenientes dos arquivos do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira, Goiânia, GO, Brasil. Os dados clínicos foram obtidos dos prontuários dos pacientes e as características radiográficas foram avaliadas em cada caso. Todos os casos foram revisados microscópicamente para confirmar o diagnóstico. Foram identificados 3 casos de pacientes com infecção fúngica por mucormicose, 1 em mulher e 2 em homens. Ambos com manifestações clínicas comuns: amaurose, sinusite maxilar, comprometimento do nervo facial e necrose extensa de região envolvida. A elucidação diagnóstica dos casos foi realizada por meio de exames microbiológicos e tomografia computadorizada. Foram conduzidos por abordagem multimodal, incluindo o controle de fatores predisponentes subjacentes, administração precoce de agentes antifúngicos ativos em doses ideais e remoção completa de qualquer tecido infectado. Concluindo, as infecções por mucormicose são raras, invasivas e geralmente fatais, com baixa taxa de sobrevivência. É comumente disseminada em pacientes com imunidade comprometida, particularmente aqueles com diabetes descompensada. Ainda há escassez de literatura sobre o manejo definitivo desta doença envolvendo o sistema estomatognático. Este artigo enfatiza a necessidade da correção do fator predisponente subjacente e diagnóstico precoce com abordagem agressiva de tratamento multimodal para oferecer a melhor chance de sobrevivência.
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