Perfil epidemiológico das neoplasias malignas da próstata no Brasil - Descrição de meia década e a influência da pandemia de SARS-CoV-2
DOI:
https://doi.org/10.33448/rsd-v13i3.45257Palavras-chave:
Neoplasias da próstata; Epidemiologia; Mortalidade; Hospitalização.Resumo
O câncer de próstata (CP) é o 2º mais comum em homens. Quando comparado com outros tumores malignos, as disparidades regionais e étnicas continuam a ser uma problemática. O rastreio é realizado através da dosagem de antígeno específico da próstata (PSA) e toque retal, e, se necessário, biópsia. Existem controvérsias em relação ao benefício do rastreamento anual. Dada à importância dos estudos epidemiológicos, este estudo teve como objetivo quantificar os casos notificados e descrever fatores relacionados à taxa de mortalidade e número de internações por CP entre os anos de 2018 e 2023. Os dados foram obtidos no Departamento de Informática do SUS (DATASUS), CID10-C61 (neoplasia maligna da próstata) por local de residência. A população estudada é composta por homens com 40 anos ou mais. A epidemiologia no Brasil se assemelha aos países desenvolvidos, apesar das disparidades regionais. Mais internações ocorreram no Sudeste e menos no Norte, junto com a maior taxa de mortalidade. As desigualdades entre as Regiões são devido a desigualdade de acesso do Estado. Há predominância na taxa de mortalidade aos 80 anos ou mais e maior número de internações aos 60 a 69 anos. Os pardos obtiveram maior número de internação. A maior taxa de mortalidade ocorreu no ano de 2021 e o maior número de internações em 2022 e 2023, podendo ser influenciado pela pandemia de SARS-CoV-2. Analisar o perfil dessa neoplasia é fundamental para direcionar o planejamento das políticas públicas, necessitando de medidas para propiciar acesso mais equitativo às instalações de saúde.
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