Prevalência de hipertensão arterial entre trabalhadores de uma indústria petroquímica
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i2.45113Palavras-chave:
Doenças cardiovasculares; Enfermagem do trabalho; Hipertensão; Indústria de petróleo e gás; Saúde ocupacional.Resumo
Objetivo: Avaliar a prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) entre trabalhadores de uma indústria petroquímica. Método: Trata-se de um estudo transversal, realizado entre abril e junho de 2023, entre 537 trabalhadores de uma indústria petroquímica na cidade de Paulínia, interior do estado de São Paulo. Os dados foram coletados no próprio local e horário de trabalho dos participantes, no período das 07h30 às 10h30, a aferição da pressão arterial seguiu a técnica descrita nas Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Resultados: Os participantes tinham entre 18 e 63 anos de idade, média 41,6 (±9,2) anos, a maioria tem ensino médio completo (79,7%) e o local da pesquisa tem predomínio de trabalhadores do sexo masculino (96,3%). Constatou-se que 49,1% dos participantes do estudo apresentavam HAS, dentre as 20 mulheres 15% estavam hipertensas, e dentre os homens 50,4% estavam com HAS. Na avaliação sobre o diagnóstico prévio de HAS, dentre os homens hipertensos 73,5% referiram não ter diagnóstico prévio da doença, e neste grupo, a maior prevalência de HAS foi entre aqueles com 40 a 49 anos de idade (37,5%), seguido pelo grupo de 30 a 39 anos (37,0%). Conclusão: A prevalência de hipertensos neste estudo pode ser considerado um achado epidemiológico importante, sobretudo quando se analisa isoladamente os trabalhadores do sexo masculino. Dessa forma, é necessária uma intervenção de saúde rigorosa, liderada pela equipe de Enfermagem do Trabalho, e com as equipes de saúde ocupacional e de gestão de pessoas participando ativamente, para que os objetivos do programa sejam alcançados.
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