Os efeitos agudos da musicoterapia em neonatos de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.44926Palavras-chave:
Musicoterapia; Neonato; Unidade de terapia intensiva neonatal.Resumo
Objetivos: Avaliar os efeitos agudos da musicoterapia (MT) na monitorização cardiorrespiratória, nos agentes estressores e na dor de neonatos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Metodologia: Ensaio clínico randomizado e controlado, descritivo e quantitativo, desenvolvido em uma UTIN. Participaram da pesquisa 19 neonatos: 9 grupo controle (GC) e 10 grupo experimental (GE). Foram incluídos neonatos após 72h até o 28° dia de vida, ambos os sexos, idade gestacional acima de 28 semanas e peso maior que 1.200 kg. Realizou-se a avaliação clínica através da ficha de avaliação. O GE foi submetido ao protocolo de MT por 20 minutos. Foram avaliados os parâmetros de frequência cardíaca (FC) e respiratória (FR) e saturação periférica (SpO2) e Neonatal Infant Pain Scale (NIPS) e Behavioral Indicators of Infant Pain (BIIP) antes, durante e após a intervenção. Para análise estatística utilizou-se o SPSS®. Resultado: A amostra, em sua maioria, foi composta por neonatos do sexo masculino (GE 60% - GC 55,6%) e prematuros (média de 35 semanas). O protocolo de MT não ocasionou diferença significativa entre grupos e intragrupo, entretanto, houve uma tendência a redução mais expressiva no GE: FC antes e depois (150,60 ± 16,58 vs 139,80 ± 19,11); FR antes e durante (44,8 ± 16,84 vs 39,10 ± 19,77); NIPS e BIIP antes, durante e depois (1,5± 2,67 vs 0,7±1,88 vs 07±1,88) e (1,5±2,91 vs 0,8±2,20 e 0,9±2,51). Considerações Finais: Apesar do número amostral pequeno, este trabalho sugere resultados positivos no relaxamento dos neonatos internos com um protocolo padronizado de musicoterapia.
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