Epidemiologia do câncer de colo de útero no período pré e pós pandemia da COVID-19, no Estado do Pará

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.45044

Palavras-chave:

COVID-19; Neoplasias do colo do útero; Papilomavírus Humano; Programas de rastreamento; Teste de Papanicolaou.

Resumo

O câncer de colo de útero é considerado um sério agravo de saúde pública, sendo a segunda causa mais comum de câncer entre as mulheres, ocasionado, principalmente, pela infecção pelo Papilomavírus Humano. Com o advento da pandemia da COVID-19, bem como, das medidas restritivas como o isolamento social, houve alteração no rastreio da doença. Assim, este estudo teve como objetivo analisar o cenário epidemiológico do câncer de colo de útero no Estado do Pará, entre os anos de 2017 a 2022. Trata-se de um estudo transversal do tipo descritivo e abordagem quantitativa, realizado no Estado do Pará, onde foram extraídas informações sobre o rastreamento do câncer de colo de útero, de mulheres adultas, contidas no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde no período de 2017 a 2022. As variáveis estudadas foram sociodemográficas e clínico-epidemiológicas. Pode-se observar que no período pandêmico impactou nas notificações, reduzindo a 47,69% a ocorrência do PCCU, atribuído ao isolamento social e medo da contaminação pelo SARS-COV-2. Entre as regiões com maior frequência do PCCU, está Belém, seguida de Barcarena, em detrimento de campanhas de educação a saúde da mulher. Em relação as alterações com maior incidência registradas foram atipias de células escamosas com significado indeterminado, com 41,07%, seguido de lesões intraepiteliais de baixo grau 35,35%. Infere-se, portanto, que a pandemia da COVID-19 corroborou, negativamente, à realização do PCCU. Dessa forma, destaca-se, a importância do rastreamento e vacinação como ferramentas de prevenção, aliados à educação em saúde como maneiras de mitigar essa injúria.

Referências

Caetano, R., Silva, A. B., Guedes, A. C. C. M., Paiva, C. C. N. D., Ribeiro, G. D. R., Santos, D. L., & Silva, R. M. D. (2020). Desafios e oportunidades para telessaúde em tempos da pandemia pela COVID-19: uma reflexão sobre os espaços e iniciativas no contexto brasileiro. Cadernos de saúde pública, 36, e00088920. https://doi.org/10.1590/0102-311X00088920.

Gasperin, S. I., Boing, A. F., & Kupek, E. (2011). Cobertura e fatores associados à realização do exame de detecção do câncer de colo de útero em área urbana no Sul do Brasil: estudo de base populacional. Cadernos de Saúde Pública, 27(7), 1312-1322. https://doi.org/10.1590/S0102-311X2011000700007.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. O que é o câncer? INCA; 2022a. https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/o-que-e-cancer.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa de casos novos. INCA; 2022b. https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/gestor-e-profissional-de-saude/controle-do-cancer-de-mama/dados-e-numeros/incidencia.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Estimativa 2020: incidência de câncer no Brasil. INCA; 2019. https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-brasil.pdf.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Detecção Precoce do Câncer. INCA; 2021. inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document/deteccao-precoce-do-cancer_0.pdf.

Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Dados e Números sobre Câncer do Colo do Útero-Relatório Anual 2023. Rio de Janeiro: INCA; 2023. Recuperado de: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/dadosenumeroscolo22marco2023.pdf.

Maia, R. C. B., Silveira, B. L., & de Carvalho, M. F. A. (2018). Câncer do colo do útero: papel do enfermeiro na estratégia e saúde da família. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, 9(1), 348-372. https://doi.org/10.31072/rcf.v9i1.517.

Magalhães, J. C., Morais, L. S., Plewka, J., Turkiewicz, M., & Amaral, R. G. (2020). Avaliação dos indicadores de qualidade dos exames citopatológicos do colo do útero realizados em um município do Paraná, Brasil. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 56, 1-7. https://doi.org/10.5935/1676-2444.20200041.

Merchán-Hamann, E., & Tauil, P. L. (2021). Proposta de classificação dos diferentes tipos de estudos epidemiológicos descritivos. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 30, e2018126. https://doi.org/10.1590/s1679-49742021000100026.

Nascimento, M. B., Baratieri, T., Bordelack, E. C., & Paris, M. C. (2021). Cobertura do citopatológico de colo uterino em um município paranaense: impacto da pandemia Sars-Cov-2. Revista de Saúde Pública do Paraná, 4(3), 16-28. https://doi.org/10.32811/25954482-2021v4n3p16.

Oliveira, E. H., Holanda, E. C., do Nascimento, M. D. S. V., & Soares, L. F. (2020). Análise da prevalência do câncer de colo uterino em mulheres do Estado do Piauí, Brasil. Research, Society and Development, 9(10), e2509108540-e2509108540. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i10.8540.

Organização Mundial da Saúde. Câncer mata 8,8 milhões de pessoas anualmente no mundo. Brasília: OMS; 2017. https://www.paho.org/pt/topicos/cancer.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da pesquisa científica [recurso eletrônico]. UFSM. https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/15824/Lic_Computacao_Metodologia-Pesquisa-Cientifica.pdf?sequence=1.

