Caracterização epidemiológica e tendência temporal dos casos por Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) na Região Nordeste do Brasil entre os anos de 2001 a 2020
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i7.45205Palavras-chave:
Leishmaniose Tegumentar Americana; Epidemiologia; Tendência temporal.Resumo
A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa de evolução crônica e de transmissão vetorial. É a forma mais prevalente das leishmanioses, estando diretamente relacionadas à pobreza, gerando significativo impacto social. Considerando sua ocorrência no Nordeste do Brasil, aqui objetivou-se realizar uma caracterização epidemiológica, análise da incidência e de tendência de LTA em vinte anos. Os dados processados foram obtidos do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) do Ministério da Saúde, e para a análise de tendência temporal utilizou modelos de regressão de joinpoint (regressão linear segmentada). Ao todo foram 141.140 casos de LTA notificados, sendo Bahia, Maranhão e Ceará os estados com maiores notificações. Os resultados obtidos mostraram que houve uma diminuição dos casos ao longo do período de estudo. As características epidemiológicas predominantes foram: sexo masculino (62,44%), faixa etária de 20 a 39 anos (34,57%) e etnia parda (56,15%). Na forma clinica a leishmaniose cutânea foi predominante (94,51%), 91,77% foram de casos novos e 78,34% de casos autóctones. Na análise de tendência temporal Bahia foi crescente entre 2004 e 2010 (APC= 17,8*; p-valor 0,014). A partir de 2011 os padrões foram de declínio na maioria dos estados, apenas Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte não tiveram mudanças nos números, permanecendo estacionados para o período. O estudo nos permite compreender a dinâmica da LTA na região e contribuir com os sistemas de saúde a nível regional e estadual para uma vigilância e um controle efetivo.
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