Tendência da mortalidade por colecistite no Nordeste brasileiro, de 2013 a 2022
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i3.45189Palavras-chave:
Colelitíase; Colecistite; Mortalidade; Epidemiologia.Resumo
A colelitíase comumente permanece assintomática, porém pode ocorrer a obstrução do ducto cístico, gerando sintomas. O objetivo do estudo foi conhecer o perfil epidemiológico dos indivíduos que evoluíram ao óbito por colecistite na região Nordeste, de 2013 a 2022, e compreender os aspectos associados a essa mortalidade. Trata-se de uma pesquisa de cunho epidemiológico, observacional, descritivo, de abordagem quantitativa, que utilizou dados do Departamento de Informações do Sistema Único de Saúde (DATASUS) através do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). As variáveis investigadas foram número de óbitos, taxa de mortalidade, sexo, faixa etária, cor/raça, estado civil e escolaridade. A pesquisa constatou um total de 3847 óbitos devido à colecistite na região Nordeste e tendência crescente no período estudado. O estado da Bahia apresentou o maior percentual (20,9%) e os estados com os menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) exibiram menores taxas de mortalidade. O sexo feminino prevaleceu com 61,3% e a houve predomínio de mortes em faixas etárias elevadas (62,8% para 70 a 79 anos e 80 anos ou mais). Pardos e brancos constituíram 86,23% dos óbitos e os estados civis referentes à casados e viúvos também exibiram os maiores valores (61,27%). Os dados analisados contribuem para a intervenção em saúde, uma vez que o acesso a subsídios informacionais, que determinam os padrões de uma doença em sociedade, permite a criação de políticas públicas direcionadas e efetivas.
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