Pereira Filho, J. L., da Silva Araújo, Á. W. M., Ribeiro, E. F. L., Arouche, R., Lopes, P. H. P., Buna, S. D. S. S., & do Nascimento Silva, S. (2021). Rastreamento de câncer de colo do útero na cidade de Belém, Estado do Pará, Brasil. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, 10 (16), e388101623501-e388101623501.

Ribeiro, D. W. A, Coutinho, A. O., Matos, R. L., Botelho, V. A., Viana, P. H. P., De Oliveira, R. N. C., & Damasceno, D. C. (2019). Perfil dos exames citopatológicos do colo do útero realizados pelo sistema único de saúde no estado do Tocantins, Brasil, no ano de 2018. Revista de Patologia do Tocantins, 6(3), 4-4. Recuperado de: https://sistemas.uft.edu.br/periodicos/index.php/patologia/article/view/6957.

Ribeiro, C. M., Correa, F. D. M., & Migowski, A. (2022). Efeitos de curto prazo da pandemia de COVID-19 na realização de procedimentos de rastreamento, investigação diagnóstica e tratamento do câncer no Brasil: estudo descritivo, 2019-2020. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 31, e2021405. https://doi.org/10.1590/S1679-49742022000100010.

Santos, U. M., & de Souza, S. E. B. (2013). Papanicolaou: diagnóstico precoce ou prevenção do câncer cervical uterino? Revista Baiana de Saúde Pública, 37(4), 941-941. https://doi.org/10.22278/2318-2660.2013.v37.n4.a420.

Santos, M. de O., de Lima, F. C. D. S., Martins, L. F. L., Oliveira, J. F. P., de Almeida, L. M., & de Camargo Cancela, M. (2023). Estimativa de incidência de câncer no Brasil, 2023-2025. Revista Brasileira de Cancerologia, 69(1). https://doi.org/10.32635/2176-9745.RBC.2023v69n1.3700.

Secretaria de Estado De Saúde Pública (SESPA). Programação da Sespa sobre ‘março lilás’ alerta para prevenção do câncer de colo uterino. Pará: SESPA; 2023. http://www.saude.pa.gov.br/programacao-da-sespa-sobre-marco-lilas-alerta-para-prevencao-do-cancer-de-colo-uterino/.

Silva, I. C. S., & Assis, I. B. (2019). Os efeitos das incorreções pré-analíticas para o exame de papanicolau. Revista Saúde em Foco. Edição, (11). Recuperado de: https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2019/10/078_Os-efeitos-das-incorre%C3%A7%C3%B5es-pr%C3%A9-anal%C3%ADticas-para-o-exame-de-Papanicolau-Isabelle.pdf.

Silva, B. L. A. O., Barros, R. A. A., & Lopes, I. M. R. S. (2021). O impacto da pandemia da COVID-19 no rastreamento do câncer de colo uterino em Teresina–PI. Research, Society and Development, 10(10), e2091010118768-e2091010118768. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i10.18768.

Silva, G. F. M., Branco, L. L., & Cavalcante, T. F. (2023). Impactos da pandemia de COVID-19 no exame citopatológico do colo uterino no Pará. Research, Society and Development, 12(4), e24512441139-e24512441139. https://doi.org/10.33448/rsd-v12i4.41139.

Sousa, A. C. D. O., Costa, G. D. S., Reis, J. Q., Goiano, P. D. D. O. L., & Calaça, M. B. (2017). Caracterização das alterações citopatológicas e fatores de riscos associados ao desenvolvimento do câncer de colo útero. Uningá Review, 30(1). https://revista.uninga.br/uningareviews/article/view/2009. Acesso em: 29 de agosto de 2023.

Trindade, G. B., Manenti, S. A., Simões, P. W., & Madeira, K. (2017). Avaliação do rastreamento do câncer do colo do útero e sua periodicidade em um município de Santa Catarina. Medicina. 50(1), 1-10. http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v50i1p1-10.

Vasconcelos, J., da Silva Pedreira, A., de Paiva, E. C. M., de Faria Esteves, R., & Silva, L. A. (2022). Importância do exame citopatológico no rastreamento de câncer de colo de útero. Graduação em Movimento-Ciências da Saúde, 1(1), 46-46. https://periodicos.uniftc.edu.br/index.php/gdmsaude/article/view/133.

Downloads

Publicado

21/02/2024

Como Citar

TAVARES, A. M. A. .; RAMOS, E. A. dos P. .; RAMOS, T. T. C. .; LIRA, S. S. dos P. . Epidemiologia do câncer de colo de útero no período pré e pós pandemia da COVID-19, no Estado do Pará. Research, Society and Development, [S. l.], v. 13, n. 2, p. e9313245044, 2024. DOI: 10.33448/rsd-v13i2.45044. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/45044. Acesso em: 17 jun. 2024.

Edição

Seção

Ciências da Saúde