Impacto na saúde mental de jovens trans após terapia de transição hormonal
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i3.45215Palavras-chave:
Transgênero; Terapia Hormonal; Saúde Mental.Resumo
Introdução: A pessoa transgênero não se identifica com o sexo designado ao nascimento, o que pode ocasionar episódios ansiosos, depressivos e ideações suicidas. Nesse contexto, a terapia de transição hormonal possibilita a obtenção de características do gênero desejado, influenciando na saúde mental dessa população. Objetivos: Compreender os impactos das terapias hormonais na saúde mental de jovens trans e elucidar se há póstumo benefício nesse cenário. Metodologia: Esta revisão considerou 14 artigos encontrados no PUBMED e 6 artigos no Google Acadêmico, a partir dos descritores (transgender); (hormonal therapy) e (mental health). Foram excluídos estudos datados de mais de 5 anos; textos incompletos; artigos não redigidos em inglês ou português e artigos que não contemplavam, concomitantemente, saúde mental e transgênero. Discussão/Resultados: A população de estudo foi de mulheres e homens transgênero entre 9 e 25 anos. O tempo de análise foi de 3 meses a 5 anos. Dentre os trabalhos, 12 artigos concordam que o acesso à terapia hormonal está associado a melhorias na qualidade de vida e na redução dos índices de depressão e um artigo sugere ausência de mudança clínica, dada a limitação populacional no estudo. Alguns artigos sugeriram a necessidade de ampliar o acesso à terapia hormonal. Conclusão: A terapia hormonal associou-se a melhor qualidade de vida e diminuição dos sintomas de depressão e ansiedade, provavelmente devido à identificação com as características físicas adquiridas. Todavia, é necessário rastrear doenças e a saúde mental antes, durante e após a transição hormonal.
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